Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Está chegando as eleições, aquele dia maroto de Lei Seca (amplamente respeitada, só que nunca) onde vamos de livre e espontânea pressão digitar o número de nossos candidatos na urna eletrônica e ouvir o TIRIRIN-TIRIRIN da democracia. Já começa errado por que nego que não tem a menor vontade/interesse/condição de votar é obrigado a ir lá fazer qualquer merda. Eu sei que muita gente ficou no pau de arara para que pudéssemos viver numa democracia (é bom explicar isso por que aparentemente muita gente esqueceu), e até que Ulysses Guimarães morreu na cruz para nos salvar (tá, não foi bem assim), mas…mas se lutamos tanto por um direito, por que ele soa mais como uma imposição do Estado? Enfim, o erro já reside aí, quando tiramos o caboclo totalmente desinteressado de casa pra participar da festa da democracia. Então, com pressa para ir a praia, o ilustre cidadão brasileiro, corre para sua zona eleitoral, impaciente na fila, tenta lembrar em quem ele ouviu o pessoal do escritório falar, ou quem tinha a propaganda mais engraçadinha. Digita qualquer porcaria e corre pra pegar vaga perto do calçadão. Esse é o cara que elege o Tiririca (e sinceramente nei sei o que o Tiririca faz ou deixa de fazer, e até hoje estou esperando ele explicar o que faz um deputado). Mais ali adiante temos outro conhecido espécime de todos nós, o eleitor classe média que tanto sofre nesse país de petralhas, que assina Veja e ri do Bonner no Twitter. Ele é engraçado por que acha que tem opinião sobre politica, e acredita ferrenhamente que essas opiniões são dele, que ele chegou sozinho a essas conclusões. Amigo…vem cá…não foi tá… Do lado esquerdo, vocês avistam eles mesmos, os próprios artistas, os petralhas. Esses podem ser divididos em interessantes subgrupos, tem os radicais, os moderados e os Lulistas. O problema desse filo é fechar os olhos para obviedades. Mais a frente, temos os evangélicos. Sim, chegamos num ponto tão absurdo do país que pra se tratar de política, temos que tratar de religião. Como eu disse, não entendo do que to falando (ENTENDO MESMO NÃO mas até ai o Reinaldo Azevedo não entende e a Veja paga ele pra isso) mas acredito eu que a divisão clara entre igreja e Estado devia constar na Lei (se é que já não consta). Pois não sei pra vocês, mas pastor fazendo propaganda política no meio do culto me parece bastante errado. Anyway, esse tipo de eleitor, o que escolhe candidato pelo tamanho do sermão (desculpa amgs não sei se quem dá sermão é padre ou pastor, minha educação religiosa é tão extensa que outro dia perguntei no Twitter se precisava de identificação pra entrar na igreja) não está interessado em propostas ou programas de governo, só está interessado em questões morais que não dizem (ou não deveriam dizer) respeito ao Estado. Logo acima vislumbramos os eleitores orgânicos, aqueles que só comem beterraba sem agrotóxico, andam de bicicleta (por que trabalham em casa) e acham que os maiores problemas de uma cidade monstruosa como São Paulo são a falta de cerejeiras e sacolinhas de super. Não contam por que comem merda quente e saem na chuva e levam Soninha Francine a sério. E naquele cantinho escondido tem os socialistas/comunistas/marxistas/malucos do PSOL, PSTU e PCO. São o alívio cômico da política nacional, um contigente formado por professores de escola pública, dissidentes do PT e/ou PcdoB e estudantes de ciências sociais que querem aparecer e denunciar as injustiças sociais com seus iPhones. Apenas uma dica pra essa molecada que entrou na faculdade agora e está sendo aliciada por aquele veterano de 40 anos de idade que AINDA está cursando Sociologia e AINDA mora no CRUSP…o socialismo é lindo no papel, mas na prática é cilada, Bino! Peguem seus iPhones, seus Macs e vão fazer algo realmente útil para a sociedade, como trabalhar, por exemplo. Entrar em papo de movimento estudantil só vai te levar a tomar cacete de PM e não mudará absolutamente nada na realidade do país ou da educação. Como vivemos numa democracia, está liberado o evangélico ir lá eleger o pastor da esquina que jamais administrou nada na vida como vereador, bem como o José Alfredo Vasconcellos Matarazzo, estudante do primeiro semestre de Ciências Sociais na USP, filho de empresário, ir lá tentar eleger a Anaí Caproni. Se você reside em São Paulo e está em dúvida sobre quem votar, farei um pequeno resumo sobre os candidatos da maior cidade do país (depois de Porto Alegre, é claro). Ana Luiza (PSTU) – não sei quem é e nem tem link na Wikipedia, logo não vale a pena. Anaí Caproni (PCO) – também não tem link, mas sei que tá tentando ser eleita pra qualquer coisa tem tempo. Da última vez que averiguei era funcionária dos Correios, logo, é pobre. Carlos Gianazzi (PSOL) – Aindaaaaa bem que existe o soooool, tem o jingle cafona mais legal do ano. Desculpa se sou brega! Acho que é professor de alguma escola pública de periferia por aí. Parece um argentino. Celso Russomanno (PRB) – o líder nas pesquisas (provando que o paulistano é idiota) é ex repórter do Aqui Agora e aparentemente apalpava mulheres nas portas dos bailes de carnaval de outrora. Hoje em dia posa de paladino da moral e dos bons costumes. Tem como plano de governo botar uma igreja (do reino de deus, é claro) em cada esquina. E só. Se está ruim com Kassaba Louca do Cu proibindo puteiro, ovo com gema mole e vinagrete no pastel, só tende a piorar com Rus’ Ol Mano. Fernando Haddad (PT) – é bonito. Gabriel Chalita (PMDB) – começou a dar aulas com 15 anos (não me perguntem onde e nem como), escreveu livros de autoajuda, acorda as 4 da manhã com um sorriso no rosto. Não tem proposta de governo, só quer que PT e PSDB façam as pazes. Aprendeu ontem o significado da palavra picuinha. Levy Fidélix (PRTB) – aerotrem Ey, Ey, Ey, Eymael (PSDC) – o democrata cristão José Serra (PSDB) – nunca terminou um mandato, nem quando foi síndico do condomínio onde mora. Diz que fez muitas coisas, o seguro desemprego, os genéricos, o plano Real, a plástica da Dilma, os túneis do Maluf, a Muralha da China e é Humano Paladino level 5 milhões no World of Warcraft. Miguel (PPL) – não tem nem sobrenome. É mole? Paulinho da Força (PDT) – ex sindicalista. Exemplo clássico de metalúrgico que não deu certo. Lula tá mandando um beijo. Soninha (PPS) – Lola (uca) Independente da sua escolha (torço sinceramente que na tua cidade haja opções melhores) espero que ela tenha sido feita com consciência, tu não vai perder cinco minutos jogando o nome do candidato no Google e vendo as belezas e podreiras da vida dele. Se não te sentes apto a votar, faça como eu, exerça o seu direito DE FACTO e não vote. Apesar do que espalham por aí, não votar não vai lhe retirar todos os seus direitos como cidadão, a Polícia Federal não vai te catar em casa e tu não será mesário para o resto da vida. A multa em caso de não comparecimento é de, no máximo, R$ 3,51. Se tu não tem 3 pilas, eu te empresto…prefiro isso do que tu ir votar só por votar e eleger qualquer imbecil. Ademais, por favor pare de espalhar chorumes pelo Facebook do tipo “se todo mundo votar nulo anula a eleição” ou “os generais morreram pobres #volta #ditadura”. Votou? Elegeu? Bom, não se esqueça de cobrar o que o candango prometeu. É seu direito também. Não me convidem para a festa da democracia. Não vou. Abs!