Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr A década de 1990 foi uma maluquice do caramba para os heróis da DC Comics. Os editores resolveram renovar seus principais heróis de qualquer maneira. Superman, por exemplo, morreu e voltou mais tarde com cabelo comprido (sem contar quando ele ganhou poderes elétricos). A Mulher-Maravilha deixou de ser a Mulher-Maravilha e passou a agir com um uniforme totalmente esquisito. Hal Jordan ficou maluco, arrasou a Tropa dos Lanternas Verdes e foi substituído por Kyle Rayner. Já Bruce Wayne passou o manto do Batman adiante quando teve sua espinha partida pelo Bane, o vilão que será o antagonista do morcego no último capítulo da trilogia dirigida pelo Christopher Nolan. Como eu tenho vários amigos que vivem me perguntando quem é Bane, está aí um pouco sobre ele e a saga A Queda do Morcego para os jovens padawans que talvez não leiam quadrinhos. Muitos fãs de quadrinhos consideram essa saga um grande pedaço de merda (e grande parte dela é realmente), mas ela teve seus bons momentos. Principalmente a ideia central, que era mostrar um vilão que tivesse capacidade de derrotar um dos maiores heróis dos quadrinhos. Para a tarefa, os roteiristas da saga resolveram criar um novo inimigo que fosse muito mais capacitado do que os outros da galeria de vilões do morcego. Algo que até faz sentido, uma vez que já conhecíamos os outros inimigos há anos e teria que surgir uma explicação muito convincente para que um deles de repente conseguisse derrotar o Batman. Felizmente, Bane não foi simplesmente um cara fortão que surgiu do nada e espancou o protetor de Gotham até dizer chega. Os roteiristas criaram todo um background pro cara que nos fazia acreditar que ele era capaz de tal façanha. Bane nasceu dentro de uma prisão na ilha de Santa Prisca, cujas leis locais dizem que o filho de um prisioneiro deve pagar pelos crimes do pai. Por ser filho do Rei Cobra (um vilão do Universo DC), o infeliz foi condenado à prisão perpétua assim que nasceu. Crescendo numa prisão, Bane aprendeu desde cedo a se defender, carregando sempre consigo um ursinho de pelúcia que escondia uma lâmina caso algum outro prisioneiro atentasse contra sua vida. Além disso, ao contrário dos outros inimigos do Batman, ele não é louco. Muito pelo contrário, Bane é um sujeito extremamente inteligente, que utilizou os anos na prisão para se preparar física e mentalmente para enfrentar seu grande inimigo: um morcego. Quando ficou um tempo em coma, o cara sonhou que a única coisa que o impediria de se tornar o manda-chuva seria um morcego. Daí pra ele querer acabar com o Batman foi um pulo. Após acordar do coma, Bane intensificou seu treinamento, se tornando um dos prisioneiros mais fortes e temidos de Santa Prisca. Sem contar que ele passou a ler todos os livros que podia, se tornando um inimigo perigoso não apenas no quesito físico, mas também na inteligência. Devido à sua boa saúde, Bane foi selecionado para ser cobaia em experimentos envolvendo a droga conhecida como veneno, que concedia uma força sobre-humana ao usuário. O problema é que todas as cobaias anteriores haviam morrido. Bane não apenas sobreviveu, como forjou a própria morte para que seu corpo fosse jogado no mar e ele pudesse escapar. Desta forma, ele conseguiu chegar a Gotham e finalmente poderia derrotar o terrível morcego. Mas não sem um plano de ataque. O vilão sabia que seria muito difícil derrotar Batman se ele estivesse em sua capacidade plena. Então, a primeira coisa que Bane fez foi destruir as paredes do Asilo Arkham, deixando que todos os malucos de Gotham City fugissem de uma vez. Todo mundo sabe que aquele não é o local mais bem guardado do mundo e que toda semana foge alguém, mas quando todos saem de uma vez a porra fica séria. Daí pra frente a vida o homem-morcego (que já não é fácil) vira um inferno. O vigilante passa três meses trabalhando sem descanso para capturar TODOS os fugitivos do Arkham. A cada edição o morcego está mais acabado, com a barba por fazer e mal consegue vestir o uniforme. Em uma de suas missões ele quase acaba morrendo de forma bem patética: afogado, como qualquer humano comum. É angustiante ver o morcego se deteriorando a cada edição. Quando finalmente Batman chegou ao limite da exaustão, Bane estava esperando por ele dentro da mansão Wayne, após deduzir a identidade secreta do herói. Apesar do espanto e do cansaço, o morcego parte pra cima de Bane, mas nessas condições ele acaba não tendo a mínima chance. O que se vê na sequência é Batman sendo humilhado, ele apanha como nunca apanhou antes de outro vilão. E para coroar aquele momento de triunfo, quando Batman já está praticamente derrotado, Bane o levanta e parte sua coluna, deixando o herói paraplégico. Infelizmente, as boas ideias da saga param por aí, pois o que se segue é uma galhofa desgraçada. Pra começar, Bruce Wayne escolheu como substituto o amalucado Jean Paul-Valley (que se tornaria o vigilante Azrael mais tarde) em vez de Dick Grayson. Jean Paul se transformou num Batman totalmente insano, que usava uma armadura de combate que incluía até um disparador de batarangues. Sem contar que ele não se importava de matar seus adversários, destruindo assim o legado do homem-morcego. Pra completar, mais pra frente Bruce Wayne recuperou o movimento das pernas por meios paranormais, o que fazia todo mundo se perguntar “por que diabos então a pobre Bárbara Gordon continua sem andar?”. No final das contas Bruce voltou a ser o Batman e tudo ficou normal novamente. Falta pouco para a estreia de Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge e acho pouco provável que Nolan tenha usado alguma coisa dessa origem do Bane além da inteligência e da força bruta. Mas tá aí um resumo de quem é o caboclo para aqueles não fazem a mínima ideia de quem é o vilão do novo filme.