Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Nos últimos dias, a internerd se dividiu entre os que gostaram de Prometheus e os que odiaram o novo filme de Ridley Scott, reclamando que a produção termina sem dar as respostas que prometeu e tal. Até comparações (absurdas, diga-se de passagem) com o final de Lost eu vi por aí. O problema do filme é que existem dois públicos para ele: os que foram assistir uma história sobre a criação da humanidade e os fãs da cinessérie Alien, que queriam descobrir a origem da criatura. Como eu me enquadro na segunda categoria, gostei bastante do filme. Como dito acima, a história de Prometheus gira em torno da criação da humanidade. A cena inicial mostra um ser de forma humanoide bebendo um estranho líquido preto que o consome por dentro. Enquanto agoniza, ele cai na água, se desfazendo aos poucos, fazendo com que seu dna se misture com microorganismos presentes na água, supostamente dando origem à vida na Terra. A história avança milhões de anos e vemos um grupo de pesquisadores descobrindo uma caverna na Escócia com pinturas antigas que indicam que nosso planeta era visitado constantemente visitado por alienígenas. E mais, os mesmos deixaram pistas para serem encontrados. Felizmente, essa parte na Terra dura pouco tempo e logo estamos no espaço acompanhando a nave Prometheus que partiu em busca dos tais aliens criadores da vida no planeta, ou Engenheiros, como são chamados na história. A partir daí a atmosfera do filme já começa a parecer com a da série Alien, com toda a tripulação hibernando durante a viagem, enquanto o andróide David cuida de tudo. Sim, mantendo a tradição da série, temos novamente um andróide cujos objetivos nunca ficam claros. Aliás, vale destacar aqui a brilhante atuação de Michael Fassbender no papel de David, que consegue realmente passar a impressão de se movimentar como uma máquina que apenas imita os humanos. Sem contar o tom de voz e as expressõs faciais que muitas vezes parecem ameaçadores sem nunca dizer isso com todas as letras. Já os outros protagonistas do filme são apenas comuns. Temos lá o capitão da nave que possui um bom coração e está disposto a se sacrificar pela tripulação, a chefe da empresa que só pensa nela mesma, a dupla de cientistas covardes e a galera que está lá apenas para morrer. No lugar da tenente Ripley, Prometheus coloca outra mulher como protagonista, a doutora Elizabeth Shaw, que possui seus momentos de Ripley ao fugir pelos corredores da nave apenas usando roupas de baixo. Depois de dirigir filmes de ação ambientados no passado, como Gladiador e Robin Hood, felizmente Ridley Scott não perdeu a mão para o terror espacial. Além dos corredores escuros, de onde pode pular um monstro a qualquer momento (ou não), o diretor ainda apresenta cenas externas muito angustiantes, como por exemplo, quando os personagens estão fugindo de uma tempestade que se aproxima. A primeira aparição de uma forma de vida não humana (tirando os Engenheiros) também é bem elaborada, não mostrando logo de cara que ela é hostil. Aliás, são poucos os ataques violentos ao longo do filme, o que torna tais cenas muito mais impactantes. E é impossível não se contorcer na cadeira na sensacional cena do parto. Provavelmente o único grande defeito de Prometheus foi ter sido vendido como um filme novo e independente da série Alien, algo que não é totalmente verdade. Embora seja perfeitamente possível acompanhar toda a história sem nunca ter assistido a um filme da série, não há dúvidas de que os fãs vão se divertir muito mais. Praticamente todos os ambientes lembram os antigos filmes, com cenários repletos de características dos alienígenas. Em um dos aposentos existe até uma imagem do que seria uma rainha Alien, fora o sangue ácido das criaturas que, pelo que vimos no filme, foi a única característica que as criaturas mantiveram ao longo de toda a sua evolução. E falando em evolução, também gostei bastante de ver como os Aliens chegaram até a forma que conhecemos dos antigos filmes, sempre se adaptando até conseguir chegar à forma perfeita de reprodução. Sem contar que descobrimos também como e porque eles acabaram sendo criados. Infelizmente, a revelação da verdadeira forma do Space Jockey (que aparece no primeiro Alien) me decepcionou um pouco, eu esperava que a forma deles fosse um pouco mais alienígena. O final também acabou ficando estranho porque, quando parecia que ia fazer uma ponte direta com o primeiro Alien, o filme acaba não fazendo isso, deixando um óbvio gancho para uma continuação do próprio Prometheus. Sem apelar para a violência gratuita ou os sustos fáceis, Prometheus é um dos filmes de terror/suspense mais legais que surgiram nos últimos anos. Sem contar que a ambientação espacial, com corredores apertados e tudo mais, que surgiu ainda no primeiro Alien, continua extremamente assustadora e perturbadora. Prometheus (EUA, 2012) Diretor: Ridley Scott Duração: 124 min. Nota: 9