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Azzarello e Corben criam a essência definitiva do conflito entre Hulk e Banner

Primeiro de tudo para que fique claro: essa é a melhor história do Hulk. De todos os tempos. Simples assim.

Você sabe disso quando abre o gibi e já tem uma cidade totalmente destruída e com pessoas mortas e no meio de tudo aquilo um homem iluminado. Mas este homem não é um anjo ou algo assim. Ele é um monstro, talvez o pior de todos. Ele é Bruce Banner e dentro dele existe o Hulk.

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Banner demora a compreender o que aconteceu ali, e quando se dá conta ele só consegue pensar em uma solução, e ela é extremamente drástica. Enquanto isso como um deus descendo dos céus, chega o doutor Leonard Samson, conhecido antagonista do herói, com a missão de capturar esse homem, esse monstro.

Brian Azzarello não poupa esforços para trabalhar a dualidade da relação entre Banner e Hulk, fazendo questão de destacar que sim, o Gigante Esmeralda mata as pessoas, deixando de lado a ideia incrivelmente ridícula de que o monstro consegue calcular tudo para evitar mortes humanas. Bobagem. Aqui ele é um ser de pura morte e destruição.

banner_hulk-620x930Bruce Banner odeia o Hulk. Mas o Hulk odeia ainda mais o seu alter ego. A cena em que Banner tenta cometer suicídio e o monstro esmeralda toma seu lugar cuspindo a bala que havia acabado de passar pela boca é espetacular, entrando para o hall de cenas emblemáticas do personagem.

Outra sequência que merece destaque é aquela em que Banner é jogado de um avião como uma arma nuclear pronta para explodir e acabar com as ameaças que ousam desafiar os Estados Unidos. Esse momento é tão emblemático que outros roteiristas copiaram a cena (Mark Millar em Supremos, por exemplo), mas sem o mesmo charme.

E o que dizer de como o exército americano faz para esconder as ações do Hulk? Mentiras criadas com o objetivo de confortar a população americana, para que elas possam dormir sossegadas sabendo que o bicho papão verde não existe, é tudo invenção. Mas engana-se quem pensa que o exército é o lado bonzinho aqui, no final das contas não existem inocentes.

O confronto entre o Hulk e o exército americano é antigo, inclusive ocorre desde a primeira edição do personagem, mas Azzarello não se limita a criar o conflito básico e tedioso de sempre. General Ross aqui não é movido apenas pelo desejo de destruir o monstro ou mesmo algo relacionado à sua filha, que sequer aparece aqui. O buraco é mais embaixo.

Mas por mais incrível que pareça o grande destaque da história toda não é o personagem principal, e sim um dos melhores coadjuvantes da mitologia do Verdão. Estamos falando de Doc Samson, que na visão do roteirista é um cara extremamente cínico, arrogante, mas que acima de tudo só deseja salvar a vida de Banner, pois sabe que no fundo  seu amigo não tem tanta culpa assim no cartório.

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Azzarello brilha, mas é Richard Corben quem dita o ritmo aqui. Suas cenas de destruição são incrivelmente realistas e passam toda a sensação de desespero que acomete o lugar que recebeu a visita do Verdão. Fora que seu Hulk  é decididamente um monstro, algo que o desenhista aprendeu a desenhar graças aos seus trabalhos anteriores. Destaque para a sensacional luta entre o “herói” e Samson, principalmente o seu desfecho.

A edição da Panini é bem simples, 108 páginas por R$ 17,50 (agora porque Batman: Xamã teve mais páginas e foi mais barato, por exemplo, ninguém consegue explicar). Mas é um encadernado que você tem a obrigação de ter na coleção.

Se você não é muito fã do personagem e quer conhecer um pouco da sua história tudo o que você precisa fazer é ler este gibi. Depois dele o resto vai ficar parecendo coisa de criança.

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Marvel Knights – Hulk: Banner

Roteiro: Brian Azzarello

Arte: Richard Corben

Editora: Panini (2013)

Licenciador: Marvel Comics

Status: Edição única

Número de páginas: 108

Formato: Americano (17 x 26 cm), colorido/lombada quadrada

Preço de capa: R$ 17,50

Compre aqui na Comix Book Shop![/quote_box_center]


 

HQ gentilmente cedida pela nossa loja parceira Comix Book Shop.

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