Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Vendido como um prelúdio do primeiro Alien, de 1979, e como um retorno da franquia ao terror, Alien: Covenant é muito mais uma continuação de Prometheus e passa longe de ter o clima sombrio do primeiro filme. Com roteiro escrito por John Logan e D.W. Harper, este novo capítulo da saga parece preocupado demais em colocar os androides interpretados por Michael Fassbender como protagonistas, além de querer responder questões que na verdade nunca foram importantes. Com isso, boa parte do filme é gasta com diálogos que nunca se mostram realmente interessantes para a trama. A cena da flauta, por exemplo, é de uma perda de tempo inacreditável. Além disso, na tentativa de desvendar os mistérios por trás da criação do xenomorfo, a criatura vai se tornando cada vez menos ameaçadora do que já foi um dia. O filme começa com a nave Covenant fazendo uma viagem até Origae-6, um planeta que vai servir de colônia para os milhares de terráqueos que hibernam na nave. Enquanto faz uma de suas recargas de energia, a espaçonave acaba sendo atingida por uma onda de choque causada por um acidente cósmico imprevisível. Com isso, várias estruturas são danificadas e a tripulação é despertada para tentar resolver os problemas. Em seguida, eles recebem um sinal de comunicação vindo de um planeta com características parecidas com a Terra e resolvem investigar, na esperança de que ele possa ser uma colônia melhor que Origae-6. Claro que é aí que começam os problemas de verdade, com a tripulação tendo que sobreviver aos nossos queridos xenomorfos. Assim que chegam ao planeta, fica claro que Alien: Covenant não possui o espírito do original. A investigação feita pelos personagens no local acontece durante o dia, com bastante claridade, bem diferente da escuridão do primeiro filme. Além disso, grande parte da produção se passa em espaços abertos, com bastante espaço para correria. Nada de corredores escuros e claustrofóbicos, aqui Ridley Scott se entrega à ação desenfreada. Até mesmo quando uma das criaturas invade a pequena nave auxiliar não existe uma sensação de claustrofobia, já que a nave parece ser bem maior por dentro do que por fora. Além disso, geralmente as conversas entre os personagens são filmadas com um plano bem aberto, mostrando todo o cenário ao redor, não deixando espaço para que o espectador fique imaginando de onde pode surgir alguma criatura. Assim, quando uma personagem está sozinha e a câmera se fecha no rosto dela, já fica bem óbvio que algo irá surgir ali, acabando com qualquer surpresa. A verdade é que toda a tensão do filme se baseia no fato de que todos os personagens são meio tontos. Em uma cena, temos uma pessoa que resolve entrar em uma sala mesmo vendo que existe uma criatura assassina lá dentro. Já em outra, um dos personagens acha super seguro colocar o rosto bem perto de um ovo de Alien. E todos sabemos o que acontece quando alguém faz isso. Com exceção dos androides David e Walter, todos os outros personagens parecem estar ali apenas para cometer erros bobos. A relação dos dois androides chega a parecer mais importante até do que o surgimento do Alien como o conhecemos. Aqui vale notar também como a criatura nasce extremamente rápido, diferente de outros filmes da franquia nos quais os personagens ficavam algum tempo infectados (a Ripley que o diga). Já que Alien: Covenant não passa nem perto de ser um filme de suspense, o mínimo que se espera dele é que seja excelente nas cenas de ação. Infelizmente, elas são apenas ok. A maioria das cenas de luta corporal contra os xenomorfos são mostradas com a câmera muito próxima dos personagens e com cortes muito rápidos, o que dificulta a compreensão do que está acontecendo. Já as cenas envolvendo a criatura principal se resumem a reciclar ideias de outros filmes da franquia, como a utilização de grandes veículos ou do vácuo espacial para combater a ameaça. No final das contas, Alien: Covenant é um filme até divertido, mas que demora a engrenar justamente por querer explicar coisas demais com longos diálogos. Além disso, em pelo menos duas situações eu achei que o filme tinha acabado, mas ainda tinha mais coisa para acontecer. Já o plot twist nos últimos minutos de filme é tão óbvio que só deve ter surpreendido quem não estava prestando muita atenção até ali. Fica a expectativa agora para que o próximo filme tenha mais Aliens e menos androides. [quote_box_center]Alien: Covenant Direção: Ridley Scott Duração: 2h 2min Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup, Danny McBride, Demián Bichir, Carmen Ejogo, Jussie Smollett, Callie Hernandez, Amy Seimetz.[/quote_box_center]