Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Fala pessoal, aqui está a nossa última publicação de 2013. De antemão, gostaríamos de agradecer a você, nosso leitor, por nos acompanhar durante o ano todo, seja lendo os textos que escrevemos, interagindo conosco nas redes sociais ou mesmo, ouvindo as besteiras que falamos no Mobcast. Agradecemos também a nossa editora parceira, a Darkside Books, que mandou para nós os seus lançamentos épicos para que pudéssemos resenhar e fez conosco um concurso cultural. Esperamos manter essa parceria em 2014, e esperamos contar com vocês por aqui também, nossos leitores. Mas enfim, nós não somos muito de fazer listas aqui na Mob no final de ano, mas o ano das séries foi tão bom, que resolvemos fazer uma lista com várias indicações das 10 melhores séries que assistimos. Algumas já foram até comentadas no decorrer do ano, inclusive. Mas a maioria é iniciante, ganhando a sua primeira temporada em 2013. Breaking Bad (AMC) – 5ª temporada Tida inicialmente como uma mera versão mais realista de Weeds, Breaking Bad foi evoluindo temporada a temporada, episódio a episódio, até chegar neste ano de 2013 em seu auge artístico e de aclamação crítica e de público. Alardeado por muitos como a maior série da história da televisão já não sobra dúvida alguma que ela é digna de figurar ao lado de obras-primas como The Wire e The Sopranos. Além da imensa qualidade de seus roteiros, a história de um cinquentão de decide cozinhar metanfetamina entrou para a história por conseguir mudar vários paradigmas. Usou técnicas geralmente vistas apenas no cinema, apresentou dezenas de simbolismos que apenas fãs mais atentos seriam capazes de perceber, apresentou o primeiro protagonista a começar como um herói e terminar como um vilão. Mas o ponto mais importante de tudo foi ter tido seu Início, Meio e Fim planejados desde o início, contrariando o senso da indústria de que as séries tem que ser feitas para durar indefinidamente, até que seu próprio público comece a perder o interesse. Enquanto séries como Dexter, Arquivo X e a própria Weeds se despediram deixando um gosto amargo, Breaking Bad encerrou deixando milhões de fãs saudosos, com um sentimento de vazio que ainda deve levar muito tempo até outra série conseguir preencher. Yeah Bitch! * Ouça o nosso podcast sobre a série Rectify (Sundance Channel) – 1ª Temporada Em tempos de filmes e séries cada vez mais frenéticos é sempre um prazer ver histórias como Rectify, com uma narrativa lenta, meditativa, em que um minuto do mais completo silêncio consegue trazer mais significados do que dezenas de diálogos. Rectify, através da história de um homem que passou dezenove anos no corredor da morte e de repente se vê livre novamente, é uma celebração da beleza da vida, do mundo natural que nos rodeia. Um nascer do sol, um bosque de árvores, penas que caem em seus rosto, tornam-se redescobertas fascinantes do que significa ser humano. A série também é um estudo intrigante como pouco se vê na televisão sobre crime e castigo, identidade, perdão, solidão, culpa e absolvição. Orange is The New Black (Netflix) – 1ª Temporada Prisões femininas é um dos subgêneros mais famosos dos filmes exploitation, por isso não é de se estranhar que tanta gente ficou com um pé atrás quando a série foi anunciada. Mas, felizmente, Orange is The New Black foge de todos os estereótipos deste tipo de história, apresentando o elenco feminino mais forte e diversificado da televisão atualmente. Claro que o ponto de entrada da história é uma garota loira de classe média, mas cada episódio foca na vida de uma presidiária, seus medos, anseios, as circunstâncias que a levarão à prisão e os sonhos de uma vida fora das grades. De uma transexual a uma moradora de rua, de uma traficante a uma ex-atleta escolar. Entre histórias dramáticas e hilárias e personagens incrivelmente cativantes é impossível não se sentir preso aos treze episódios de Orange is The New Black. Masters of Sex (Showtime) – 1ª Temporada Uma rara série em que cada cena de sexo é essencial, Masters of Sex surgiu sem grande alarde e se firmou facilmente como uma das melhores novas séries de 2013. Contando a história de Bill Masters e Virginia Johnson, dois pioneiros do campo da sexualidade humana durante a década de 50, a série é uma celebração emocionante e por vezes engraçada do prazer sexual como uma parte essencial da vida, como um direito de todos, seja homem ou mulher, heterossexual ou homossexual, e que deveria ser abraçada sem preconceitos ou moralismo. A série conseguir fazer exatamente quando os americanos começam a se mostrar cada vez mais puritanos quando se trata de sexo só a torna mais irresístivel e obrigatória. In The Flesh (BBC 3) – 1ª Temporada Diferente de The Walking Dead, que usa os zumbis como meros monstros, In The Flesh é fiel à ideia que Romero tem sobre histórias de zumbis de que eles devem servir como metáforas do mundo moderno. Se em A Noite dos Mortos-Vivos temos uma representação da luta pelos direitos civis e em Despertar dos Mortos uma crítica ao consumismo desenfreado aqui os mortos-vivos, tal quais os mutantes de X-Men, representam qualquer minoria costumeiramente vitimada por preconceito: homossexuais, judeus, estrangeiros, pessoas com deficiências, portadores de AIDS, negros, ateus, entre outros. Além disso, em apenas três episódios de sua primeira temporada a série consegue apresentar mais simbolismos e temas que muitas séries não conseguem em temporadas inteiras. – Leia a crítica que fizemos sobre a série Game of Thrones (HBO) – 3ª Temporada Embora a adaptação da obra de George R. R. Martin tenha sido aclamada desde o seu primeiro episódio foi com a terceira temporada que Game of Thrones entrou em seu auge. Com um desenvolvimento cada vez mais complexo de seus personagens (principalmente de figuras como Jaime Lannister, Cersei, Varys e Theon Greyjoy) de suas motivações, arrependimentos e segredos, a série se livrou de qualquer traço remanescente de maniqueísmo. Não existe lado bom ou ruim, lado certo ou errado, apenas pessoas dispostas a sentir o gosto do poder… ou da vingança. Além disso, o episódio de Rains of Castamere serviu como um lembrete devastador de que o universo de Game of Thrones é um dos mais impiedosos de todos os tempos. E mesmo assim não vemos a hora de voltar a ele no ano que vem. It’s Always Sunny in Philadelphia (FX) – 9ª Temporada É quase impossível acreditar que uma série que já se encontra na nona temporada e que é praticamente desconhecida do grande público ainda seja capaz de surpreender e divertir. Mas é justamente o que aconteceu com It’s Always Sunny in Philadelphia. Após oito anos o grupo nunca se sentiu tão confortável para experimentar quanto agora, fugindo ou recriando fórmulas criadas por eles mesmos. Houve um episódio inteiro passado durante devaneios e sonhos de grandeza dos protagonistas, uma sequência inteira em animação que em nenhum momento soa gratuita e forçada (corrigindo um erro que eles mesmo cometeram na sexta temporada), um episódio remake satirizando as acusações de que a série esgotou a sua criatividade. Mas o ponto alto foi sem dúvida o terceiro episódio, “The Gang Desperately Tries to Win an Award.”. São vinte e três minutos brilhantes de auto-reflexão, onde a série se pergunta porque depois de quase dez anos no ar nunca ganhou um prêmio ou recebeu uma indicação sequer no Emmy ou Globo de Ouro, enquanto shows cada vez mais defasados como Big Bang Theory e Two and Half Men são nomeados todo ano. Em certo ponto eles visitam um chamativo bar onde bartender branco e um negro trocam diálogos banais entre si e arrancam gargalhadas dos seus clientes (Ou seja, as famosas séries com risadas pré-gravadas). Em outro ponto se perguntam se não é culpa do bairro onde ficam (FX), mas descartam a ideia porque outros bares locais (isto é, Louie), já ganharam reconhecimento. Num ano em que Community perdeu Dan Harmon (felizmente a própria NBC percebeu o erro e o contratou novamente), tornando-se uma pálida lembrança do que costumava ser, It’s Always Sunny in Philadelphia ocupou o cargo de comédia mais inteligente de 2013. House of Cards (Netflix) – 1ª Temporada David Fincher sempre gostou de explorar os lados negros do ser humano e da sociedade em seus filmes. Por isso foi uma escolha óbvia que ele produzisse uma série sobre o lado obscuro da política. Tendo à sua frente uma interpretação magistral de Kevin Spacey, House of Cards é uma história sobre a sede do poder, repleta de conspirações e intrigas como a melhor das peças de Shakespeare (Frank Underwood pode muito facilmente ser comparado a Macbeth). E com direção, roteiro e interpretações dignas de filmes premiados com o Oscar. A jornada implacável do Frank Underwood de Kevin Spacey representa tudo o que a política se tornou nos Estados Unidos, no Brasil e em muitos lugares do mundo: um mero jogo de interesses. Hannibal (NBC) – 1ª Temporada Bryan Fuller já fez dois sucessos cults que giravam em torno da morte, Dead Like Me e Pushing Daisies. Mas nenhuma que fosse tão negra e violenta quanto Hannibal. Em vez de amenizar o tom dos livros de Thomas Harris ele traz tudo à tela com uma riqueza de detalhes e uma beleza mórbida que só o mesmo a genialidade do diretor de fotografia Karim Hussain é capaz de proporcionar. Vítimas são elevadas com peles de anjos feitos de pele humana, jovens são penduradas sobre os chifres de veados, um homem tem suas cordas vocais substituídas por cordas de violino. O Hannibal de Mads Mikkelsen (um dos melhores atores europeus da atualidade) é friamente racional em todos os momentos, um monstro calculista, sem a emotividade que atrapalha e ofusca os demais personagens. Mikkelson comanda todas as cenas em que aparece e não deixa de ser surpreendente que o Will de Hugh Dancy apareça sempre encolhido ou fora de destaque nas tomadas em que contracena com ele. Seus pratos maravilhosamente apresentados e servidos a pobres desavisados dão água na boca de qualquer expectador, até lembrarmos qual é o ingrediente predileto do psiquiatra. A série tem um cuidado quase clínico com os processos biológicos e materiais orgânicos que só Cronenberg era capaz de demonstrar. É como se quanto mais grotesco ele é, mais belo ele se torna. Quanto mais horrível, mais difícil desviar o olhar. Chega a ser irônico que em tempos que séries americanas de TV a cabo de horror falham em despertar medo ou tensão como American Horror Story seja justamente uma série de TV aberta, exibida após uma comédia leve como Parks and Recreation, que consiga despertar estas emoções no expectador. A jornada implacável do Frank Underwood de Kevin Spacey representa tudo o que a política se tornou nos Estados Unidos, no Brasil e em muitos lugares do mundo: um mero jogo de interesses. – Leia a crítica que fizemos sobre a série Bates Motel (A&E) – 1ª Temporada Sempre que é anunciado um novo projeto que envolve alguma obra já consagrada, fica aquela sensação de que lá vem apenas mais um caça-níquel barato. Foi exatamente isso que pensei quando anunciaram o seriado Bates Motel, que mostra a adolescência do psicopata Norman Bates, personagem do clássico Psicose, do diretor Alfred Hitchcock (que é baseado no romance de mesmo nome escrito por Robert Bloch). Surpreendentemente, o seriado é muito bom e consegue prender a atenção do espectador. A série começa depois da morte do marido de Norma, quando ela adquire um motel de beira de estrada localizado na cidade de White Pine Bay, para que ela e Norman possam começar uma nova vida. Porém, a cidade não é lá muito normal, é bastante misteriosa na verdade, seus moradores guardam um segredo aparentemente. E coisas esquisitas passam a acontecer no lugar, então a loucura do jovem Norman Bates começa a dar as caras. Bates Motel teve um boa audiência e logo já encomendaram uma segunda temporada com 10 episódios, que estréia em 2014. – Leia a crítica completa que fizemos sobre a série E ai, concordaram conosco? Nos diga ai então, qual série não deveria ter ficado de fora!? Até 2014.