surfistaprateado_parabola

Nome original: Silver Surfer: Parable
Editora/Ano: Panini, 2014
Preço/ Páginas: R$21,90/ 92 (Compre aqui!)
Roteiro: Stan Lee
Arte: Moebius

Sinopse: Galactus converteu a humanidade em seus seguidores e a esta conduzindo para a destruição E o único oponente do Devorador de Mundos é o heróis que ele mesmo aprisionou na Terra: o Surfista Prateado. Galactus jurou nao consumir o planeta, mas e se, em vez disso, ele transformar a civilização em seus adoradores? Aos terráqueos o semideus prometeu um futuro melhor, mas nenhuma outra pessoa conhece tão bem os verdadeiros propósitos dele do que o Surfista Prateado, seu antigo arauto. Aos possíveis discípulos do Devorador, resta tão somente assistir ao colossal confronto das duas divindades intergalácticas

 


O Surfista Prateado nunca foi um dos meus personagens preferidos. Na real eu nunca me interessei em ler nada dele, conhecendo o personagem apenas pela participação nas histórias de outros heróis. Com a Panini lançando o encadernado Surfista Prateado – Parábola, resolvei dar uma chance ao personagem cósmico e acabei curtindo bastante a história escrita pelo próprio Stan Lee e desenhada pelo Moebius.

Felizmente a história se passa em um universo paralelo ao universo tradicional da Marvel, sem a presença de outros super seres (bom, pelo menos nenhum deles deu as caras pra tentar salvar o planeta). Na trama, o Surfista salvou a Terra de ser devorada por Galactus e agora vive vagando pelas ruas como um mendigo, sem saber que rumo tomar agora que não é mais um arauto do devorador de mundos. Até que um belo dia o vilão gigante quebra sua promessa de deixar o nosso planeta em paz e retorna à Terra.

A parte interessante desse retorno de Galactus é que ele sempre cumpre uma promessa, então não ataca a Terra com as próprias mãos. Ele decide que vai deixar os próprios terráqueos destruírem tudo para só então poder devorar o planeta. Para isso, ele surge no meio de uma cidade se autoproclamando um deus, fazendo com que fanáticos religiosos logo caiam na lábia dele e comecem a fazer o seu serviço sujo. A partir daí, cabe ao Surfista Prateado salvar os tolos humanos deles mesmos. O problema é que parece que eles não querem ser salvos.

Com essa premissa aparentemente simples, Stan Lee apresenta um roteiro repleto de discussões filosóficas, políticas e religiosas. Um dos temas mais abordados (e criticados) na história é justamente a influência que a religião exerce na política de muitos países e os males do fanatismo religioso. Esse fanatismo é representado pelas pessoas que passam a fazer as maiores atrocidades simplesmente porque um ser superior surgiu e disse que ninguém será punido desde que viva como quiser.

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Outro ponto bem interessante da história é que ela mostra que a humanidade tem um certo medo de caminhar com as próprias pernas, sempre procurando um ser superior no qual se apoiar e, porque não, culpar pelos próprios atos inconsequentes. De certa forma é uma visão até bem pessimista dos humanos, já que mostra que a maioria das pessoas não se importaria de cometer atos terríveis desde que tenham a certeza da impunidade.

A arte de Moebius ajuda a mostrar a humanidade como a verdadeira vilã, já que a maioria dos humanos retratados tem uma aparência bem esquisita. Enquanto isso, as duas divindades não-humanas (o Surfista e Galactus) são os que possuem os traços mais normais, mostrando que talvez eles sejam as únicas criaturas com algum discernimento do certo e errado neste cenário. Sem contar que a representação que Moebius faz de Galactus como um deus é fantástica, sempre mostrando a criatura com algum tamanho diferente, fazendo com que o leitor não consiga perceber a verdadeira magnitude do devorador de mundos.


Essa HQ foi gentilmente cedida pela nossa parceira, Comix Book Shop.

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