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“Every hero, every power will unite”

Ao entrar na sessão de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, meu maior medo é de que esse fosse mais um filme em que a equipe é apenas coadjuvante para o Wolverine brilhar. Eu gosto dos primeiros filmes, mas a verdade é que Primeira Classe foi muito mais um filme dos X-Men do que aqueles estrelados pelo Hugh Jackman. Felizmente, apesar de continuar como protagonista da série, o mutante canadense dessa vez deixou espaço para que outros personagens brilhassem.

Baseada na história Days of Future Past, o filme mostra Wolverine voltando no tempo (mais especificamente para 1973) para impedir um assassinato que daria origem ao futuro sombrio mostrado logo no início da projeção. Claro que, por envolver viagens no tempo, o roteiro escrito por Simon Kinberg, Jane Goldman e Matthew Vaughn possui alguns furos quando paramos para pensar no resto da franquia. Mas são coisas mínimas e que não comprometem a diversão. Na verdade, no final do filme é até interessante ficar imaginando de qual linha do tempo os três primeiros filmes fazem parte.

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Pode parecer redundante em um filme de supergrupo, mas em Dias de um Futuro Esquecido finalmente a equipe é a palavra chave. Enquanto nos outros filmes geralmente tínhamos cada um dos membros lutando contra algum outro mutante individualmente, aqui talvez seja a primeira vez que vemos o grupo agindo em perfeita sincronia. A primeira sequência de combate do filme, que mostra os X-Men do futuro tentando sobreviver a um ataque de sentinelas, é fantástica e mostra todo o talento de Bryan Singer como diretor de cenas de ação.

Entre personagens atravessando paredes, portais de teletransporte e pontes de gelo, seria fácil que o espectador acabasse meio perdido em meio ao combate, mas não é o que acontece. Mesmo com tanta coisa acontecendo e tantos poderes sendo utilizados, ainda conseguimos identificar onde cada personagem está e o que ele está fazendo. Algumas cenas são tão impressionantes ao retratar os poderes dos personagens que parecem ter saído direto das páginas de algum gibi dos mutantes. Aliás, o início do filme já mostra a vontade de Singer em agradar os fãs dos quadrinhos, colocando mutantes nem tão conhecidos do grande público, mas que são adorados pelos fãs, como Blink, Apache, Bishop e Mercúrio (que protagoniza uma das melhores sequências de ação de toda a franquia).

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Quando alguns mutantes finalmente se enfrentam em público no ano de 1973, Bryan Singer é eficiente ao transmitir, para o espectador, todo o desespero da população. Como a cena envolve emissoras de TV transmitindo um evento no local, Singer utiliza câmeras na mão, com imagens tremidas como se o operador da câmera estivesse fugindo. Além disso, ele muda o formato da tela, passando de widescreen para aquele velho formato quadrado 4:3 das antigas TVs de tubo, e diminui levemente a qualidade da imagem. Tudo para dar a impressão de que vivemos em 1973 e estamos vendo aqueles seres pela primeira vez. O diretor consegue ainda criar uma grande tensão no ato final do filme, com uma montagem que alterna entre cenas no passado e no futuro, com destaque para Magneto utilizando seus poderes ao máximo nas duas linhas temporais.

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Se no começo da produção de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido parecia arriscado trazer de volta Bryan Singer e o elenco original depois do sucesso de Primeira Classe, após assistir o filme a sensação é de que esta foi a decisão mais acertada. Singer sabe e gosta de trabalhar com os mutantes e, 14 anos depois de dirigir o primeiro filme da equipe, ele não apenas consegue consertar (pelo menos um pouco) a bagunça cronológica da franquia, como também nos entrega o melhor filme da série até agora.


X-Men: Days of Future Past (EUA, UK)

Diretor: Bryan Singer

Duração: 131 minutos


 

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