Brian Michael Bendis

Ele é talvez o maior escritor da Marvel dos últimos anos, perdendo apenas para Mark Millar. Foi o responsável por revitalizar franquias, além de ajudar na criação de novas.  Não escreve apenas material mainstream e se aventura também no autoral (inclusive começou a carreira assim). Brian Michael Bendis é inegavelmente um escritor de talento que fez por merecer o reconhecimento e prêmios que conquistou ao longo da sua trajetória.

Veja a seguir uma lista de 10 gibis que vale a pena conferir do autor:

10 – ULTIMATE COMICS SPIDER-MAN VOLUMES 1 E 2

ultimate_comics_spider-man_vol1O Universo Ultimate passou por uma pesada reformulação após o evento conhecido como Ultimatum, em que Magneto descobre toda a verdade por trás dos mutantes e resolve destruir o mundo inteiro. A linha foi relançada com Bendis continuando com as aventuras de Peter Parker e com Mark Millar retornando ao Ultiverso, dessa vez com seus Ultimate Avengers.

Brian Bendis aproveitou o novo status quo para matar um importante vilão da galeria do Aranha logo na primeira edição; Peter Parker começar a namorar com Gwen Stacy; a casa da Tia May é transformada em uma pensão de jovens heróis e também, posteriormente, executou o evento mais importante do selo: a morte de Peter Parker.

O título é relançado agora sendo o volume 2 e com um novo Homem-Aranha! E o mais surpreendente: ele é negro! O surgimento de Miles Morales foi notícia em diversos veículos jornalísticos dos Estados Unidos e trouxe a atenção necessária para a linha (que andava mal das pernas no quesito vendas). Com o novo Aranha, Bendis criou novos vilões, introduziu mais  versões de personagens do Universo 616 (o tradicional da editora) além de trabalhar com antigos em uma nova roupagem.

Acompanhar a gênese de um herói nunca foi tão legal.

9 – SECRET WAR

Em 2005, a Marvel Comics passava por reformulações em seus títulos, principalmente na linha Vingadores. Homem de Ferro estava nas mãos de Warren Ellis, Capitão América era escrito por Ed Brubaker, algum tempo depois Thor foi relançado por John Michael Straczynski e o próprio Bendis assumiu o grupo dos Maiores Heróis da Terra.

Só que foi em 2004 que a editora começou a limpar a casa para revitalizar suas franquias. Bendis se aliou ao desenhista italiano Gabriele Dell’Otto para contar a derrocada de Nick Fury e como isso afetou todo o universo Marvel.

A história começa com Fury descobrindo a existência de toda uma cadeia de financiamento aos super vilões, e o pior, essa rede é abastecida pela Latvéria (a famosa nação comandada pelo Doutor Destino). Estarrecido com a descoberta, o superespião entra em contato com o governo americano, que manda o cara catar macaco, pois o momento diplomático dos EUA com o país europeu estava muito bom.

Desolado, Fury resolve reunir um grupo de heróis para invadir o país inimigo e tirar a primeira ministra Lucia von Bardas do poder (Doom estava preso no inferno nessa época). Um ano depois ele é obrigado a enfrentar as consequências desse ato.

A mini em 5 partes ajudou a mudar o panorama da editora, com Fury saindo do comando da SHIELD e entrando para a ilegalidade, introduzindo a nova diretora Maria Hill, além de uma nova personagem: Daisy Johnson, a Tremor. Outro ponto importante desse material é que ele serviu como base para as futuras histórias do escritor, como New Avengers e também para megassagas.

8 – MOON KNIGHT

UMoon-Knight_6-674x1024m personagem classe C. Uma dupla criativa de alto calibre. E esse personagem tem sérios problemas mentais com múltiplas personalidades. E essas personalidades são o Homem-Aranha, Wolverine e Capitão América.

Bendis volta a se aliar com seu parceiro de longa data Alex Maleev em 12 edições do Cavaleiro da Lua, que é possivelmente uma das melhores fases do personagem.

A trama toda envolve o Cavaleiro da Lua, a cabeça de um Ultron e como isso complica a vida de nosso herói atraindo a atenção do Conde Nefária, Madame Máscara e outros vilões em Los Angeles. Além disso o personagem se envolve romanticamente com a Eco (lembram dela?) em uma história que vale a pena conhecer.

Uma pena que a Panini optou por não publicar esse gibi por aqui. Mas corra atrás, vale a pena!

7 – SPIDER-WOMAN

SPIDER-WOMAN

Jéssica Drew é uma das maiores paixões de Brian Bendis, o escritor nunca se cansa de comentar isso. Ele inclusive escreveu a nova origem da personagem (que é bem qualquer nota, leia por sua conta e risco) e depois teve a oportunidade de escrevê-la novamente, ao lado do eterno Alex Maleev.

A série se passa imediatamente após o final da Invasão Secreta, evento no qual para quem não sevlembra, a Mulher Aranha foi raptada pelos skrulls e a rainha da raça alienígena tomou o seu lugar na Terra. Veranke deflagrou uma invasão na Terra, dando origem a uma das piores sagas da Marvel (escrita pelo próprio Bendis, mas isso é papo pra outro dia).

Após esses eventos a vida de Drew está um lixo e sem sentido. Até que a SWORD (a SHIELD do espaço) faz uma proposta: caçar skrulls restantes na Terra. Tem algo melhor do que isso?

Bendis realmente entregou um belo trabalho aqui, claramente você percebia que o escritor gosta da personagem. Pena que durou 7 edições. A série durou tão pequena porque além da versão impressa também tínhamos o motion comics que saia simultaneamente, sobrecarregando o desenhista Maleev (que arrisco dizer que fez o melhor trabalho da vida dele aqui).

Essa também é outra série que a Panini não publicou no Brasil. Ei, Panini qual é o seu problema com o Bendis e o Maleev se juntando para revitalizar personagens classe C?

6 – AVENGERS DISASSEMBLED

O pior dia da história dos Vingadores. Essa é a definição por trás de Avengers: Disassembled (ou Vingadores: A Queda aqui no Brasil). Bendis foi chamado para destruir o grupo junto com o desenhista David Finch justamente na edição comemorativa #500 da equipe.

Tudo começa com o Valete de Copas voltando da morte justamente para…morrer de novo, explodindo uma parte da Mansão dos Vingadores e matando o Homem Formiga! Em seguida um monte de Ultrons aparece, a Mulher Hulk perde a calma e destrói o Visão e cada vez mais a situação vai piorando sem parar.

Mais um querido herói morre e no final descobrimos que o vilão por detrás de tudo isso não é bem um vilão, e sim um dos membros mais queridos do grupo.

O senso de urgência na história é instigante, principalmente na edição #500 em que cada página reserva algo terrível ao grupo. A saga acaba na edição #503 com o fim da equipe.

Bendis ainda escreveu uma bela carta de amor ao grupo em Avengers: Finale com os principais Vingadores celebrando seus grandes momentos do grupo e aos amigos que vieram morrer ao longo de toda a história do time.

Apesar da história gerar grande polêmica por parte dos fãs é inegável que ela é uma das mais importantes do grupo, além de ter dado origem a uma das maiores e melhores fases dos Vingadores.

5 – ALIAS

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Uma personagem desconhecida em uma linha voltada para o público adulto. Um escritor começando a escrever o seu nome na editora. E a primeira página é da protagonista fazendo sexo anal com o Luke Cage.

Bem-vindo ao mundo de Alias.

Jessica Jones é uma ex super-heroína que abandona esse mundo após um caso que ela prefere não revelar para ninguém e decide virar uma detetive particular. Apesar da série se passar no selo MAX (falamos dele AQUI, lembra?) há diversas participações de personagens da editora, como por exemplo o Capitão América, Ms. Marvel, Luke Cage, Homem-Formiga (uma salada que nunca foi explicada direito, mas tudo bem).

Alias é um dos melhores trabalhos de Bendis, pois a série tem todo um ritmo televisivo em que o ponto forte são os diálogos, grande característica do escritor. Aqui o autor preocupou-se em desenvolver um personagem criado do zero, que veio se tornar um dos melhores da década passada. E ainda com toda a liberdade para fazer retcons a torto e a direito, já que tinha uma folha branca em mãos – e o melhor, os retcons foram bons.

Contando com a arte de Michael Gaydos que casou perfeitamente com a proposta do roteirista Alias figura como uma das obras mais legais da Marvel dos últimos anos. Leitura altamente recomendável.

4 – POWERS

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Que tal criar uma série que mistura super-heróis, com uma pitada policial e também uma pegada noir? E uma dupla de policiais que investigam casos envolvendo pessoas com poderes sendo que um deles é um ex-herói?

Esse é o mundo de Powers, a série autoral mais famosa de Brian Michael Bendis, co-criada ao lado do desenhista Michael Avon Oeming.

A série que começou sendo lançada na Image no ano 2000 foi atraindo diversos fãs ao longo dos anos, inclusive famosos como Warren Ellis, e não é à toa. Com uma dupla de personagens principais extremamente cativantes com dramas e problemas que embora sejam em um gibi são reais, Bendis construiu todo um universo que cativa o leitor logo de cara.

Powers inclusive vai virar uma série para TV, e se tiver metade da qualidade das HQs será uma das melhores séries recentes. Potencial há.

3 – NEW AVENGERS VOLUME 1

New Avengers1Imagine a situação: você acabou de destruir o maior grupo da editora. E tem carta branca para remontá-lo do jeito que quiser, mas com uma condição: o jeito old-school não pode existir mais aqui.

São novos tempos. Então precisamos de Novos Vingadores.

Com isso em mente, Bendis lançou New Avengers #1 com a proposta de uma nova equipe que contava com nomes como Luke Cage, Mulher Aranha e Sentinela, os tradicionais Capitão América e Homem de Ferro além de um sonho antigo dos fãs: Homem-Aranha e Wolverine.

O escritor deixou de lado as ameaças cósmicas e preferiu focar no time enfrentando dinossauros, ninjas, contas a pagar, privadas entupidas além de toda uma conspiração envolvendo a podridão na SHIELD (que começou em Secret War). Além disso, tivemos a introdução do misterioso Ronin, o inimigo mais comum dessa fase que foi o Capuz e uma reformulação dos vilões enfrentados.

Foi nessa fase também em que tivemos um dos maiores retcons da Marvel: os Illuminati. Bendis mexeu na história da editora inserindo um grupo de heróis que foi modelando o futuro da Terra por debaixo dos panos. Na época cada edição do grupo (em uma mini em 5 partes) causava um furor nos fóruns especializados, com todos discutindo sobre o que o escritor iria mexer em seguida.

Nesse período também tivemos um novo Mago Supremo, a paranóia Skrull, heróis não registrados por conta da Guerra Civil, muitas trocas de membros (teve Punho de Ferro, Doutor Estranho, um novo Ronin, Ms.Marvel, Harpia e até Bucky Barnes como o Capitão América da época), o time lidando com os poderes mutantes perdidos no Dia M e o Reinado Sombrio de Norman Osborn.

A equipe de desenhistas contou com grandes nomes como David Finch, Mike Deodato, Steve McNiven, Olivier Coipel, Leinil Yu, Stuart Immonen, Jim Cheung , dentre outros.

Bendis fez uma fase diferente com uma nova proposta, e deu muito certo. O autor conseguiu transformar Vingadores em uma franquia de sucesso (daqui surgiram MightyAvengers, DarkAvengers e a volta de Avengers), além de transformar a revista em ponto central do Universo Marvel.

E isso tudo de uma maneira inédita na história do grupo.

2 – ULTIMATE SPIDER-MAN

Um garoto é picado por uma aranha, não evita a fuga de um assaltante e esse mesmo ladrão acaba matando seu amado tio.

Você já deve estar cansado de saber dessa história. Ela aconteceu em Amazing Fantasy #15. Mas e se essa mesma história fosse contada em um arco em 6 partes só que dessa vez o jovem Peter Parker foi picado por uma aranha geneticamente modificada? E o primeiro vilão que ele enfrenta é um Duende Verde também criado em um laboratório da vida?

Foi dessa forma que começou uma das maiores fases recentes da história da Marvel e também um dos melhores (se não O melhor) gibi do Homem-Aranha dos últimos 20 anos. Ao longo de todo o tempo a frente do título, Bendis recriou toda a mitologia do personagem para os novos tempos, atualizou personagens antigos, tudo isso calcado na força dos diálogos bendianos e na construção de um Peter Parker engraçado como antigamente e cheio dos problemas adolescentes que todo mundo já enfrentou um dia nessa vida, só que com super poderes.

Ao lado de Mark Bagley, Bendis quebrou um dos recordes mais antigos da Marvel: o de run mais longevo em uma mesma revista. Ambos ficaram no título até a edição #111, quando Bagley deu lugar ao desenhista Stuart Immonen.

Em Ultimate Spider-Man nunca encontramos um Duende Verde mais ameaçador do que nunca quanto o do Ultiverso, uma Saga do Clone decente, Peter Parker namorando Kitty Pryde, uma Gwen Stacy não tão inocente e cheia de atitude e muito mais.

Adaptar o personagem mais famoso da editora para os novos tempos era um desafio enorme e até colossal. Mas Bendis cumpriu esse papel com honras.

1 – DAREDEVIL

daredevilImagine que você tem a honra de ser o melhor escritor do Demolidor depois de Frank Miller. Inclusive uma parcela de fãs considera a sua fase MELHOR que a do autor responsável por “A Queda de Murdock”. Esse é o peso da passagem de Brian Michael Bendis no Demolidor.

O título do personagem já vinha de um bem sucedido relançamento pelo selo Marvel Knights, quando o escritor assumiu o título na edição #16 em um arco em quatro partes chamado “Despertar”. Com o sucesso dessa história, a Marvel convidou o roteirista para assumir os roteiros de forma definitiva, o que veio acontecer a partir da edição #26.

Eu fiz uma análise dessa fase no texto Os 50 Anos do Demolidor – parte 2, onde você vai entender um pouco mais do porquê essa fase ser o melhor trabalho do escritor na VIDA. Se você não leu, leia logo. E se você já leu, releia.


É isso aí amigos, essas são as 10 obras do Bendis que valem a pena ler. Concorda? Discorda? Comente!

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