ARTE DA VITRINE: Thiago Chaves (@chavespapel)

Essa semana uma notícia me deixou indignado, um rapaz andava de skate em um dos diversos parques de Curitiba – mais especificamente no Parque Bacacheri – e foi detido bruscamente pela Guarda Municipal por desacato a autoridade e por estar trafegando com o skate em local inapropriado, local esse destinado a pedestres fazendo caminhada e corrida.

Eis o vídeo da prisão:

Os guardas agem o tempo todo com violência e agridem o rapaz, tudo porque ele andava de skate. Eu acredito que nem ladrão eles tratam dessa forma porque tem receio, medo ou qualquer coisa do gênero, mas não é essa a questão que quero levantar.

Curitiba sofre de um problema sério de falta de educação da população, são poucos casos de pessoas que se respeitam, seja no trânsito, seja nos parques, seja em shoppings ou supermercados. A maioria das pessoas educadas que conheço vieram de outras cidades do Paraná e até de outros estados. Parece que essa capital, que é uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes, está parada no tempo e que ainda acha que é uma pequena cidade, acham que somos uma vila. A criminalidade nunca esteve tão alta – e não me venham dizer que é culpa das pessoas que vem de outros estados – e mortes absurdas acontecem o tempo todo.

 Mas vamos ao problema dos parques em Curitiba.

Sou frequentador do Parque Barigui, um dos maiores e mais famosos parques da capital e, por consequência, o mais cheio. Prefiro sempre ir em horários fora de pico, pois como vou andar de skate e a minha esposa vai de patins alguns horários são ótimos, porque encontramos apenas alguns pedestres e ciclistas. Mas as vezes fujo um pouco dessa regra e vou em horários comuns. Salvo exceções, onde o parque fica intransitável, dá para passear sem ter problemas. A grande questão fica para as pessoas que andam por lá. Existem hoje três pistas para serem utilizadas, uma é bem recente e não possui indicação de que esporte pode ser praticado lá, uma é apenas para ciclistas e a terceira é para pedestres caminhando e/ou correndo. Dada essa informação, nós dos esportes “diferentes”, não possuímos uma pista exclusiva, ficando a nosso cargo escolher em qual ir. Sigo sempre pela de ciclistas, por me parecer mais óbvio, mas quando o movimento é grande fica difícil transitar por ali. Então temos duas opções de pista, uma sem demarcação oficial e outra dos pedestres.

O parque era assim antes da construção da terceira faixa.

Sem muitas opções, andamos em qualquer faixa que tenha menos tráfego, o que gera para nós , skatistas e patinadores, problemas como caras feias, xingamentos, reclamações do tipo “você não pode andar com isso aqui” e por aí vai. Fora o risco de algum acidente, como o ocorrido com a minha esposa, que por falta de opções acabou trombando com um outro skatista e ambos se machucaram. Outros problemas que temos é a falta de consciência do próprio usuário, que por várias vezes anda ou corre em pista de ciclistas, ou ciclistas que andam na pista dos pedestres, ciclistas em alta velocidade – o que acho inconcebível de acontecer dentro de um parque, até porque temos um velódromo em Curitiba –, pessoas passeando com seus cães ou turistas conhecendo o parque.

Sei que não é fácil colocar tudo isso dentro de um mesmo espaço, mas se todos colaborassem, teríamos uma convivência muito mais agradável e todos poderíamos usar os parques da melhor forma possível. O respeito é a melhor forma de coexistir sem atrapalhar o próximo.

UPDATE!!!!

Essa aconteceu em um Skate Park no Rio. Amigos é um Skate Park e o Guarda Municipal meteu o pé no skatista!

Pedro Henrique Neném estava fazendo suas manobras no Skate Park de madureira no Rio de Janeiro quando em uma manobra de salto o guarda sem noção não se conteve lançou o pé na direção do Skatista provocando o acidente.

O guarda foi demitido, mas convenhamos, foi pouco pra quem provocou um acidente que poderia ter tido graves consequências.

Retirado do Sedentário & Hiperativo

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No Comments

  1. Gustavo Silva

    26 de julho de 2012 at 13:47

    Concordo completamente quando você diz que o parque foi feito para todos, é uma tolice achar que um tipo de pessoa pode mais que o outro ali. MAS acho que deve-se respeitar a indicação das vias, somente pedestres na faixa de pedestres, somente ciclistas nas faixas para ciclista e a terceira faixa é livre para qualquer utilização que for cabível a um parque.

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    • Sayron

      26 de julho de 2012 at 13:52

      Mas ai é que está o problema. Ninguém respeita as indicações e todos acham que a faixa livre, sem indicação nenhuma também é feita para quem está caminhando. Em qualquer das três vias os outros acabam achando que estamos errados. Como vou passar o dia no parque se os outros acham que não tenho o direito de estar lá por não ter uma faixa?

      Reply

      • Thiago Chaves

        26 de julho de 2012 at 14:03

        Bom, como são humanos que ali circulam, não esperem que tudo seja respeitado milimetricamente. Seria ótimo que todos andassem somente pelas suas faixas, mas não é o que acontece (em qualquer parque).

        Tirando a parte do policial agressor (algo extremamente absurdo), esse parque poderia ser muito bem o Ibirapuera daqui de São Paulo, com a diferença que o número de pessoas que aqui circulam é ainda maior.

        Quando ando por lá, o que mais me irrita são aquelas pessoas turistas, que entram nas faixas de bicicletas achando que estão andando pelo quintal de casa. Esse tipo de pessoa causam acidentes sempre por lá.

        Outro problema, já apontado por você, são ciclistas querendo correr em um parque cheio. Outro absurdo.

        Enfim, acho que é preciso melhorar as indicações visuais do lugar (com o chão pintado, placas e tudo mais), como também algumas campanhas no próprio parque pedindo para que as pessoas fiquem atentas as indicações. Contando é claro, que tais pessoas sejam educadas para respeitar isso.

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