Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Ah os americanos, sempre tão preguiçosos que fazem refilmagem de filmes estrangeiros pra não precisar ler as legendas. A preguiça dos caras é tanta que até os seriados de tv precisam ser adaptados para o formato ao qual eles estão acostumados: dramas devem ter episódios entre 40 e 45 minutos, enquanto comédias não devem ultrapassar os 25 minutos. Daí a necessidade de fazer remake até mesmo de seriados. A vítima mais recente dessa prática foi a excelente série britânica Sherlock, que já foi resenhada aqui mesmo na MOB, ganhou uma versão americana com o nome de Elementary. Eu já estava falando mal desse seriado desde o dia em que anunciaram sua produção, quando disseram que ele se passaria em Nova York e que Watson seria uma mulher (RISOS). Claro que eu não poderia ficar falando mal de algo sem assistir, então lá fui eu encarar o primeiro episódio da série, afinal, mesmo com todas as mudanças talvez pudesse sair algo bacana (tá, nem eu acreditei nessa). Como eu já suspeitava, o fato de Watson ter mudado de sexo é o menor dos problemas aqui. A julgar pelo episódio piloto, Elementary promete ser apenas mais um seriado sobre investigação padrão, com um caso novo sendo resolvido a cada semana, sem que cada um tenha relação entre si. A explicação para Sherlock e ~~~Watson~~~ começarem a morar juntos não podia ser mais imbecil. O detetive britânico acabou de fugir de uma clínica de reabilitação (porque nos EUA um “herói” não pode ser dependente químico) e aí o pai do protagonista contrata a doutora Watson para morar com seu filho durante seis semanas, ajudando para que ele não tenha uma recaída. Caso Sherlock não aceite a ajuda, ele será despejado do prédio onde mora, uma vez que seu pai é o dono. Eu posso ter entendido errado, mas parece que transformaram o brilhante Sherlock Holmes em um filhinho de papai que vai ficar desabrigado caso não aceite a ajuda. Claro que nada é tão ruim que não possa ficar pior. Para gerar uma identificação maior por parte do público, o Sherlock de Elementary (interpretado por Jonny Lee Miller) é um pouco menos arrogante, mais sorridente e mais simpático. Em determinado momento do episódio ele chegou a admitir para a Lucy Liu (desculpem, não dá pra ficar chamando de Watson o tempo todo) que estava errado em uma situação e que ela fez a coisa certa. Ele também é menos excêntrico que o original britânico (interpretado com maestria por Benedict Cumberbatch), o máximo que foi mostrado é que ele possui uma criação de abelhas no terraço do prédio. E se o Watson britânico (Martin Freeman) era um veterano de guerra que volta pra casa traumatizado por todos os horrores que viu por lá, a versão americana é uma mimizenta. Ela era uma cirurgiã que, após cometer um erro, deixa um paciente morrer. Ao invés de dar a volta por cima e tocar a vida, ela decide largar a medicina e trabalhar como acompanhante de ex-viciados. Mas não deu nem tempo de me concentrar nessa tosquice, pois logo em seguida ficamos sabendo porque diabos Sherlock Holmes se mudou da Inglaterra para os EUA. Ao que tudo indica, o cara teve uma desilusão amorosa. Eu disse DESILUSÃO AMOROSA. Sério, Sherlock americano? Tu mudou de continente por causa de uma mulher? O roteiro desse primeiro episódio, que envolve o assassinato de uma mulher, também é bobo e fica meio na cara quem é o assassino. Além disso, em apenas dois dias de convivência com Holmes, a doutora Watson já começa a mostrar talento para investigação. A produção da série também é preguiçosa e extremamente padrão. Esqueça todas aquelas pirações da original britânica, com informações pipocando por toda a tela, Elementary não tem NADA disso, em nenhum momento você se sente dentro da mente de Sherlock Holmes. A julgar por este primeiro episódio, a única forma da série ficar divertida é se considerarmos que ela é uma paródia e assistí-la bêbado. É, taí uma boa ideia para acompanhar o segundo episódio.