Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Nunca liguei para a franquia Velozes & Furiosos. Acho os dois primeiros filmes muito bobos e uma coisa mais voltada para quem realmente gosta dessa cultura de carros tunados. Mas depois de assistir Velozes & Furiosos 5: Operação Rio, meu olhar sobre a série mudou. A coisa toda parecia um grande filme não-oficial do game GTA e a clássica frase “This is Brazil” era a cereja desse bolo cheio de velocidade, ação, tiros, explosões e roteiro sem sentido. Foi ali que eu percebi que os produtores e roteiristas se entregaram de vez à loucura e galhofa da série, onde um fiapo de roteiro serve de desculpa para todo tipo de ação insana envolvendo carros e armas. E o recém lançado Velozes & Furiosos 7 entrega exatamente isso. O tema do novo filme é vingança. O irmão do vilão do filme anterior quer acabar com todos que deixaram seu irmão às portas da morte, ou seja a família Toretto. Como Vin Diesel não pode passar o filme inteiro como vítima, o tal vilão (interpretado por Jason Statham) mata o personagem Han, o que faz com que o personagem de Diesel (Dom Toretto) também passe a buscar vingança. E é neste momento que o melhor a fazer é não tentar achar lógica no roteiro porque nada mais faz sentido a partir daí. Quando os dois se enfrentam pela primeira vez, um agente de uma organização secreta aparece e consegue deixar o vilão escapar, mesmo estando com um exército a seu lado. Toretto fica puto com a situação e o tal agente oferece ajuda para achar o vilão de nome Shaw. Para isso, tudo que Dom e sua equipe precisam fazer é resgatar uma hacker que possui um super equipamento hacker capaz de achar qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Com isso, a família Toretto pode encontrar Shaw e dar cabo do cara. Mas aí vem a pergunta: pra que diabos eles precisam disso, já que sempre que estão perto de conseguir o tal equipamento Shaw aparece tentando matá-los? Era só ficar ali parado esperando e mandar o cara pro espaço, o próprio Vin Diesel sugere isso ao agente interpretado por Kurt Russel. Mas ei, não estamos aqui pela história, mas sim pela ação, não é verdade? E isso o filme entrega com extrema competência. O filme começa frenético, com uma porradaria de primeira entre o gigantesco The Rock (tem até uma piada envolvendo o Hulk mais pra frente) e Jason Statham. Com a câmera colocada em certos elementos que vão se movimentar durante a briga, como um sofá, por exemplo, é como se o espectador estivesse ali participando de tudo. E os elementos que fazem parte do cenário são tão bem utilizados que é realmente possível acreditar que Jason Statham conseguiria encarar The Rock em uma briga. Mas quando se trata de Velozes & Furiosos, o que importa mesmo é a ação com carros. E quanto mais absurdo melhor. Por isso que uma das primeiras cenas envolve a família Toretto saltando de um avião com os carros porque, aparentemente, a estrada onde eles queriam chegar era muito bem vigiada e esse era o único modo possível de acesso (mesmo que não vejamos nenhum vigia na estrada, mas quem se importa com isso?). Mais impressionante que isso só quando Dom e Brian (Paul Walker) atravessam dois prédios (“na verdade foram três”) em um carro em alta velocidade e sem freios. E palmas para o diretor de fotografia nessa cena, que utiliza tons dourados para evocar o calor do deserto, ajudando a compor uma cena de ação que não é só frenética, mas também muito bonita visualmente. No meio de tanta loucura, o filme ainda encontra tempo para homenagear o começo da própria série, quando o que existia de mais radical era guiar um carro embaixo de uma carreta para realizar os assaltos da gangue. Com certeza os fãs mais devotados vão curtir essa sensação de nostalgia. Se tem uma coisa que estraga as cenas de ação é o 3D. Com cortes rápidos, principalmente nas lutas, é praticamente impossível não sair com uma leve dor de cabeça do cinema, já que o cérebro precisa de planos um pouco mais longos para se acostumar ao 3D. As atuações são aquela coisa de sempre: frases de efeito, cara de poucos amigos, piadinhas babacas e só. E quer saber? Isso está de bom tamanho, afinal, estamos ali pelos carros e pelas explosões. Ah sim, ainda temos uma participação da lutadora Ronda Rousey fazendo cara de má, afinal, além de lutar, essa é a única coisa que ela sabe fazer nos filmes que participa. Mas talvez eu esteja sendo exigente demais e ela até mereça os parabéns por conseguir manter a exata mesma expressão durante todo o seu tempo de tela. Até mesmo quando está trocando socos com Michelle Rodriguez a lutadora de UFC mantém a mesma expressão no rosto, talvez numa demonstração de que não sinta dor. Impossível terminar de escrever sobre Velozes & Furiosos 7 e não mencionar a bela homenagem ao falecido Paul Walker. Então, se não quiser spoilers sobre o filme é melhor parar de ler aqui. Para os que continuaram, não reclamem depois. O destino do personagem de Walker (Brian) já fica claro logo no começo. Com a esposa grávida de mais um filho, dificilmente os roteiristas matariam o personagem no final, então o que acontece é uma reunião da família Toretto na praia, na qual fica claro que Brian O’Conner desistiu da ação para viver em paz com a família. Depois que todos os personagens dizem o quanto vão sentir falta do amigo, entra uma narração em off na qual claramente não é mais o personagem Dominic Toretto que está falando, mas sim o próprio Vin Diesel se despedindo de um amigo de longa data. Para completar, quando Dom está indo embora Brian aparece para uma última corrida de despedida. Vestindo uma camisa branca e dirigindo um carro da mesma cor, além de uma iluminação que confere certa espiritualidade a Paul Walker, é como se toda a produção do filme dissesse “vá em paz, amigo”. E quando finalmente surge uma bifurcação na estrada, fazendo com que Paul Walker e Vin Diesel sigam direções diferentes com seus carros, é impossível não se emocionar. [quote_box_center]Furious 7 / Velozes & Furiosos 7 (EUA, Japão/2015) Diretor: James Wan Duração: 137 minutos [/quote_box_center]