Qualquer fã de quadrinhos, em algum momento da infância, já quis colocar uma capa e sair voando por aí, ou se vestir de morcego e combater o crime. E Batman: Arkham City é o mais perto que podemos chegar de realizar tal façanha. Sim, porque em nenhum outro jogo de super-herói eu tive a sensação de realmente ser aquele personagem. O game mais recente do homem-morcego é simplesmente fantástico.

Não que Arkham Asylum já não fosse um jogaço, mas nessa continuação, com um bairro inteiro de Gotham City para explorar, a sensação de ser o Cavaleiro das Trevas é muito maior. Lógico que o cenário ainda não é tão grande quanto um GTA ou Red Dead Redemption, mas mesmo assim dá pra passar horas apenas explorando os vários cantos da super-prisão. E sempre tem algo novo para se descobrir, seja um prisioneiro político precisando de ajuda ou símbolos estranhos que dão pistas sobre um novo vigilante.

Com tanto espaço para ser explorado, o Cavaleiro das Trevas ganhou novos e interessantes movimentos. O primeiro nem chega a ser um novo movimento, mas sim a ampliação de um que já existia no primeiro game: a habilidade de planar utilizando a capa. Em Arkham City, o recurso é muito mais utilizado e com a ajuda do bat-gancho é possível atravessar a cidade toda sem precisar colocar os pés no chão. Sem contar que o homem-morcego também pode se pendurar nos helicópteros que sobrevoam a prisão. Na hora dos combates, Batman também mostra algumas novidades, como a possibilidade de acertar até três inimigos de uma só vez. As lutas parecem ainda mais reais e bem coreografadas neste segundo game.

Talvez a grande novidade nesta continuação seja a possibilidade de jogar com a Mulher-Gato em determinadas partes. Apesar de não ser obrigatório jogar com a ladra (já que ela é considerada um DLC), ela acrescenta bastante à história e fornece uma nova jogabilidade. Enquanto Batman é pura força bruta e aguenta várias pancadas antes de cair, a Mulher-Gato depende mais da sua agilidade e furtividade. Apesar disso, o combate com ela consegue ser tão divertido quanto com o Homem-Morcego, já que os movimentos dela são bem diferentes, permitindo combos sensacionais. Além disso, alguns personagens (como a Hera Venenosa) só aparecem no cenário da Mulher-Gato, mostrando mais uma vez que ela não deveria ser um DLC.

O jogo começa com Batman invadindo Arkham City para investigar quais são os verdadeiros planos de Hugo Strange para a super prisão. Não demora para que ele encontre o Coringa (que está debilitado devido à fórmula Titan que ele usou no primeiro game) e as coisas comecem a dar muito errado, com o herói sendo infectado pelo próprio sangue do palhaço. Como se não bastasse, o Coringa ameaça infectar a cidade inteira caso o homem-morcego não encontre uma cura para ele. A partir daí, o que vemos é um Batman muito mais violento e agindo no seu limite para investigar a prisão, enquanto busca uma cura para a sua condição e tenta salvar toda Gotham de ser infectada pelo Coringa.

A história do jogo é interessante, deixando o jogador no escuro quanto a quem é o principal vilão da trama e trazendo algumas reviravoltas inesperadas. O roteiro também é eficiente ao mostrar a relação do Batman com certos vilões, como o Bane, Pinguim, ou o Senhor Frio (por quem ele demonstra um certo respeito e piedade pela situação da sua esposa). Além disso, os roteiristas mostram coragem ao matar alguns personagens importantes da franquia do homem-morcego.

Até mesmo o Charada (???) ficou muito mais interessante em Arkham City, deixando de ser apenas um bando de troféus a serem recolhidos. Desta vez ele sequestra alguns policiais de Gotham e Batman deve resolver os enigmas para poder salvá-los. Ainda que a procura desses enigmas se mostre cansativa depois de certo tempo, o fato de salvar inocentes deixa tudo muito mais empolgante do que no primeiro game.

Mantendo a fórmula simples do primeiro game (aperte quadrado para espancar os inimigos) e ampliando consideravelmente o cenário, Batman: Arkham City é não apenas o melhor jogo do personagem, como um dos melhores jogos baseados em super-heróis. Infelizmente, ainda não foi dessa vez que pudemos pilotar o Batmóvel (isso já foi tentado sem sucesso na época do PSOne), mas poder planar entre os prédios da cidade procurando por criminosos é diversão garantida mesmo após o término do jogo.

Batman: Arkham City

Produtora: Rocksteady Games

Plataformas: PlayStation 3 e Xbox 360

Nota: 10

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No Comments

  1. Raphael

    1 de março de 2012 at 10:16

    O DLC da Mulher Gato e do Robin também são muito bacanas e a fidelidade do Batman, sua história na formação clássica e a trama são sem dúvida a melhor parte deste jogo. A história é incrível desde o inicio até as missões extra. O roteiro é impecável e possibilidade infinita de ações também são muito interessantes.

    O que me chama atenção negativamente, é o fato que depois de um certo tempo jogando e pegando alguns “vícios” do jogo, o desafio se torna menor e o que conta é mais a repetição do que a astúcia do jogador na pele do homem morcego.

    Mas sem dúvida, o melhor jogo de 2012, até lançarem CDZ.

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  2. niltovisky

    1 de março de 2012 at 10:25

    jogão mesmo, mas não começa com o batman invadindo Arkham City, e sim com o Bruce Wayne sendo sequestrado e dando uma sova no Pinguim, pra mim o melhor do jogo (que é muito bom, nota 10 mesmo) é o começo.

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  3. Alessio Esteves

    1 de março de 2012 at 10:45

    Realmente o jogo faz você se sentir o Batman e gostei muito do visual dos personagens.

    Se me permite uma sugestão, seria legal explicar alguns termos “técnicos” pensando no público que não é extamente “gamer” e vem ler esta matéria por se tratar por Batman ou até mesmo por curtir o trabalho de vocês. Digo isso porque tive que ir pesquisar o que era “DCL”.

    Vamo que vamo!

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    • Felipe Storino

      1 de março de 2012 at 15:04

      Você tem razão, Alessio, a gente tá tão acostumado a usar certos termos que acaba esquecendo que nem todo mundo conhece. Vou ficar ligado nisso nas próximas vezes.

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      • Thiago

        1 de março de 2012 at 17:20

        Putz, eu tinha feito uma observação no final para explicar o que era a DLC, mas acabei esquecendo de colocá-la.

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  4. Raul Pettoruti

    7 de março de 2012 at 01:29

    Plataformas: faltou PC

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