Olá meus queridos leitores da tia!

Todo mundo aqui já se aventurou por salas de bate papo quando ainda era uma coisa supimpa, do mesmo jeito que a maioria de vocês tinha a tão irritante internet discada. Nos dias de hoje, fazer amizades via internet é uma coisa completamente normal, temos amigos de outras cidades, outros estados e até de outros países.

Conhecer pessoas é uma das finalidades dessa coisa maravilhosa chamada de internet, e por conhecer pessoas eu digo TODO o tipo de pessoa. E isso, as vezes, pode ser fatal. Megan is missing, o filme a ser resenhado da vez, é todo sobre chats, adolescentes e predadores.

Dirigido por Michael Goi (Is always sunny in philadelfia e The Mentalist), Megan Is missing é um filme de baixo orçamento, e um recorte resultante de 7 casos reais de meninas que, entre tantas pessoas legais e interessantes para conhecer, acabaram topando com o pior tipo possível: Os predadores sexuais.

Casos de pedofilia na internet, infelizmente, são comuns. Várias reportagens a respeito foram feitas e mesmo com as medidas tomadas, pedobears continuam a aparecer e Megans a sumir. Mas voltemos ao filme, a discussão social/2.0 vem depois.

A película conta a história de duas adolescentes completamente diferentes em personalidade mas que são melhores amigas. Megan tem 14 anos, é bonita, descolada, auto confiante e popular. Amy tem 13 anos, é carinhosa, dócil, gentil, inocente e o patinho feio da dupla por não ser popular. Logo de começo vemos uma “festa” em que Megan leva Amy por ser aniversário da mesma, de ver aquela cena eu fiquei inconformada/chocada/enfurecida.

A bebedeira rolava solta, assim como o consumo de drogas (juro por deus que dava pra ver o filtro do cigarro no “baseado” que elas fumavam) e o sexo. Gente, antes que venham com comentários do tipo “Ah, bebida em festa é normal” e blá, blá, blá, quero reforçar uma coisa ESSAS MENINAS TÊM 13/14 ANOS DE IDADE.

A erotização precoce presente nessa geração no filme é uma coisa clara, além de ser alarmante, chocante e absurda. Vocês mesmos provavelmente já viram posts com fotos de meninas de 13/14 anos vestidas e se comportando como se tivessem 18 ou mais anos de idade. Como eu havia comentado na minha resenha do livro “Sex Shop”, a iniciação sexual das meninas está tão precoce que garotas de 11 anos estão ficando grávidas. Gente na boa, quando eu tinha 14 anos minha maior preocupação era boss Fight, não perder os animes na tv e anotar o password num papel o mais rápido o possível.

Poucas são as exceções dessa nova geração e colocamos fé em vocês, eu pelo menos coloco. Enfim, Megan acaba conhecendo na internet um skatista chamado Josh e devido ao tratamento que o cara tem com ela, a garota logo se apaixona. Vou só explicar melhor para vocês. Por mais que Megan aja como uma pessoa adulta e confiante, no quesito sexo ela é uma garota fácil. Uma garota que os caras procuram quando estão afim de um boquete ou uma transa sem compromisso, tipo a melhor amiga da Evan Rachel Wood de “Aos treze”.

E quando uma menina dessa encontra um cara que a trata como um ser humano e não como uma boneca inflável, lógico que ela vai prestar atenção nesse cara de forma diferente porque ele a respeita e a trata com respeito. Esse comportamento de Megan tem embasamento psicológico, não entrarei em detalhes do porquê ela é assim, seria spoiler e vocês muito bem sabem que relevar pontos importantes vai contra as minhas políticas.

No outro lado da balança temos Amy, ela é uma menina estudiosa e que tem um relacionamento sólido e carinhoso com sua família. Ela representa a parte pura da dupla, enquanto Megan foi “corrompida” pelo mundo do sexo, drogas e bebida (Digo isso de forma negativa porque simplesmente 14/13 anos NÃO é a idade certa para sair transando e enchendo a cara pela noite), Amy não, tanto que quando vai a festa com Megan passa mal depois de ter bebido somente uma cerveja.

Depois de um tempo conversando e flertando, Josh pede para conhecer Megan pessoalmente e é ai que a coisa fica séria. A garota sai de casa e não volta mais. Ai começa o escarcéu, polícia, imprensa e todo mundo sai numa busca atrás da menina. Amy também fica preocupada com a única amiga que tinha na escola toda e isso também, por mais nobre, acaba tendo consequências nada legais.

O que me chamou a atenção nessa sequência de conversas foi o fato de que Megan, por mais que se considerasse esperta e madura, não achou estranho o fato de Josh nunca ter ligado sua webcam. E, quando o garoto lhe responde que é porque a mesma esta com defeito, deixa o fato para lá acreditando nele. Ou seja, somente ela se expõe e somente ela se deixa ser vista e é ai que mora o perigo.

Agora vamos para a parte técnica. Megan is missing foi todo filmado por handcams, webcams e câmeras de celular. Segundo o diretor, ele usou dessa abordagem por ser o modo como os adolescentes de hoje se comunicam. Dá um pouco de agonia ver a câmera tremendo em certas horas do filme mas depois de um tempo você acostuma.

A atuação é sofrida. Se você se irrita fácil com garotas como as que a cantora P!nk fala na música “Stupid Girls” então se segura na cadeira meu querido, porque você vai querer atirar o computador na parede. Outra coisa que não dá pra comentar muito pois seria spoiler mas que me deixou brava foi o comportamento de Amy após o desaparecimento de Megan. Dica grande, o seguro morreu de velho.

As cenas finais e o desfecho da história dão agonia, não pelas cenas mostradas mas sim pelo fato de que aquela realidade não tem nada de fictícia. Como eu já havia dito no começo da resenha, Megan is missing foi um compilado de 7 histórias de garotas que foram sequestradas por predadores sexuais que conheceram na internet. Para vocês terem noção, a Amy de verdade tinha apenas NOVE anos de idade.

Michael fez esse filme justamente para alertar os pais sobre os perigos da internet, principalmente para as meninas. Os pedobears andam soltos e em uma quantidade absurda. Apesar de ser categorizado como “terror”, Megan is missing pode entrar para a mesma turma de “Bang, bang, you’re dead”, “Trust”, “Elephant”, “Aos treze” e “Christiane F.” ou seja, filmes que essa galera que se acha tão esperta e madura precisa assistir pra se tocar que a realidade é bem mais dura e doente do que se pensa e que se você vai pro lado errado da coisa, às vezes, não tem mais volta.

Megan Is Missing (EUA, 2011)

Diretor: Michale Goi

Duração: 85 min

Nota: 7 (Não é uma obra prima, mas vale pelo recado)

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No Comments

  1. Joelma Alves

    15 de maio de 2012 at 18:26

    Beatriz, interessante notar seu choque com a erotização precoce das novas gerações. Aconteceu o mesmo comigo, quando comecei a ter um contato direto com esse público na farmácia onde trabalho. E de quem é a culpa disso? Pode ser da mídia, que expõe conteúdos cada vez mais baixos a crianças (tem novela por aí fazendo casamento de crianças de 7 anos com direito a selinho, e isso nem é o que eu quis dizer com baixo) e pode ser da família também. Mas quem é a família (que você cita no último parágrafo dizendo que o filme é um alerta aos pais)? Muitas crianças de hoje não tem pai nem mãe, não tem sequer uma referência presente na sua criação.
    Acredito que muito por esses fatores (além das facilidades advindas com a internet em si) esses casos de pedofilia vem aumentendo tanto. E quem sabe com a produção de filmes como este, e resenhas como esta divulgando, as ‘crianças’ não fiquem mais atentas a esses perigos.

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  2. Bárbara Vergara

    16 de maio de 2012 at 19:43

    Putz, idem. Comigo também, nessa idade eu queria ser a melhor lutadora de Kung Fu ¬¬’ . huahuahua

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  3. tio chocomalk

    17 de maio de 2012 at 12:05

    =

    Cara, vendo essas coisas da até um aperto no coração… lembro que eu e meus amigos aos 15 anos só pensavamos em jogar video-game, futebol, desenhar e brincar com bonequinhos. Ta certo que meninos ( supostamente ) crescem mais devagar q meninas, mas mesmo assim. Se parar e pensar nas “crianças” vivem na minha rua, percebo que eles falam mais em “pegar mulé” do que eu hahaha.

    Mas bem… concordo com a Joelma, a culpa é de pelo menos 60 à 70% da tv. Que alem de mostrar, de quebra incentiva ao “crescimento” acelerado ( ou antecipado ) da mulecada.

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  4. Barbara

    3 de julho de 2012 at 21:37

    Menina, eu baixei esse filme dia desse pq eu vi numa lista de filmes subestimados de terror. Eu vi um pedaço, mas agora eu vou voltar e ver o resto. Mas eu comecei a ficar com aflição pq as reações delas (amy em especial) se parecem mto com os de uma menina de 14 anos e comecei a ficar apreensiva demais. hahaha

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  5. fernando

    5 de junho de 2013 at 20:37

    Mas eu fiquei na duvida, se as cenas do final do filme, são mesmo as garotas reais ou não. Pois, são muito parecidas com as atrizes.

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    • Pedro Lunardi

      8 de março de 2014 at 17:00

      Não meu velho, as únicas cenas reais são da câmera de segurança e a imagem de um jovem aleatório que o “Josh” enviou pra Megan como sendo ele. Os 22 minutos e as duas fotos são as atrizes mesmo.

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  6. Paulo

    11 de janeiro de 2014 at 03:34

    ” a iniciação sexual das meninas está tão precoce que garotas de 11 anos estão ficando grávidas. ”

    Breaking news: isso acontece desde que o mundo é mundo, não é coisa da modernidade. Aliás é bem antigo. Moderno é criança ser tratada como bichinho de porcelana, adolescente como criança e jovens adultos como adolescentes. Durante a maior parte da história, crianças eram “pequenos adultos” e passada a puberdade, vc já era um adulto em todos seus deveres (em muitas partes do mundo ainda é assim e mesmo no Brasil o tal princípio da proteção integral continua mais no papel que na prática. Obviamente que ao menos em tese, hoje em dia é melhor. Só me cansa esse papo de “nossa, hoje em dia tá foda” em coisa que é mais velha que a invenção da roda. Também não custa lembrar que para alguém ser inciado sexualmente é necessário pelo menos a intervenção de uma outra pessoa, pra que ninguém jogue tudo nas costas das garotas.

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