Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Depois do que a Marvel alcançou nos cinemas ao juntar todos os seus grandes heróis em Vingadores e criar todo um universo compartilhado nos filmes, os executivos da Warner parecem ter entrado em desespero. Cancelaram os planos de dar um descanso ao Batman depois da trilogia do Christopher Nolan e desistiram de um segundo filme solo do Superman, tudo para juntar os dois em um mesmo filme e começar a dar forma para a Liga da Justiça. O resultado foi Batman vs Superman – A Origem da Justiça, um filme que mais parece uma grande colcha de retalhos na tentativa de criar um universo muito maior. Apesar de não fazer muito tempo que Batman esteve nas telonas, os roteiristas Chris Terrio e David Goyer resolvem que mesmo assim precisam recontar a origem do herói nas telas. E lá vamos nós assistir novamente Thomas e Martha Wayne serem assassinados no Beco do Crime. Como se isso não bastasse, o diretor Zack Snyder mostra essa cena de maneira extremamente previsível, com tiros sendo disparados em câmera lenta e o colar de pérolas da Martha Wayne se espatifando lentamente rumo ao chão. Uma cena que já vimos diversas vezes desde que Frank Miller a criou nos quadrinhos nos anos 1980. E apostando que os espectadores possuem uma memória fraca, Snyder coloca essa mesma cena novamente em um momento mais pra frente do filme. Quando finalmente a cena da morte dos Wayne termina, a coisa começa a ficar interessante, mostrando a luta do Superman contra Zod do ponto de vista de Bruce Wayne. Como todo bom herói, ele tenta salvar o máximo de pessoas que puder, mas logo fica claro que ele não pode fazer muita coisa quando deuses estão se enfrentando. A partir daí ele começa a pensar em métodos para eliminar o Superman caso seja necessário. O interessante deste Batman interpretado pelo Ben Affleck é que ele já está na ativa há 20 anos e aparenta estar cansado de não ter conseguido mudar nada. Até mesmo o juramento de nunca matar parece ter sido deixado de lado por ele. Por outro lado, é estranho que, em determinado momento do filme, alguém com tanta experiência acabe sendo manipulado como um herói novato qualquer. Já no núcleo do Superman (Henry Cavill), o herói parece não conseguir se decidir entre ser o salvador da humanidade ou um completo babaca mimado com super poderes. Os motivos que levam os dois heróis a lutarem violentamente são bobos e toda a confusão poderia facilmente ser evitada se os dois sentassem juntos no boteco pra tomar uma cerveja. Outra coisa que incomoda no Superman é que os poderes dele parecem sempre estar ligados a Lois Lane. Em qualquer situação perigosa que a repórter esteja, lá está o azulão para salvá-la, mas ele é incapaz de impedir um atentado a dezenas de pessoas bem ao lado dele. Parece que a super audição só funciona quando convém ao roteiro. Na área dos coadjuvantes, Jesse Eisenberg parece nunca ter saído do papel de Mark Zuckerberg e entrega um Lex Luthor que parece uma mistura do criador do Facebook, com Coringa e um pouco de cientista louco. O resultado final é algo extremamente caricato e um personagem que parece apenas ter problemas mentais. Já a Lois Lane de Amy Adams parece ser a personagem mais poderosa do filme, já que ela tem a incrível habilidade de estar em todos os lugares importantes da trama ao mesmo tempo. A tão alardeada Mulher-Maravilha de Gal Gadot pouco faz na história e a participação dos outros membros da Liga da Justiça no filme é bem patética, servindo apenas para quebrar totalmente o ritmo de um filme já longo demais. Para completar o pacote, Zack Snyder e o diretor de fotografia Larry Fong fazem um dos filmes de super-heróis menos coloridos de toda a história do cinema. As cores são tão dessaturadas e é tudo tão carregado de cinza que algumas cenas poderiam facilmente ser em preto e branco que ninguém ia perceber. Até mesmo as cenas do Superman agindo como um salvador enviado por deus (algo que deveria ser grandioso e brilhante) são mostradas com cores tristes. O azul no uniforme do último filho de Krypton está ainda mais escuro do que em O Homem de Aço. Batman vs Superman consegue ser um filme com cores menos vivas do que toda a trilogia do Cavaleiro das Trevas de Nolan, que tinha uma história bem sombria. No final das contas, a principal sensação ao assistir Batman vs Superman é a de cansaço. O filme é desnecessariamente longo (quase 2 horas e 40) e poderia facilmente ter uns 30 minutos a menos. Além disso, em nenhum momento a história empolga pra valer. As lutas entre os dois heróis, apesar de divertidas, já haviam sido divulgadas nos trailers, o que acaba com boa parte do impacto na sala de cinema. Contudo, apesar de não ser um filme maravilhoso, Batman vs Superman – A Origem da Justiça consegue cumprir sua missão de unificar todos os seus heróis no cinema e preparar o terreno para o filme da Liga da Justiça. Só vamos torcer agora para que pelo menos esse seja um pouco mais colorido, afinal, grande parte da graça dos gibis sempre foram as roupas espalhafatosas dos super-heróis. [quote_box_center]Batman vs Superman: A Origem da Justiça // Batman v Superman: Dawn of Justice (EUA/2016) Diretor: Zack Snyder Duração: 2h 31min (151 min) Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Gal Gadot, Amy Adams, Jesse Eisenberg, Laurence Fishburne, Jeremy Irons, Michael Shannon.[/quote_box_center]
