Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Leia também: Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5| Parte 6 | Parte 7 | Parte 8 | Parte 9 | Parte 10 | Parte 11 Confira a quinta parte do especial Magia e Ocultismo para Iniciantes. Apesar de ainda ser cedo pra isso, e os exercícios e conceitos que passei provavelmente manterem vocês ocupados por pelo menos mais uns quatro meses, caso os levem a sério, já tiveram o cuidado de reler o primeiro texto e refazer o questionamento central dele: por que vocês estão fazendo isso? Por que se interessam por Magia? Por que querem se tornar um Mago (se é que querem)? Façam isso antes de prosseguirem. Não precisam obter uma reposta definitiva, mas façam. Existe a porção Vontade no processo, principalmente nos que se proporem a praticar Feitiçaria, irem além da Filosofia e caírem de cabeça na prática. Se você não sabe o que quer, vai ser como ter um carro, carteira de motorista e não ter destino na sua cabeça. Não é exatamente ter um objetivo físico – “Estou querendo comprar um carro!!!” -, mas sim um motivo que o tenha levado a iniciar e um alvo a alcançar, por mais abstrato que ele seja, como contatar os Elementais da Maconha, por exemplo. Na verdade, você tem um destino, mas pode não saber que tem. Creio que ninguém está na Terra para passear e ver a vida passar, embora esse seja o consenso geral por aí. Pense nisso, abordaremos melhor o assunto futuramente. Após dominarem os Sigilos e obterem resultados desejados – o item mais importante na Magia -, fazerem anotações em vossos Diários Mágicos, é hora do aviso: você cruzou a Porta e não tem mais volta. Você começou a vislumbrar o funcionamento das Engrenagens do Universo, tocou a música conforme a sua partitura. É como uma célula da sua perna direita fazer seu olho piscar. Parece impossível, mas não é. Somos todos um, lembra. Todas as moléculas são responsáveis por todos os atos do Universo… e é melhor Eu calar minha boca que isso está ficando bizarro. Deixemos as explicações de lado, elas virão adiante. Após ter adentrado ao mundo da Magia, é hora de se proteger e organizar a casa. Não deixe mais de praticar banimentos – faça pelo menos uma vez ao dia, no lugar que você habitualmente realiza seus exercícios e rituais – e meditar, ou praticar outra forma de Gnose. Caso não queira entrar para alguma Ordem (Rosa Cruz, Astrum Argentum, várias outras), e não estou dizendo que isso depende só da sua Vontade, recomendo frequentar um Centro Kardecista, de Umbanda ou de Candomblé. Já recebi dicas valiosas de Entidades e Espíritos desses lugares, que são de contato um pouco mais fácil do que o povo de ordens esotéricas, que exigem iniciação, pagamentos, e assim por diante – conta também que essas Entidades têm por missão a caridade e ajuda espiritual, e por isso o contato é mais facilitado… embora conversar de verdade com uma não seja tão simples assim. Recomendo também, se tiver tempo e disposição, praticar Yoga, Tai Chi Chuan, ou alguma arte marcial que goste, para trabalhar a relação corpo-mente. Como fala o Pai Nosso, “Assim na terra como no céu”, ou que o corpo é o Templo do Espírito Santo, nosso corpo é um microcosmo que representa o Universo. Se nós não o dominarmos, jamais conseguiremos passar do primeiro degrau. Com as defesas devidamente prontas – não que você saiba exatamente quando precisará delas – é hora de aumentar o alcance da sua magia. O método mais importante é o Servidor. Servidor é como um Sigilo, mas que ao invés de ser banido, deve ser alimentado, ganhar força e continuamente realizar seu trabalho mágico em uma situação ou área específica. Assim como os Sigilos, não há limites para Servidores. Da mesma forma que você pode criar um Servidor para te ajudar a comprar um carro ou chegar ao posto de diretor da empresa onde trabalha, pode ter um Servidor para te ajudar como Oráculo, a lembrar de sonhos, na cura e em outros aspectos da sua vida. Ué, mas um Sigilo não dá conta de tudo? Bom, não! Não existe regra ou matemática exata envolvida, mas um intento mais trabalhoso e com efeitos de longo prazo exige mais energia para ser realizado. Como tratamos de micro e macrocosmo, pensemos em termos de corpo humano: para pegar o controle remoto no sofá ao lado você não utiliza a mesma energia que usaria para correr uma maratona ou o esforço energético mental de resolver exercícios complexos de álgebra linear. É simples de entender. Então, Sigilos como método em si, são eficientes, mas existem inúmeros intentos que nem a energia de uma orgia tantra hindu podem ser resolvidos com sigilização. Por isso existem Servidores. Se com Sigilo existe uma metodologia bastante difundida e usada, com Servidores a Magia começa a ficar subjetiva, justamente por se incorporar no dia-a-dia e não simplesmente estar inserida no Teatro da Magia. O primeiro passo para criar um Servidor é estabelecer o nome dele. Geralmente o nome é um mantra que lembra ou é derivado do amplo intento que você busca com ele. CURIANTO pode ser uma palavra de poder para denominar um Sigilo de cura, nome que nada mais é do que uma derivação de “cura no ato”. FAUNDY para um Sigilo que o ajude a achar coisas perdidas pelo mundo – desde suas chaves a tesouros de piratas africanos -, entre outros nomes. Enfim, fica a sua escolha, deixei a criatividade entrar na jogada. A chave é criar Correspondências entre o seu Servidor e as Energias que você busca alcançar e direcionar. A essa altura, manjar um pouco de Kabbalah, Astrologia e Mitologia ajudará para criar um servidor fortão e pronto pro trabalho, o consagrando nas janelas de proximidade de cada planeta e constelação, e utilizando metais e outros itens correspondentes ao que você deseja. É uma questão de ter conhecimento. Agora é hora do momento RPG: se quiser, crie uma personalidade para ele, uma história e trabalhe nas correspondências. Cores e símbolos que o fortalecem e estabeleça a ritualização correta para acessar os resultados do trabalho dele. Isso é MUITO importante para tê-lo forte. Já jogou Black e White 2 e fortaleceu a sua besta até ela querer devorar todos os habitantes da aldeia?! É mais ou menos isso. Pode ser o que você quiser, desde técnicas clássicas como falar o nome dele em frente ao espelho três vezes com a luz apagada, até simplesmente desenhar o símbolo da molécula de hidrogênio no dedão do seu pé esquerdo e olhar para ela continuamente. O importante é ter um pequeno ritual sacralizado para canalizar a energia dele. Daí pra frente pise no acelerador: crie um Sigilo Pictórico e o carregue com as técnicas do texto anterior, estabeleça dias específicos para energizar o Servidor de acordo com o objetivo dele – a Estrela Setenária e suas correspondências por dia da semana e horário do dia para cada signo ou planeta tornará a tarefa mais fácil. Por exemplo: se é um Servidor de Comunicação ou de ajuda com a sua Consciência Mágica, o melhor dia é o de Mercúrio, ou Terça-Feira, cor laranja e assim vai. Um fator de suma importância: crie um ponto fraco pro seu servidor e o anote com todas as letras. Como disse anteriormente, os caminhos da Magia nem sempre são os mais fáceis e por isso talvez você desejará abortar o trabalho do seu Servidor. Por isso, se o seu Servidor começar a te prejudicar, não tenha medo de puxar a descarga e transforma-lo em poeira Astral. É importante ser um ato simples de se fazer e lembrar, mas mesmo assim, que você não o faça corriqueiramente para não destruir o Servidor em um momento que não queira. Outra coisa importante é ficar sempre atento ao trabalho dele. Alguns magos já relataram, por exemplo, que criaram um Servidor de inspiração e boas ideias – nesse caso recomendo criar uma personificação de uma Musa, mas isso é outro capítulo – e acabaram por se tornar dependentes dele, o que é sempre perigoso. Por isso o ponto fraco. Pode ser a queima do papel onde está desenhado o Sigilo dele, falar o nome dele invertido duas vezes, é só escolher algo que faça sentido para você mesmo. Finalmente, Eu recomendo o uso de um objeto físico que tenha relação com seu Intento para representar o Servidor. Se for um Sigilo para lhe dar “sorte”, pode ser um dado de RPG de 20 lados, ou uma moeda com grande significado para você. Pode até ser algo antropomórfico esculpido por você, com barro, ou com pedaços de sucata. Criatividade, amigo. Você a tem e é pra isso. Com o Servidor devidamente construído, com personalidades, símbolos e tudo o mais criados, é hora de usa-lo. Eu geralmente crio um Ritual específico para dar vida a ele. Um bom ritual pode ser feito com incenso, a defumação do objeto físico – se não tiver, pode ser uma folha de papel com o Sigilo do Servidor -, para após levanta-lo junto a testa e proclamar seu nome, o nome dele, junto com seu Intento. Deixe o incenso queimar até o fim e fique em meditação enquanto isso. Dá pra incrementar isso com perfumes, óleos e até fluídos corporais – se for entrar nessa, recomendo usar os próprios fluídos, uma técnica bastante efetiva, devo acrescentar. Mentalize o Sigilo dele, acenda umas velas para ele com as técnicas que ensinei anteriormente, coloque eles pra trabalhar e veja o resultado. Lembre-se: encha-os de energia, e isso exige preparação, é como correr uma maratona. Anote tudo em um livro separado, nome do Servidor, simbologia, rituais, resultados… TUDO. Esse é seu Grimório, o Livro dos Espíritos. No próximo capítulo: Templo Astral, Sonhos, Armas Mágicas, o que representam e por que são importantes. Leia também: Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5| Parte 6 | Parte 7 | Parte 8 | Parte 9 | Parte 10 | Parte 11