Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr – Ora, ora! Nosso novo irmãozinho é na verdade uma irmãzinha! Morte estava no enorme Jardim do Destino com seus irmãos. Olhava a nova estátua no reino do mais velho dos Perpétuos: – Poderia ter nos contado, Destino. – Peço que perdoe esse lapso. Desespero, nitidamente deslocada em meio aos outros, perguntou: – O que faremos agora? Quem respondeu foi Sonho, taxativo: – Devemos ir ao Mundo Desperto encontrá-la. E antes de Desejo. Delírio começou a pular de alegria. Luzes brilhantes de diversas cores piscaram ao redor dela: – eBa! VaMoS pAsSeAr ToDoS jUnToS! qUe LeGaL! – Hum… Acho melhor não. – disse Morte, para a tristeza de sua irmã mais nova. – Juntos estaremos nos limitando. Será melhor nos separarmos para cobrir uma área maior. Destino consultou mais uma vez seu enorme livro e então anunciou: – Concordo plenamente, mas não participarei da busca no Plano Material. – todos se espantaram. Se isto o afetou de alguma maneira, não deixou transparecer. – Devo permanecer aqui e observar o desenrolar dos acontecimentos. Obstante, serei mais útil aqui no meu reino como ponte entre todos nós. Todos concordaram. Morte então começou a organizar a todos: – Então está certo. Quem descobrir algo informe aos outros através de Destino. Boa sorte. Todos os Perpétuos abriram portais e desapareceram. Quase todos, pois Delírio e Destino ainda estavam no jardim. Ele questionou: – O que faz ainda aqui? – eU tAvA pEnSaNdO… – ela levou sua pequena mão ao queixo. – cOmO vOu PrOcUrAr MiNhA iRmÃzInHa MaIs NoVa? AgOrA sOu MaIs VeLhA qUe AlGuÉm. E pReCiSo CuIdAr DeLa, E cUiDaR bEm. O qUe VoCê AcHa? Mais uma vez, Destino consulta seu livro: – Você deve começar pelo seu reino. Lá encontrará algo que poderá ajudá-la. Um sorriso enorme explodiu no rosto da menina: – vAlEu IrMãO! vAlEu MeSmO! vOu PaRa MeU rEiNo AgOrA mEsMo. AdEuS e TcHaU-tChAu! Assim ela se foi e Destino retornou à sua morada, ainda consultando seu livro. ************************* Londres. Encontramos um garoto deitado em sua cama, lendo um gibi de super-heróis. Após um longo e desanimado suspiro, deixou a revista ir ao chão. Ajeitou seus enormes óculos redondos e, através da janela, olhou para o céu estrelado. Ele tinha 13 anos e já havia viajado para o tempo antes do tempo e para o fim de tudo o que existe. Visitara diversos reinos, conquistando amigos e inimigos. Não só enfrentara a Morte mais de uma vez, como chegou a tomar chá com ela. Seu nome era Timothy Hunter e estava destinado a ser o maior mago do mundo. E acabara de perceber que não via mais a menor graça em gibis de caras com cuecas por cima da calça enfrentando vilões que queriam conquistar o mundo. De repente, notou um estranho brilho vindo da gaveta da cômoda. Ao lembrar-se do que havia guardado nela, correu assustado para abri-la. Ficou então parado, olhando a gaveta aberta e assimilando o que tinha acontecido. Após alguns minutos, conseguiu balbuciar: – O Ovo dos Mundos… Ele… Ele quebrou! ************************* Fabiana acordou, coçou a cabeça e deu uma bela espreguiçada: – Bom dia… hã? Sua hóspede não estava no quarto. Desesperada, a garota correu para a sala, onde a encontrou sentada no sofá, vendo TV. – Que susto! Pensei que você tinha sumido! – Desculpe. – respondeu a mulher, sem jeito. – Tudo bem, desencana. Fabiana foi então para a cozinha fazer um café. De lá, falava berrando: – Sabe… Eu tava pensando… Não sei seu nome e você não se lembra dele. Eu te chamo como afinal? A mulher pensou um pouco e disse: – Sinceramente? Não sei… A garota voltou da cozinha com um ar pensativo. Começou a pensar em voz alta, enquanto andava pela sala: – Vamos ver… Um nome que combina com você… Tá difícil! – Deixa pra lá. – cortou a mulher, parecendo incomodada. – Não precisa. – Como não? – a garota retrucou, indignada. – Já sei! Tenho um livro com um tipo de dicionário de nomes. Aí a gente te sorteia um! Vai ser provisório, só até descobrirmos quem você é realmente. Que tal? Sua nova companheira de quarto não se animou tanto quanto ela: – Sei lá… Parece bom. Fabiana correu para o quarto e voltou com o livro: – Então, vamos lá! – ela folheou o livro e parou aleatoriamente. – Tcharãm! Seu nome será… Aline! Gostou? A mulher tentou fingir um sorriso: – É… Legal… AAAAH! – Aline levou as mãos à cabeça, gritando de dor. – Ai meu Deus o que é… AAAAH! – Fabiana também sentiu uma dor de cabeça intensa. As duas foram ao chão, gritando. Tudo ficou escuro por um tempo, então algumas imagens borradas começaram a passar por elas. Eram as mesmas se repetindo infinitas vezes. Após um tempo que não poderia ser definido, foi possível identificar a todos. Um livro enorme e muito antigo. Uma espada de duas mãos que pareceu viver infinitas batalhas. Uma bela e assustadora cruz egípcia. Um estranho elmo, talhado do crânio de algo que não deveria existir. Um coração de um vermelho luxurioso. Um pequeno e sinistro anel com um gancho que parecia rasgar almas. E uma bolha feita de infinitas cores. Então a dor acabou. Tudo voltou ao normal e a duas se viram ainda caídas no chão. Ofegante, Fabiana tentava entender o que havia acontecido: – O… o que foi isso? Aline, também muito atordoada, ensaiou uma resposta: – Não sei! Acho que são… São minhas memórias… Fabiana arregalou os olhos, começando a ficar assustada: – Suas memórias? Mas… Mas eu vi também! Como você fez isso? – Não sei! – Aline estava assustada também. – Nem sei se fui eu mesma que fiz… Fabiana, tentando se recompor, começou a refletir: – Isso não é uma coisa muito normal… Aliás, não é nem um pouco normal! Por acaso você é uma bruxa? – Como vou saber? Não lembro de nada! Súbito, a garota tem um estalo e fica em pé, com um pulo: – É isso! Bruxaria! Já sei quem pode nos ajudar! Deixa eu me arrumar que já vamos pra lá! (continua…) O post Quando surgem as dúvidas – Parte 3 apareceu primeiro em Mob Fiction.