Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Jeph Loeb é inegavelmente um escritor polêmico. Começando a sua carreira no cinema, o autor é o responsável pelo clássico Comando Para Matar e um dos idealizadores da série Heroes. Nos gibis ele é responsável por muitos sucessos, e outros não tão amados assim pelos leitores. Amado ou odiado, não importa. Loeb é um autor que merece ser conferido (seja para elogiar ou xingar), e separamos uma lista pra você ler o material do cara. 10º HULK Após os eventos de Hulk Contra o Mundo (a Salvat lançou um encadernado da mini), Bruce Banner foi trancafiado em uma cadeia, mas ainda existe um Hulk à solta pelo mundo.Porém não é o monstro de sempre, e sim um Hulk VERMELHO! Afinal de contas, quem é ele? Lançada em 2008 nos EUA, a série divide bastante a opinião dos fãs do personagem por conta do tom dos roteiros, que priorizavam mais a ação desenfreada (e sem cérebro) que a história em si. Mas é inegável que é um gibi extremamente divertido e cheio de momentos que fazem com que a criança interior se empolgue: o confronto do Hulk Vermelho x o recém-ressuscitado Thor, as diversas lutas contra o Gigante Esmeralda, o arco dos Defensores vs Ofensores e outros episódios empolgantes. Boa parte dessa fase foi desenhada por Ed McGuinness, também contando com o lápis de Art Adams, Frank Cho, Whilce Portacio, Ian Churchill e outros grandes nomes. Neste trabalho em específico ocorreu algo que é recorrente nos trabalhos do Loeb: o preconceito dos leitores com o autor, visto que em Hulk ele basicamente fez uma grande homenagem às fases reverenciadas pelos fãs dos personagem dos anos 70, como a do Bill Mantlo, Sal Buscema e Herb Trimpe (entre outros), resgatando aquele clima tão amado da época e sendo rechaçado por conta disso. Vai entender. 9º HULK: CINZA Mais um gibi do Hulk na lista! Loeb novamente uniu forças com Tim Sale para dar prosseguimento a sua saga da trilogia das cores (sendo essa a última parte) e resolveu recontar a origem do personagem, na verdade um período muito específico do Gigante Cinza: algumas horas após o seu “nascimento”. A trama gira em torno do velho clichê do Hulk ser um monstro, sua busca pelo amor de Betty Ross e o primeiro confronto com um dos seus maiores inimigos: General Ross, que por uma infeliz coincidência do destino é o pai da sua grande paixão. Mas a grande graça da história é a forma como o escritor desenvolve os personagens, mostrando um Hulk mais criança, a bravura da Betty, o desespero palpável do General Ross e muito mais. Fora que tem a bela arte de Tim Sale para dar mais brilho a tudo isso. 8º SUPERMAN Depois de passar anos nas mãos de diversos escritores, principalmente Dan Jurgens, o principal personagem da DC Comics precisava de ares novos, com mudança de equipe criativa. Pensando nisso, a editora entregou o herói nas mãos de Loeb, que já implementou uma série de mudanças necessárias: o vilão Imperiex apareceu (levando à saga Mundos em Guerra), Metropolis virou uma cidade futurista, o evento Imperador Coringa, e talvez a maior chacoalhada no universo do Homem de Aço: Lex Luthor virou presidente dos EUA! Misturando elementos da Era de Prata (como a volta do cachorro Krypto e a mudança em Krypton) com conceitos modernos, Loeb ficou mais de três anos no título, trazendo o personagem de volta aos holofotes da editora. Algo que só iria se repetir novamente quando Brian Azzarello e Jim Lee chegaram para fazer Pelo Amanhã. Foi durante esse run que surgiu uma das parcerias mais famosas das HQs, a dupla Jeph Loeb e Ed McGuinness. 7º SUPERMAN/BATMAN E falando na parceria entre Loeb e McGuinness, foi aqui que ela atingiu o ápice, quando ambos se uniram para criar um dos gibis mais legais da DC Comics na época. Superman e Batman se juntaram primeiramente para enfrentar um enlouquecido Lex Luthor (que ainda era o presidente dos EUA e foi deposto aqui), depois lutaram contra Darkseid e uma legião de Apocalypses (!!!!) e ainda precisam lidar com a volta da Supergirl. Isso sem falar da volta (do retorno) do Mxyzptlk e Bat-Mirim. Mas a joia dessa fase é o arco Poder Absoluto, no qual temos a visão de como seria um mundo em que os maiores heróis da editora fossem completamente sem freios morais e do mal. O resultado é um monte de heróis mortos, heróis do século 31 fazendo nojeira e um final nem tão feliz assim para os Maiores do Mundo. O fechamento do run do autor no título foi uma emocionante história escrita pelo seu filho, Sam Loeb, que veio a falecer, vítima de câncer. Outros importantes artistas participaram da revista além de Ed McGuinness, entre eles Carlos Pacheco e o também falecido Michael Turner. 6º CABLE Apesar de Fabian Nicieza ser praticamente o pai moral de Cable, foi Jeph Loeb quem deu personalidade e ajudou a moldar o caráter do filho de Scott Summers. O escritor ainda por cima transformou a Dominó em uma personagem ainda mais interessante! Isso sem falar do Blaquesmith, essencial na vida de Nathan Summers. E tinha a Matilha, Homem Doce, Fera Negro, Caliban, X-Man e os desenhos FRENÉTICOS de Ian Churchill. Como era bom ser mutuninha nos anos 90. 5º SUPERMAN: AS QUATRO ESTAÇÕES O primeiro gibi do Superman a gente nunca esquece. E pode ter certeza que para Loeb esse foi inesquecível, ainda mais por firmar a parceria do escritor com o premiado artista Tim Sale. A história gira em torno de um ano na vida de Clark Kent, ainda apenas um menino vivendo em Smallville, rodeado da vida pacata e monótona do interior dos EUA. Mas chegou a hora de novos ares e principalmente de dar o passo adiante na vida. Rumo a Metropolis, o herói é obrigado a lidar com a vida na cidade grande e também com seus perigos, principalmente na figura de Lex Luthor, que não aceita perder o posto de centro das atenções na cidade que manda. O grande barato da história é que cada capítulo é uma estação do ano, mostrando a evolução da figura do Homem de Aço, tanto no lado pessoal quanto no profissional/super-herói, e de como em cada momento do ano isso afeta a sua vida. Cada capítulo é narrado por um personagem diferente, nunca pelo Azulão, e sim pelos coadjuvantes que o rodeiam. Outro ponto alto da história é a belíssima arte de Sale, fortemente influenciada por Norman Rockwell, isso sem falar das cores de Bjorn Hansen, talvez uma das melhores colorizações vistas até hoje na indústria das HQs. Esse gibi é considerado um dos melhores já feitos com o personagem, tanto pela crítica quanto pelos fãs do Azulão. 4º DEMOLIDOR: AMARELO O primeiro trabalho da dupla Loeb/Sale envolvendo a trilogia das cores na Marvel Comics, Demolidor: Amarelo parte do princípio que cada cor tem um significado; o autor pega sempre o início de carreira dos heróis e trabalha em cima disso. A cor amarela simboliza luz, calor, alegria e otimismo, justamente o que o Demônio da Cozinha do Inferno era quando iniciou a sua carreira de combatente do crime na cidade de Nova York. Eram tempos mais inocentes, quando Karen Page ainda não era uma viciada em drogas, Elektra não havia morrido, Mercenário nem sonhava em aparecer e muito menos a figura de Wilson Fisk, o Rei do Crime. Tempos felizes e sem o espectro da morte tão pesado na vida de Murdock, que ainda disputava a atenção de Karen Page com seu eterno amigo e sócio, Foggy Nelson, e lidava com vilões bobos. O escritor trabalha isso de forma tocante, focando em uma livre adaptação das primeiras quatro edições do herói. E o que dizer do traço de Tim Sale com as cores de Matt Hollingsworth? Parceria azeitada que proporcionaram uma das mais belas artes na história do personagem. Quem é fã do Demolidor e da Marvel tem que ter essa edição na coleção. Aqui no Brasil, a Panini Comics lançou no “Formatão Panini”, que valorizou ainda mais o trabalho da dupla de arte. 3º BATMAN: SILÊNCIO O que acontece quando você junta o escritor mais Hollywoodiano do momento com o desenhista que ajudou a moldar uma década? O resultado só pode ser um: sucesso total e irrestrito. Loeb deixou o seu lado Michael Bay falar mais alto e fez uma história recheada de ação com um mistério envolvendo a morte de um velho amigo de Bruce Wayne, o surgimento de um novo vilão, um desfile de vilões em cada edição e o fortalecimento do relacionamento de Batman com a Mulher Gato. O gibi é ação pura em praticamente todo o momento, só de vilões temos: Crocodilo, Hera Venenosa, Arlequina, Coringa, Cara de Barro, Espantalho, Ra’s al Ghul, Charada, Talia al Ghul, Lady Shiva e claro, o vilão principal: Silêncio. Tudo isso com o traço cinético e frenético de Jim Lee, desenhando um grande personagem pela primeira vez desde que saiu dos X-Men. Cada edição lançada era garantia de altas vendagens, algo que se repetiu nos encadernados (que foram lançados em todos os formatos possíveis, e sempre vendendo bem). Depois de anos o personagem voltava a ser destaque nos gibis, algo que só voltaria a acontecer anos depois, quando Grant Morrison assumisse o título. 2º BATMAN: O LONGO DIA DAS BRUXAS Não é qualquer escritor que consegue ser responsável por pelo menos duas grandes histórias na mitologia do Batman, mas sim, Loeb é capaz disso. E claro que o outro artista envolvido só poderia ser Tim Sale. A trama gira em torno do assassino Feriado, que fazendo jus ao seu nome, só matava suas vítimas (mafiosos de Gotham City) em datas festivas. Aqui temos um Batman ainda em início de carreira, um Gordon ainda se adaptando a cidade e Harvey Dent ainda do lado da lei, e que acaba virando o Duas Caras, um dos mais perigosos vilões do Homem Morcego. Iniciando o modelo que foi repetido em Batman: Silêncio, a história de Batman: O Longo Dia Das Bruxas apresenta um desfile de vilões do herói, não se limitando apenas aos super- vilões, mas também focando no lado mafioso de Gotham City (fortes influências de O Poderoso Chefão aqui), apresentando personagens como Carmine Falcone e sua família. Possivelmente esse é o gibi mais influente do personagem na década de 90, inclusive extrapolando o limite dos gibis e chegando aos cinemas, servindo como material para que Christopher Nolan fizesse Batman: Begins e Batman: The Dark Knight. 1º HOMEM-ARANHA: AZUL Normalmente quando uma trilogia de um determinado filme é feita, dizem que a segunda parte é a melhor de todas. Poderoso Chefão, Bad Boys, Exterminador do Futuro e Centopeia Humana são a prova viva disso. E na sua trilogia das cores, Homem-Aranha: Azul é disparada a melhor obra da dupla Loeb/Sale. Novamente seguindo a ideia de pegar um período específico da vida do herói (aqui foi Amazing Spider-Man #40-48 e #63), o time criativo mostra um desajeitado (mas aprendendo a ser confiante) Peter Parker reunindo coragem e força de vontade para uma difícil decisão: se ele prefere passar a linguiça na doce Gwen Stacy ou na fogosa Mary Jane. Ah, e ainda tem a questão dele ganhar um amigo na figura de Harry Osborn, que por ventura é o filho de seu maior inimigo. Enquanto isso nosso herói vai enfrentando uma série de vilões (Você deve ter reparado que Loeb gosta muito de usar esse artifício. Por mim, tudo bem), ele precisa lidar com esses problemas. Ah, e ainda tem um vilão misterioso nas sombras coordenando tudo isso. Para você que está se perguntando o que significa a cor azul nisso tudo, eis a explicação: no início da história temos o Peter Parker do presente lembrando como era doce o passado, antes de todas as tragédias possíveis na vida do herói. O azul no jazz significa uma cor triste, de como relembrar esse passado é bom, mas dolorido ao mesmo tempo, pois sabemos que ele nunca irá voltar (ouça Kind of Blue). É algo depressivo, é o azul que toma conta de nossa vida em alguns momentos, mesmo quando não queremos. Mas precisamos dela. Nem vou falar da arte do Tim Sale porque é chover no molhado. Apenas leia. Concorda? Discorda? Quer me xingar? Sem problemas, faça isso nos comentários. Aproveite e me siga no Twitter (@matheuslaneri). Estarei esperando por você.