Olá suas criaturas vencedoras da Lei da Seleção Natural!

Que estamos vivendo em tempos modernos não é segredo nenhum. A cada mês sai um novo modelo de celular, logo mais chega o Playstation 4, os cinemas já chegaram na vigésima nona dimensão e a internet não para de crescer. Junto dela, crescem as suas possibilidades através de novos gadgets, aparatos e o que der na telha.

Assim como a tecnologia vai evoluindo graças ao esforço do ser humano, nós vamos aprendendo a conviver e a usufruí-la da melhor maneira que encontramos. Seja jogando online até os dedos caírem ou conversando com pessoas do outro canto do mundo como se elas estivesse literalmente no mesmo cômodo que nós. Os relacionamentos humanos, assim como a tecnologia, evoluem constantemente.

Há uma teoria que diz que o homem não consegue ficar longe da sociedade, do contrário enlouqueceria. Assumo que ficar sozinha por um tempo é bem legal, mas não conseguiria ficar longe dos meus poucos amigos, sejam os que conheci na faculdade/escola ou os online. Além da amizade, o meio de se relacionar romanticamente com as pessoas também mudou.

Pode parecer estranho para alguns, mas existem casos de pessoas que se conheceram na internet, bateu o santo e bom, elas se apaixonaram. Eu sei, você vai dizer

“Mas como eles se apaixonaram através do computador?”

Um dos fatores que nos faz se apaixonar por uma pessoa, é a personalidade dela. Se você se dá mega bem com um cara/menina/seja o que for que você se sente atraído você vai sentir vontade de ver essa pessoa mais vezes. Além de, claro, querer dar uns pegas e partir pra parte interessante do negócio. Só vou explorar um ponto rapidinho:

Amor à primeira vista não existe. O que existe é tesão à primeira vista.

Você pode olhar pra cara dessa pessoa e pensar “Olá seu/sua lindo/linda, vamos observar as estrelas pelados?” mas é impossível você ter ideias de casamento com filhos e uma casa na praia só de bater os olhos num rosto. Na internet também funciona assim, tanto que existem até redes sociais para escolher quem você pegaria e pra quem você se divertiria sozinho. É sério.

Pode parecer meio absurdo, mas é verdade. Eu mesmo conheço casais que se conheceram através da internet, conversaram horrores, jogaram juntos online, trocaram fotos, músicas, arte, mensagens diabéticas, levaram a amizade adiante e estão juntos agora como namorados. Só que esse caso é uma exceção nos dias de hoje. Por quê? Simples.

Porque na internet, você pode ser quem quiser.

Não sei se vocês chegaram a ler meu mega post sobre um anime putaqueparívelmente incrível chamado “Serial Experiments Lain” (dá um pulo lá assim que terminar esse post aqui, garanto que a indicação é boa e é pra todo mundo. Até quem não tem estômago forte), mas lá eu menciono um dos pontos que hoje parece que foi absorvido pela mente da galera heavy user de internet, mas que não deve jamais ser esquecido. A dualidade.

No anime, a protagonista lida com essa questão, encontra várias facetas de si mesma com roupas diferentes, personalidades diferentes, jeitos diferentes. São a mesma menina, mas ao mesmo tempo são meninas diversas. Na internet, você pode ser quem você quiser. De um universitário sem um puto no bolso, até um filho de milionário que faz pinturas e ganha uma boa grana com isso.

É fácil, só exige comprometimento, um pouco de inteligência, disciplina e esperteza. Pegue algumas fotos no google, crie um perfil numa rede social, alimente-o e já era. É quase como teatro. Você vira uma outra personalidade que pode ser seu total oposto, ou pode fazer como a maioria, mostrar um lado que você não sente segurança em mostrar no mundo real.

Um dos fatores que atrai pessoas para a internet, além dos vídeos de gatinhos e de gente caindo, é o fator anônimo. Se assim desejar, você pode ser invisível. Pode falar o que quiser (embora isso seja BEM perigoso), postar o que bem entender e ninguém vai saber quem é você se essa for a sua vontade. Você pode mentir mundos e fundos, se não existir uma pessoa para desmascarar essa farsa, você é livre pra ir onde bem entender, e conversar com quem bem entender.

E é ai que pode existir o problema.

Vamos criar uma situação imaginária. Você tem problemas com o espelho, acha que não é o ser mais lindo do mundo, que poderia perder peso ou ganhar músculo e tem algumas preferências um tanto quanto não aceitáveis na sociedade de hoje (NADA ILEGAL PELO AMOR DE DEUS. INSETOS! VOCÊ GOSTA MUITO DE INSETOS! MAS NADA DE PORNOGRAFIA COM INSETOS!). Você se sente bem sozinho, sem nenhuma pessoa que te fez tremer na base e você mesmo não confia no seu próprio taco pra puxar assunto com aquela menina linda ou com aquele cara lindo.

Você resolve então criar um perfil fake, um perfil que tenha uma foto atraente. Omite o negócio sobre os insetos e cria uma personalidade nova e que seja aceitável pela sociedade (Gatinho/gatinha isso é só uma situação imaginária, seja você mesmo em todas as ocasiões, se sua personalidade não for “aceitável para a sociedade” pense nisso como algo positivo, é asshole blocker) até ai já é meio caminho andado.

O perfil de uma pessoa te chama a atenção, você dá aquela stalkeada básica e vê que vocês dois tem muito em comum. Com esse personagem, e pelo fato de você estar atrás de uma fortaleza chamada computador com acesso à internet, sua confiança vai lá pra cima e você puxa assunto com essa pessoa.

Tudo flui às mil maravilhas. Vocês conversam todos os dias, dão risada, compartilham videos de gatinhos, gente caindo, gatinhos caindo, webcomics e até insetos (Sim! Essa pessoa também gosta de insetos!) e inevitavelmente você se apaixona por essa pessoa. E ai? O que fazer?

Esse é um lado da história, mas e a outra pessoa que conheceu esse personagem? Como fica? E esse relacionamento de internet? Como ter certeza de que o indivíduo que tecla com você durante horas e horas, é realmente quem você acha que é? Há casos de pedófilos se fingindo de crianças na internet, há casos como os de Megan, do filme “Megan is missing” (Mais um post pra dar uma conferida assim que acabar de ler esse aqui) entre muitos outros.

O fator anônimo da internet, como a internet em si, é uma faca de dois gumes.

Yaniv Schulman foi um dos desafortunados a sentir o corte dessa lâmina dupla. Conheceu uma garota na internet e se apaixonou. Começou um relacionamento de internet com ela e quando finalmente juntou grana e coragem pro téte-a-téte na vida real, seu mundo caiu. Megan, a garota pela qual havia se apaixonado, não era nem de longe parecida com a mulher que assumia o teclado.

Isso sem falar na série de mentiras envolvendo reabilitação, câncer, covers de músicas, uso de fotos de um fotógrafo profissional, pinturas e mais um monte de coisa. Só que de toda essa sucessão de decepções, surgiu alguma coisa. O irmão de Yaniv, Ariel, se juntou a um amigo , Henry Joost, e os dois resolveram filmar o desenvolvimento da relação de Yaniv com Megan. Do começo ao fim, desde o “Oi, tudo bem?” até o “Então, eu tenho mais 3 perfis falsos no Facebook e você não é o único com o qual eu converso”.

Surge então “Catfish”, um documentário sobre os relacionamentos online do mundo moderno onde é mais fácil Cutucar no Facebook, do que puxar assunto num bar sábado à noite.

Não é nem preciso dizer que o documentário fez um mega sucesso, rodou os Estados Unidos feito doido e o infortúnio de Yaniv virou sua glória. O pessoal gostou tanto da iniciativa, pela sua veracidade e nudez de fatos que Ariel, Henry e Yaniv conseguiram grana o suficiente para produzirem um reality show também chamado “Catfish” onde eles ajudam pessoas que, assim como o protagonista do documentário, vão conhecer o “amor online da vida deles” e seja o que deus quiser.

Só que não funciona bem assim. Assim como no documentário, Yaniv, Henry e Ariel investigam o perfil do cara ou menina em si. Começam a confirmar informações, buscar origem de fotografias, até mesmo ligam pra conhecidos dessa pessoa para ver se é verdade ou não. Em outras palavras, rola um stalking sério para ver se a pessoa que os contatou para ajudá-la nesse impasse vai ter um final feliz ou não.

O curioso é que, mesmo com algumas informações desmentidas, como o caso de uma menina que se apaixonou por um cara que disse a ela que suas irmãs morreram mas na verdade as meninas estavam vivinhas, o cara ou menina que contatou Yaniv Ltda. ainda assim continua na esperança de que a equipe de Catfish está mentindo ou se recusa a acreditar que o “amor online da sua vida” pode não ser quem ele/ela pensa.

Uma curiosidade é que o termo “Catfish”, varia do Bagre, isso mesmo, o peixe. Devido ao fato de ter bigodes de gato e características de um animal que é o total oposto do nadador, o nome da espécie acabou virando uma gíria para quem assume uma identidade nova em redes sociais. Outro ponto também é que o Bagre é um peixe predador, ou seja, ele se alimenta de nadadores menores, o que, se você parar para pensar, simboliza bem essa história de enganar um indivíduo por muito tempo e fazê-lo gastar tempo e eventualmente dinheiro com um ser que não existe.

Em outras palavras, It’s a trap!

Fica aqui a minha recomendação de reality show da vez. Sei que dessa vez não teve nenhuma bizarrice ou sangue, mas analisando Catfish, é de dar medo porque a história de Yaniv não foi a primeira, e com certeza não será a última.

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