A ideia por trás de Portal era extremamente simples: um jogo com vários puzzles a serem resolvidos utilizando uma arma capaz de criar portais. De tão simples, o game ganhou até mesmo uma versão em flash para ser jogada nos navegadores de internet. Mas, o jogo acabou fazendo um sucesso tremendo. Talvez tenha sido por trazer um novo fôlego aos jogos em primeira pessoa, já que nenhum tiro é disparado pela protagonista durante todo o jogo. Além disso, o jogo trazia apenas dois personagens: a protagonista controlada pelo jogador e a inteligência artificial conhecida como GLaDOS. Sendo que apenas a segunda tinha falas durante toda a campanha.

Com sua voz robótica e aparente calma, GLaDOS acaba se revelando uma inteligência artificial psicopata e que se diverte testando a pobre protagonista. Quem jogou o primeiro Portal sabe o quanto ele era sensacional, então será que a Valve conseguiria se superar com uma continuação? Sim, ela conseguiu, Portal 2 pega tudo o que fez sucesso no primeiro jogo e consegue deixar ainda melhor.  A começar pelos puzzles que agora envolvem muito mais do que a arma de portais, contando também com pontes feitas de luz e o gel propulsor/repulsor, que fazem o jogador ter que pensar muito mais na hora de agir.

portal 2

O game começa com a protagonista acordando em um quarto, após ter sido recapturada no final do primeiro Portal. Não sabe quanto tempo passou desde então, mas não demora para as coisas começarem a dar errado. Uma inteligência artificial chamada Wheatley surge para avisar que a base da Aperture Science está sendo destruída e começa a ajudar a protagonista a escapar. E se você não lembra ou não jogou (imperdoável) Portal, vai sentir dificuldade neste começo, pois o jogo não tem tutorial. Você já é colocado para resolver quebra-cabeças simplesmente com o conhecimento que adquiriu jogando o primeiro jogo. Eu achei isso excelente, pois dá realmente a sensação de continuidade na história.

Como eu disse, uma das grandes qualidades de Portal eram os personagens (no caso só a antagonista) e aqui não é diferente. Wheatley é totalmente o oposto de GLaDOS, com um sotaque britânico e sempre tentando ser simpático, além de ser extremamente covarde. Apesar de toda essa simpatia, é impossível não desconfiar do nosso mais novo amigo depois de tudo que passamos no primeiro jogo. E essa sensação de que ele está sempre escondendo algo é grande parte da graça de Portal 2, afinal, não temos mais ninguém em quem confiar, mas também não conseguimos confiar completamente em Wheatley. Mas não demora para que as preocupações com nosso pequeno amigo fiquem de lado, quando GLaDOS ressurge. E com sede de sangue.

Nossa velha amiga não ficou nada feliz de morrer nas nossas mãos e agora busca vingança sempre justificando tudo com os tais testes da Aperture Science. Apesar de continuar com sua voz calma e robótica, é possível perceber todo o ódio de GLaDOS. É impossível contar todos os detalhes que são ditos pela personagem, mas quem curtiu o primeiro jogo com certeza vai gostar ainda mais da vilã nesta continuação.

A jogabilidade de Portal 2 continua praticamente idêntica a do seu antecessor. A diferença é que com os novos apetrechos que podem ser usados, alguns cenários também ficaram bem maiores e é necessário analisar durante bastante tempo até achar uma solução. Graficamente, o jogo está ainda mais bonito que o primeiro e traz ambientes muito mais variados. Enquanto grande parte da aventura anterior se passava dentro das salas de testes, aqui temos muito mais cenários abertos, com alguma vida vegetal aparecendo. Até mesmo as salas de testes estão um pouco diferentes, já que grande parte delas está um pouco destruída devido aos acontecimentos de Portal. Os cenários apresentam também muito mais movimento, com várias coisas voando pela tela ao mesmo tempo em algum deles. As sombras dos objetos e personagens também estão sensacionais e alguns ambientes mais escuros são realmente angustiantes.

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Portal foi um dos melhores jogos que surgiram nos últimos anos e, se você também gostou dele, é praticamente impossível não gostar de Portal 2. Mas se por acaso você não jogou nem o primeiro (talvez por estar em Marte, pois só isso justifica tal ato), trate de jogar os dois games de uma só vez e tenha uma overdose de puzzles inteligentes e inteligências artificiais psicóticas.

Portal 2

Produtora: Valve Corporation

Plataformas: PlayStation 3, Xbox 360 e PC

Nota: 10

Tem aqui no STEAM: http://store.steampowered.com/app/620/


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No Comments

  1. Joelma Alves

    8 de junho de 2012 at 16:42

    Felipe,

    Até que enfim concordo 100% com uma nota que você dá! rsrs
    Portal é um game incrível, perfeito! Foi meu jogo preferido do ano passado, e acredito que será um dos meus preferidos PRA SEMPRE! =)
    E não me fale daquele falso do Wheatley! Me enganou direitinho… (Se quer saber se um personagem será o vilão no final é só descobrir meu personagem preferido no jogo, quase nunca falha.)
    O legal de Portal 2 é que além de ter puzzles muito mais complexos, você também conhece tudo sobre a fundação da Aperture Science, vê aqueles poster antigos, ouve gravações do fundador!
    É isso, Portal é um jogo maravilhoso, acho que deveria ser utilizado em projetos ultra-secretos para criar super-humanos. =)
    Será que sai um terceiro?

    Reply

  2. Tais

    9 de julho de 2012 at 16:45

    “E se você não lembra ou não jogou (imperdoável) Portal, vai sentir dificuldade neste começo, pois o jogo não tem tutorial”

    Discordo. No começo do jogo, nos é ensinado a usar WASD e Space; quando nos deparamos com os primeiros puzzles do primeiro jogo, mas destruídos em parte, aprendemos a usar os botões e pegar os cubos; mais pra frente, logo depois de pegarmos a portal gun e GLaDOS nos jogar para puzzles recém reconstruídos, vemos como usar o zoom. O coop de Portal 2 também ensina várias coisas antes dos testes propriamente dito. A curva de aprendizagem do jogo é excelente por isso.

    Reply

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