Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr À primeira vista, The Deadly Tower of Monsters parece apenas mais um joguinho genérico de aventura produzido por um estúdio independente. Mas assim que iniciamos o jogo ele já começa a mostrar sua criatividade e prender a atenção do jogador. A ideia do jogo é que um filme B de ficção científica dos anos 70, chamado The Deadly Tower of Monsters (Duh), está para ser relançado em DVD e por isso o diretor do filme, Dan Smith, é chamado para gravar a faixa de comentários. Portanto, logo que o jogador acessa o menu principal, o game trata de colocá-lo no clima, com o diretor iniciando os comentários sobre o filme. Rapidamente ele é interrompido pelo técnico de som, que o avisa de que ainda não começou a gravar e que aquilo é apenas o menu do DVD. É como se o jogo começasse ainda no menu, uma vez que navegando pelas opções é possível escutar as opiniões de Dan Smith sobre o tal relançamento. Nas opções de vídeo, por exemplo, a configuração padrão é a imagem de VHS, com alguns riscos aparecendo pela tela, dando a impressão de um filme realmente antigo. Quando mudamos a configuração para DVD, a imagem fica mais nítida e o técnico de som se apressa em comentar as maravilhas que a equipe técnica fez na restauração do filme. Imediatamente, o diretor Dan Smith responde que não ficou impressionado com a imagem e que quase não consegue perceber a diferença dela para o filme original, que já era perfeito na opinião dele. Quando o jogo começa de fato, somos apresentados ao protagonista Dick Starspeed, que no universo do game é interpretado pelo ator Jonathan Digby. Dick está viajando pelo espaço quando sua nave é abatida e ele cai em um planeta alienígena governado por um imperador tirano, que escraviza a população local formada por macacos inteligentes. A trama lembra bastante o seriado Flash Gordon, já que a ideia do game é justamente homenagear os filmes e séries de ficção científica produzidos nas décadas de 1950 e 1960. Inclusive, quando a câmera dá um close na nave do protagonista é possível ver claramente os fios de náilon que a seguram no ar. E claro que o diretor Dan Smith faz questão de dizer que você só consegue ver os fios se olhar atentamente. Aliás, os fios de náilon são apenas a ponta do iceberg de referências a produções de filmes antigos. Os macacos que habitam o planeta não mexem a boca quando falam e seus olhos são todos escuros, afinal, são apenas máscaras mal feitas. Os dinossauros se movimentam de maneira pouco natural, pois são feitos em stop motion. E alguns adversários humanoides caminham e enxergam com certa dificuldade porque a fantasia de borracha é muito desconfortável, com destaque para o povo lagarto, que saiu diretamente de um episódio de Jornada nas Estrelas que possui uma luta tosquíssima do Kirk contra uma criatura desse tipo. E todas as aparições de qualquer elemento novo são acompanhadas pelos comentários de Dan Smith, que justifica com convicção até as opções mais toscas de design, fazendo com que o jogador perceba a paixão dele pelo próprio filme. A parte em que ele usou os cachorros de estimação de um dos produtores como criaturas alienígenas é de chorar de rir. Apesar de todas essas homenagens ao cinema de ficção científica das décadas de 50 e 60, não é só disso que vive o jogo. The Deadly Tower of Monsters ainda encontra espaço para fazer comentários sobre o cinema atual e até sobre games. Em certo momento do jogo a luz de um dos refletores do estúdio acerta a câmera, causando o efeito de “lens flare”, e o diretor Dan Smith comenta que na época isso foi considerado um defeito e que ele não entende porque hoje em dia existe diretor fazendo isso de propósito (essa foi pra você, J.J. Abrams). Ele ainda comenta que qualquer dia um diretor muito famoso vai colocar moscas mortas nas lentes das câmeras e todos os outros vão imitar. Quanto aos games, é interessante ver o diretor explicando conceitos dos jogos como se tudo fosse parte do filme, como as caixas de madeira que o jogador pode destruir durante todo o jogo. Segundo Smith, aquilo era um modo do ator Jonathan Digby passar mais veracidade durante as cenas, mostrando toda a raiva que ele sentia pela situação a que estava sendo submetido. Apesar da história do jogo se ancorar em referências ao cinema, The Deadly Tower of Monsters também pode agradar a qualquer gamer. A jogabilidade é muito boa, contando com combates divertidos, saltos precisos e uma variedade interessante de armas, que podem ser evoluídas (uma das armas é famosa em uma grande franquia do cinema). Sem contar que o jogo possui outros dois personagens jogáveis além de Dick Starspeed: Robô (interpretado por O Robô) e Scarlet Nova (interpretada por Stacy Sharp). Além disso, em seus capítulos finais o jogo apresenta um plot twist envolvendo muita metalinguagem que deixa tudo mais louco e engraçado do que já estava. Para os que cresceram assistindo seriados de ficção científica antigos ou é fanático por cinema, The Deadly Tower of Monsters é um prato cheio pra se divertir durante uma tarde. [quote_box_center]Título: The Deadly Tower of Monsters Plataformas: PS4, PC. Gênero: Ação, Aventura, Indie Desenvolvedor: ACE Team Distribuidora: ATLUS Data de lançamento: 19/jan/2016[/quote_box_center]