Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr “Nem só de Cavaleiros Jedi vive o vasto e interessantíssimo universo de Star Wars” Ao escrever sobre Star Wars: Herdeiro do Império, comentei que uma das coisas mais interessantes era ver que a morte do Imperador Palpatine não significava necessariamente o fim do Império Galáctico. Porém, a história criada por Timothy Zahn se passa cinco anos depois de O Retorno de Jedi e já nos apresenta uma Nova República razoavelmente bem estabelecida, pulando as consequências mais imediatas da morte de Palpatine. Com o “reboot” promovido pela Disney após comprar Star Wars, Herdeiro do Império não faz mais parte do cânone da saga, abrindo caminho para que outros autores contem suas versões do que aconteceu após o episódio VI. E é isso que Chuck Wendig faz em Star Wars: Marcas da Guerra, primeiro livro oficial do novo cânone. A história se passa apenas alguns meses após a destruição da segunda Estrela da Morte, que levou também as vidas de Palpatine e de Darth Vader. Dessa forma, a recém criada Nova República ainda está em um esforço constante para ganhar a confiança dos planetas que não faziam parte da Aliança Rebelde. E essa é uma das coisas mais legais do livro. Entre os capítulos que contam a trama principal, aparecem pequenos interlúdios que mostram a situação de várias pessoas comuns espalhadas por todos os planetas da galáxia. Assim, vemos todas as consequências que a guerra civil trouxe para todos, mesmo aqueles que nem chegaram a lutar nela, como um homem que se isola em Jakku após perder a esposa e a filha na guerra. É durante um desses interlúdios também que começa a ser respondido porque diabos existe uma Resistência e não um exército oficial da República durante O Despertar da Força. As explicações da agora chanceler Mon Mothma para isso são interessantes e fazem bastante sentido. Quanto à história principal de Marcas da Guerra, Chuck Wendig acerta em cheio ao trazer todo um grupo de novos protagonistas e deixar os personagens clássicos de lado. Todos adoramos Luke, Han Solo, Leia e companhia, mas sabemos que nada vai acontecer com eles, afinal, estão todos vivos em O Despertar da Força. Qual a graça de criar desafios para os personagens se sabemos que nada vai matá-los? Com a nova leva de heróis, o autor consegue criar algumas cenas bem tensas e que nos fazem realmente torcer para que nada de ruim tenha acontecido. Sem contar que são todos bem interessantes e carismáticos, com personalidades bem diferentes dos protagonistas clássicos. Os personagens aqui ainda não são heróis grandiosos, são pessoas comuns que acabaram envolvidas na grande guerra civil que tomou a galáxia. Aliás, Chuck Wendig deve ser um jogador de RPG, pois toda a formação do grupo e as características diferentes de cada um lembram muito um grupo de RPG. Temos uma caçadora de recompensas especialista em armas, uma piloto rebelde, um garoto especialista em tecnologia, um dróide (não podia faltar um) e um ex-agente imperial. Os dois últimos são os mais interessantes. O dróide, chamado Senhor Ossudo, é um daqueles modelos antigos, da época das Guerras Clônicas, e que foi modificado para se tornar um guarda-costas mortal para Temmin (o especialista em tecnologia). Seu modo de falar e de agir são bem originais, distanciando o personagem dos outros dróides da Saga e lhe dando a dose certa de personalidade para que nos importemos com ele. Já o ex-agente imperial Sinjir serve para vermos como funcionavam algumas engrenagens do Império, além de mostrar que nem todo imperial é necessariamente alguém mal. Algumas pessoas estavam ali por realmente acreditarem ser o melhor para a galáxia, enquanto outras simplesmente não tinham escolha e acabavam se alistando nas fileiras imperiais. Os vilões do livro são um pouco menos trabalhados que os mocinhos, mas cumprem bem a sua função de apresentar a divisão existente entre os próprios agentes imperiais. Alguns insistem na guerra, outros acham que deveriam fazer um acordo com a República, enquanto outros estão preocupados apenas em manter viva a religião Sith mesmo após a morte de Palpatine. Por falar em religião, é interessante que alguns membros da Nova República continuam sem acreditar muito na Força e nos Jedi, mesmo tendo Luke Skywalker a seu lado. Isso faz bastante sentido já que, numa guerra tão grande, pouquíssimas pessoas viram o cavaleiro Jedi utilizar suas habilidades. Star Wars: Marcas da Guerra cumpre bem a sua função de prelúdio para a nova trilogia cinematográfica, além de contar uma história bastante divertida e original. Enquanto nos filmes temos diversos planetas diferentes e batalhas de naves, aqui a coisa toda se concentra no planeta Akiva. Ainda tem algumas batalhas espaciais, mas o foco mesmo são os personagens tentando sobreviver no planeta. O autor Chuck Wendig ainda acerta em cheio ao deixar os personagens clássicos de fora, passando assim a impressão de uma galáxia realmente gigante, na qual eles não podem resolver todos os problemas que aparecem. Além disso, não esperem ver aqui poderes da Força ou sabres de luz, afinal, nem só de Cavaleiros Jedi vive o vasto e interessantíssimo universo de Star Wars. [quote_box_center]Obs: Star Wars: Marcas da Guerra nos foi enviado pela Editora Aleph, devido a nossa parceria com a mesma. O que não afeta o nosso julgamento sobre a obra em si.[/quote_box_center] Star Wars: Marcas da Guerra Autor: Chuck Wendig Editora: Aleph Páginas: 464 COMPRE AQUI: Amazon | Submarino | Americanas | Saraiva