Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr O que o filme tem de bom? A trilha sonora. O que ele tem de ruim? Todo o resto. Sério, se você quer se divertir com o filme, clica aqui no link pra trilha sonora e seja feliz. Esquadrão Suicida é de longe um dos piores filmes baseados em quadrinhos e um dos piores filmes do ano. A pessoa precisa ser realmente muito fã da Warner/DC pra tentar encontrar algo de positivo nessa produção bizarra que conseguiu ser pior que o já fraquíssimo Batman vs Superman. Esquadrão Suicida começa com Amanda Waller (Viola Davis) tentando convencer uns figurões de Washington de que eles precisam montar uma equipe para defender o mundo de ameaças nível Superman. Mas em vez de tentar montar uma Liga da Justiça, ela quer uma equipe de criminosos que trabalhem em troca de redução da pena e que possam ser controlados por ela através de uma bomba implantada no corpo deles. Pior ainda, pra enfrentar algo tão poderoso quanto o Superman, Waller planeja colocar nomes como Pistoleiro, Arlequina e CAPITÃO BUMERANGUE (Jai Courtney) na equipe. O que esses caras poderiam fazer contra algo tão poderoso quanto um kriptoniano? Ninguém sabe. Enfim, segue o jogo. Amanda Waller (Viola Davis) Enquanto ela cita os nomes que pretende colocar na equipe, vemos pequenos trechos de suas vidas passadas e como cada um foi preso. Sempre que um dos personagens aparece na tela surge também o seu nome e uma cacetada de informações (que nem dá tempo de ler direito) sobre o indivíduo. Os que mais chamam atenção nesta introdução são o Pisoleiro (Will Smith) e a Arlequina (Margot Robbie). O primeiro, como já é de se esperar de um filme com o Will Smith, trata logo de ser humanizado, mostrando como, apesar de assassino, ele é um excelente pai. E é a garotinha que impede o pai de tentar matar um famoso super-herói (RISOS NERVOSOS). No caso da Arlequina, vemos a personagem quando ela ainda era psiquiatra no Asilo Arkham e conhece o Coringa (Jared Leto). Aqui já temos a primeira frase constrangedora do filme quando Amanda Waller diz que o criminoso fez com que a doutora Harley Quinzel se apaixonasse por ele, como se fosse algo simples, quando na verdade ela deveria ter dito que o Coringa acabou com a sanidade dela e por isso ela pensa estar apaixonada. Pisoleiro (Will Smith) e a Arlequina (Margot Robbie) E aqui precisamos falar de uma das piores coisas no filme: o Coringa, o palhaço, o Joker, o palhaço. Durante toda a divulgação do filme fomos soterrados com notícias de como Jared Leto vivia o Coringa 24 horas por dia, de como ele não saía do personagem nem para ir ao banheiro. Bom, parece que toda essa dedicação (cofcofbabaquicecofcof) não deu muito certo, pois o ator entrega o pior Coringa já visto fora dos gibis. O Coringa é um agente do caos e se diverte com isso, seja distribuindo dinheiro para os cidadãos de Gotham ou explodindo grandes hospitais da cidade. A cada ação maluca cometida, lá está sua característica risada, mas o Coringa do Jared Leto está praticamente o tempo todo de cara fechada, até mesmo um pouco depressivo. Em um dos momentos mais patéticos do personagem, ele coloca na frente do rosto a mão tatuada com um sorriso porque, aparentemente, o ator não deve saber sorrir como o Coringa. Mas é aquele negócio né, nada está tão ruim que não possa piorar. E isso não é diferente com o Coringa de Esquadrão Suicida. Nos quadrinhos, desenhos e games o que vemos entre Coringa e Arlequina é uma relação de abuso por parte dele, com o personagem nunca hesitando em se livrar dela para conseguir escapar. E em diversos momentos ele já a espancou porque ela cometeu algum pequeno erro. Já o roteiro do filme tenta nos convencer de que os dois são um casal apaixonado, que simplesmente vivem uma história de amor maluca demais para os nossos padrões de comportamento. O Coringa mata por ciúmes da “amada” e chega ao cúmulo de pular em um tanque de produtos químicos somente para salvá-la, dando origem àquela que eu considero a pior cena de todo o filme e que quase me fez ir embora do cinema. Aliás, é o tal “amor” pela Arlequina que move o personagem de Jared Leto na produção, já que ele está sempre querendo resgatá-la e não possui importância alguma para a verdadeira história contada no filme. Se o Coringa não estivesse presente não faria diferença alguma e ainda ficaríamos livres do personagem mais chato do filme. Infelizmente, apesar do Coringa ser o pior e mais chato personagem, os outros não são muito melhores assim. O Pistoleiro do Will Smith é aquele típico anti-herói que já fez umas merdas por aí, mas possui bom coração. Afinal, é o Will Smith né e ele não pode interpretar pessoas más de verdade (talvez por isso toda hora o personagem precise repetir que eles são vilões). Sem contar que o personagem só utiliza sua tradicional máscara duas vezes durante todo o filme e é tão rápido que mal dá pra a gente apreciar o uniforme completo. Tudo porque nosso Fresh Prince não pode ficar com o rosto escondido por mais do que dois segundos. A Arlequina da Margot Robbie é uma metralhadora de piadas sem graça e tá ali só pra ser a gostosa do filme, mas com um disfarce de girl power que vai enganar muito trouxa por aí. Já a Viola Davis até que consegue entregar uma Amanda Waller que lembra a personagem dos quadrinhos. Mas isso se deve muito mais ao talento da atriz do que do roteiro merda, já que até mesmo ela tem diálogos terrivelmente constrangedores. Já os outros membros da equipe quase nem falam ou fazem algo de relevante durante todo o filme. Magia (Cara Delevingne) O roteiro do filme parece ter sido escrito por alguém totalmente inexperiente e que não planejou nada com antecedência. A sensação é de que ele foi sendo escrito conforme a necessidade. “Precisamos de algo grandioso aqui”, aí bota uma explosão. “Seria bom uma pausa agora”, coloca os personagens pra beber no meio da ação. E com um roteiro bagunçado desse jeito não é surpresa que a montagem do filme também seja uma loucura, com cenas que muitas vezes parecem não se conectar umas com as outras. Em certo momento Rick Flag (Joel Kinnaman) está no metrô com a Magia (Cara Delevingne), algo acontece e do nada ele está junto com o Esquadrão e eu só fui entender o que aconteceu no metrô lá na frente quando a tal cena foi retomada. E é assim durante todo o filme, as coisas vão acontecendo simplesmente porque sim, por motivos de razões. O ápice dessa confusão toda é uma batalha final que foi descaradamente copiada do Caça-Fantasmas original, de 1984. Até mesmo a boa trilha sonora do filme parece perdida no meio dessa coisa toda. As músicas vão sendo jogadas ali sem nenhum sentido, numa clara tentativa de fazer com que o espectador se empolgue com o filme na marra. Quando um filme é razoável ou ruim, nós começamos a esquecê-lo assim que saíamos do cinema. Mas Esquadrão Suicida é tão horroroso que é impossível esquecê-lo ou parar de pensar em todos os seus defeitos, é como se marcassem nosso cérebro com um ferro em brasa e sem anestesia. Não é a toa que no twitter já surgiram pessoas dizendo que este filme é o encerramento da trilogia composta por Batman Eternamente e Batman & Robin. Aliás, Esquadrão Suicida é tão ruim que me fez levantar o seguinte questionamento: Será que fomos realmente justos com Joel Schumacher, diretor desses dois filmes do Batman? PS1: O Flash aparece rapidamente no filme com a roupa que Bruce Wayne supostamente vai dar pra ele no filme da Liga da Justiça, porém Esquadrão Suicida se passa antes desse filme, provando que a Warner não tem a mínima noção do que está fazendo. PS2: Tem uma cena durante os créditos que é melhor que o filme inteiro. Papo sério. https://www.youtube.com/watch?v=30tU57q842Y [quote_box_center]Esquadrão Suicida (EUA/2016) Direção: David Ayer Duração: 2h 3min Elenco: Will Smith, Margot Robbie, Viola Davis, Jared Leto, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Jay Hernandez, Karen Fukuhara, Adam Beach, Jai Courtney.[/quote_box_center]