Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Fala pessoal, trago hoje a vocês uma das grandes e melhores séries dramáticas policiais que vi nos últimos tempos, Broadchurch, bem ao lado de True Detective. Broadchurch gira em torno da morte de Danny Latimer, um menino de onze anos de idade que é encontrado aparentemente estrangulado à beira-mar na praia da cidade de Broadchurch, e a busca pelo seu assassino ao longo de 8 episódios. Os responsáveis por essa investigação são Alec Hardy (David Tennant), um detetive bastante experiente que acabara de chegar a cidade para assumir o cargo de inspetor, e a detetive Ellie Miller (Olivia Colman), uma detetive local que acabara de voltar de férias – tendo perdido a sua promoção a inspetora para Hardy, justamente – e que nunca trabalhou em um caso assim. Até então, essa premissa pode parecer batida, afinal, quantas e quantas produções já não se basearam na pergunta “Quem matou tal pessoa?” para se desenvolver, como Twin Peaks, por exemplo. Mas não, ainda é possível fazer uma grande atração nesses moldes, principalmente se o seu elenco for bastante talentoso e a trama bem trabalhada. O grande mérito da série, aliás, é nos mostrar o quão impactante, dolorosa e difícil é uma investigação desse porte, tanto para a família (a mais impactada), tanto para os moradores da cidade, quanto para os próprios detetives – cito a brilhante True Detective aqui novamente, que se baseou na investigação de um caso em toda a sua primeira temporada – . Inclusive, o detetive Alec Hardy (David Tennant) traz consigo a dor do seu caso anterior, que não pode ser resolvido por causa de uma falha brutal nos procedimentos da investigação, fazendo com que o acusado não fosse preso. A trilha sonora composta por Ólafur Arnalds, ganhador do BAFTA com ela, foi um grande fator para que a dor da investigação/crime tenha nos alcançado do lado de cá da tela também. Além da fotografia, que explora bastante as paisagens desertas do lugar. Outro ponto bem trabalhado na série é o papel da imprensa nessa história toda. Papel que costuma ser o pior possível, o famoso jornalismo abutre, e que traz consequências lastimáveis para todos. Como por exemplo, levar a opinião pública contra um suspeito, Jack Marshall (David Bradley), dono de um passado supostamente obscuro que tem uma condenação em seu nome, fazendo com que a população tente fazer justiça com as próprias mãos, piorando tudo ainda mais. Outro ponto forte da série, é o aprofundamento nos habitantes da cidade, muitos dos quais com histórias também chocantes e outros com atitudes bastante suspeitas e um passado obscuro. Fazendo com que o nosso extinto de detetive telespectador seja ativado e achemos que matamos a charada em vários momentos – como uma boa série policial deve ser -. A religião também não deixa de ser abordada, aqui com o personagem Reverendo Paul Coates (Arthur Darvill), que vê sua igreja se encher novamente em um momento difícil e oportuno, no que diz respeito a fé das pessoas, que tendem a procurar uma resposta sobrenatural a questões não compreendidas, como o motivo da morte do menino. Inclusive, até uma espécie de médium aparece para dar pitacos nas investigações. Enfim, vou parando por aqui pra não acabar soltando nenhum spoiler, mas muitas são as qualidades de Broadchurch, pra mim, uma série formidável. E a revelação final é extremamente impactante e dolorosa. Ah sim, aqui no Brasil o canal GNT é quem nem os direitos de Broadchurch. E a boa notícia é que Broadchurch foi bastante elogiada e premiada pela crítica britânica, e conseguiu bons índices de audiência, e por isso, a segunda temporada já foi encomendada e sairá em 2015. A “má” notícia é que, a série já foi chupinhada nos EUA. O remake, cujo nome é Gracepoint, já está até em exibição. E vejam só, o próprio David Tennant reprisa o seu papel aqui, tendo ainda Anna Gunn (Breaking Bad) no papel da detetive Miller. Este com certeza, deve ser um recorde no que diz respeito a palhaçada que é o mercado de remakes de séries/filmes nos EUA.