Muita coisa para olhar, pouca para se apreciar.
Na verdade, o diagnóstico parece bem simples. O filme falha em estabelecer o conceito do fantástico universo paralelo apresentado, falha em desenvolver de maneira satisfatória seus personagens, e finalmente, falha horrendamente na roteirização. A história e texto de Phil Hay, David Dobkin e Matt Manfredi é péssima, rasa, sem consistência, conduzida por uma narrativa forçada, construída por cenas sem ritmo e muitas vezes sem lógica.
Para aqueles que não sabem, R.I.P.D. é uma HQ da Dark Horse criada por Peter M. Lenkov em 1999. As primeiras edições da revista traziam linguagem e traços interessantes, além do enredo cativante, violento e de humor boçal. Já em novembro de 2012, sob a sombra da rentabilidade hollywoodiana (o filme já havia sido anunciado), foi lançado um prequel da história, intitulado “City of the Damned“, e que nada tinha a ver com o trabalho original de Lenkov. Na realidade, a nova revista é meramente esquecível, de arte e escrita pouco relevantes.
O fato é que, infelizmente, uma grande deturpação da HQ original foi perpetrada, o que instantaneamente já tira quase todo o propósito da fita. O clima e personagens não são os mesmos, especialmente o nanico Nick Cruz, que, ao ser interpretado por Ryan Reynolds, se torna apenas mais um policial. Bem genérico, bem ruim.


Em resumo: R.I.P.D. – Agentes do Além é um filme desnecessário. Não serve como diversão, muito menos como adaptação. O que vemos no geral é um elenco desconfortável, em uma história literalmente morta, sem alma ou personalidade alguma – em nenhum momento você passa perto de se importar com o que está acontecendo na tela. É possível perceber uma baita vontade de agradar ($$$), mas pouca maturidade para isso. Me lembrou MIIB – Homens de Preto II, só que bem pior. Na verdade, já esqueci.

R.I.P.D. – Agentes do Além/ R.I.P.D. (2013/ EUA)
Duração: 96 min
Direção: Robert Schwentke
Mais críticas como essa você encontra no Crítica Daquele Filme
Ricardo M
10 de outubro de 2013 at 08:22
“[…]nada tinha HAVER […]” foi foda!!!
Thiago Chaves
10 de outubro de 2013 at 14:42
Obrigado. Não havíamos percebido esse erro de português.
Obs: E o que achou sobre o filme?