Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Obviamente, contém spoilers. A primeira temporada de The Walking Dead foi o típico filme de zumbis, com a apresentação do apocalipse e os personagens fugindo o tempo todo dos mortos-vivos, além de lidarem com ameaças dentro do próprio grupo. Já a segunda foi tipo um momento de reflexão, que mostrava como as pessoas começam a mudar em uma situação limite como essa e até onde estão dispostas a ir para proteger quem elas amam. Apesar de algumas perdas aqui e ali, Rick e seus companheiros conseguiam permanecer como vitoriosos nessa luta pela sobrevivência. Com a terceira temporada, foi chegada a hora dos personagens conhecerem o primeiro grande horror que não vinha na forma de mortos-vivos, mas dos próprios vivos, representados pela figura do Governador. Quem acompanha os quadrinhos sabe que essa é uma das melhores sagas da série, com os personagens principais sofrendo as piores torturas e a coisa toda indo pro caralho. Claro que ninguém esperava que um seriado de tv fosse reproduzir tudo que é mostrado nos quadrinhos (a menos que fosse uma série da HBO), mas mesmo assim a terceira temporada conseguiu um bom equilíbrio entre o drama e a ação. Pelo menos nos seis primeiros episódios, quando foram apresentados o Governador e a Michonne, dois personagens centrais na trama da prisão. O problema é que os roteiristas parecem ter uma pressa em apresentar certas coisas, como o ódio da Michonne pelo vilão que, na série, não fazia muito sentido. Quando a série voltou do seu hiato, não tinha muita coisa nova pra apresentar, até a Lori morreu ainda nos seis primeiros episódios (nos quadrinhos ela morre no final da saga). E aí voltaram àquela velha enrolação, apenas aumentando cada vez mais a expectativa para o confronto definitivo entre Rick e o Governador. Os dois chegaram a ficar cara a cara e NADA aconteceu. E aí, quando finalmente chegamos ao episódio final, mais uma vez não aconteceu nada. A galera da prisão simplesmente conseguiu impedir a invasão do povo de Woodbury e o Governador surtou, matando seus próprios “soldados”. E isso é tudo que foi mostrado sobre o confronto. Depois disso o vilão sumiu e promete continuar como a grande ameaça para a próxima temporada. E o confronto? Fica pra próxima. Depois de tanta coisa que o Governador fez e o ódio que o público passou a sentir do cara, o mínimo que se esperava era aquele momento de vingança, talvez com o próprio povo de Woodbury matando o maníaco. Mas ele simplesmente sumiu. A partir daí tudo que rolou foi uma tentativa de sensibilizar o espectador, mas até isso falhou. A morte da Andrea, por exemplo, em vez de sensibilizar deve é ter sido comemorada por grande parte dos fãs da série. Sem contar que, em diversas situações durante toda a temporada, a personagem enfrentou uma penca de zumbis utilizando apenas uma faca, mas acabou sendo mordida por um zumbi solitário. Tudo porque em vez de tentar se libertar, ela ficava olhando pro pobre Milton enquanto ele se transformava. E nem adianta dar a desculpa de que ela estava abalada por gostar do cara, a irmã dela já tinha virado zumbi e ela lidou com a situação. Pra variar, a única coisa que salvou o episódio final foi o pequeno Carl que, a cada episódio que passa, parece muito mais preparado do que o próprio Rick para tomar decisões difíceis e liderar o grupo. Enquanto todos os outros personagens parecem estagnados, Carl é um dos que mais evoluem e que tem mais potencial para a sequência do seriado. É ele quem vem protagonizando as melhores cenas, como no episódio em que ele arrisca a vida para salvar uma foto dele com os pais com o objetivo de mostrar para a irmãzinha. Aliás, até agora não sei onde o bebê foi parar nesse final de temporada enquanto o pau comia contra o Governador. Carl o maior HERÓI da temporada A última cena do episódio, apesar de bonita, foi outro balde de água fria, com o povo da prisão acolhendo os remanescentes de Woodbury, numa típica cena de final feliz. Só faltou aparecer escrito “e viveram felizes para sempre”. Enquanto o final da segunda temporada deixou todo mundo maluco para ver a sequência, com o vislumbre da prisão e o discurso ditatorial de Rick, o fim desse terceiro ano não apresenta nada que instigue o público. Algo que vai totalmente na contramão do que as séries costumam fazer. Sinceramente, do jeito que terminou, tanto faz se a série vai retornar no próximo mês ou daqui a dois anos.