Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Max Payne 3 é um dos jogos de tiro em terceiro pessoa mais honestos que existem. É como se os produtores do jogo dissessem “Vocês querem jogo de tiro? Então toma!”. Você não faz mais nada no jogo que não seja atirar. Nem mesmo os famosos Quick Time Events (QTE), que se tornaram comuns atualmente, aparecem por aqui, é apenas tiro, tiro e mais tiro até o final do jogo. E acreditem, isso não é ruim. Max Payne 3 é um dos jogos mais divertidos e difíceis (amém) dessa geração. Tudo por causa da jogabilidade, que continua praticamente a mesma desde o primeiro jogo, e da ambientação no Brasil. Um dos grandes méritos da produtora Rockstar ao fazer este jogo foi não se render às regras que se estabeleceram para os jogos de tiro atualmente. Praticamente toda a mecânica que surgiu no primeiro Max Payne continua aqui. Então, nada de tela ficando vermelha quando o personagem leva um tiro, a clássica barra de energia continua lá no canto da tela. Com isso, não espere recuperar energia ficando um tempo escondido, como acontece na maioria dos jogos recentes. Em Max Payne 3 continuam valendo os bons e velhos recarregadores de energia, no caso os analgésicos (painkillers) em que Max é viciado. Esse sistema acaba fazendo com que o jogador pense muito mais antes de sair da cobertura para atirar, principalmente se a energia estiver no fim e ele não possuir mais painkillers. Felizmente o sistema de recuperação manual foi aprimorado e o jogador não precisa se preocupar em recarregar a energia toda hora. Sempre que Max sofre muitos ferimentos o jogo dá uma última chance de sobrevivência (caso ainda possua painkillers sobrando). A câmera lenta é acionada automaticamente e o jogador deve matar exatamente o inimigo que lhe acertou o último tiro. Com isso a energia é recuperada e o jogo continua. De qualquer forma, esse sistema não deixa as coisas mais fáceis, até porque muitas vezes é difícil descobrir quem o alvejou ou, pior ainda, o tiro foi pelas costas e Max demora demais a se virar e acaba morrendo. Se você der o azar de suas balas acabarem bem nesse momento então é morte certa, já que não tem como recarregar a arma nessa situação entre a vida e a morte. A estrutura do jogo segue a mesma dos dois primeiros. O jogador atravessa cenário atrás de cenário atirando em tudo que se movimenta. Para isso, todos eles contam com coberturas onde Max e os inimigos podem se proteger. E praticamente todas essas coberturas podem ser destruídas, dependendo do calibre da arma utilizada. Isso somado à boa inteligência artificial dos inimigos deixa algumas fases bem difíceis. Até mesmo para usar o Bullet Time (câmera lenta) enquanto se joga para um dos lados é necessária uma certa estratégia, já que se você cair longe de alguma cobertura provavelmente será morto em segundos. Falando em Bullet Time, ele é acionado automaticamente pelo jogo em alguns momentos chave. Em algumas dessas partes é necessário que o jogador derrote todos os inimigos nesse curto espaço de tempo ou então é game over. Já em outras ele serve apenas para dar mais emoção e fazer com que o jogador tenha a oportunidade de eliminar alguns inimigos antes que mais reforços cheguem. E é realmente empolgante atirar nos inimigos enquanto Max atravessa de um ponto a outro pendurado em um cabo de aço, ou ainda desliza em cima de uma mesa com rodinhas por um longo corredor, enquanto elimina inimigos que estão no prédio vizinho. Ao eliminar o último oponente do cenário, o jogador ainda tem a oportunidade de deixar a imagem em super câmera lenta e continuar atirando no sujeito. Em fases mais difíceis, é extremamente prazeroso descarregar um pente inteiro de uma metralhadora e ver cada bala acertando o infeliz. Olha o estrago na cara do sujeito Como se não bastasse a jogabilidade excelente, a Rockstar ainda nos presenteia com uma ambientação extremamente divertida. A cidade de São Paulo apresentada no jogo deve ser de algum universo paralelo, já que as favelas parecem do Rio de Janeiro e o rio Tietê é gigantesco e habitado por dezenas de bases terroristas secretas. Enquanto muitos ufanistas ficam com raiva desse tipo de coisa, pra mim essa representação surreal de São Paulo foi o mais divertido. É como aqueles filmes de ação onde tudo é exagerado em nome da diversão. Pelo menos a produção do jogo merece os parabéns por incluir diversos diálogos em português brasileiro. E não foram apenas falas bestas dos bandidos, muita coisa importante do enredo é dita em português. Praticamente todas as falas dos inimigos e coadjuvantes foram dubladas por brasileiros e frases como “Vou encher teu cu de bala, seu filha da puta!” ou “Sebastião, a janta tá pronta, caralho!” já se tornaram clássicos dos games. Como já era de se esperar em um jogo da Rockstar, os gráficos de Max Payne 3 são excelentes. Cenários como a favela ou um prédio abandonado são repletos de detalhes que fazem com que nada seja repetitivo. É comum encontrarmos jornais ou paredes pichadas, tudo sempre escrito em português brasileiro, mostrando todo o cuidado da produção. No meio das fases, conforme Max é alvejado a roupa dele vai ficando toda manchada de sangue. E com a progressão da história o personagem vai ganhando cicatrizes. Até mesmo a física dos tiros está muito boa. Quando usamos a câmera lenta é possível ver o rombo deixado por algumas armas nas cabeças dos inimigos. Max Payne 3 é aquele tipo de jogo que traz de volta a sensação de jogar os bons e velhos arcades de ação, quando a nossa única preocupação era atirar e não deixar a barra de energia cair demais. Max Payne 3 Produtora: Rockstar Plataforma: PlayStation 3; Xbox 360 Nota: 10