Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Olá seus Pachuchus lindos e maravilhosos! Hoje eu sai do conforto do submundo para trazer para vocês mais uma resenha, e, nesse caso, um aviso para não perderem 1h40 de suas vidas. Em 2009, Tom Six nos apresentou um filme de terror que prometia chocar a audiência por seu argumento. A Centopeia Humana, a primeira sequência. Deu certo, todo mundo ficou enojado, horrorizado e curioso. E como o próprio diretor avisou, esse seria o filme inicial de uma trilogia. Após uma continuação em 2011 com a centopeia formada por 12 pessoas e mais cenas grotescas, que inclusive sofreram censura em alguns países, o hype para o terceiro, e último segmento da trilogia, era inevitável. Assumo que, assim que vi o trailer para a conclusão da saga, não pude deixar de me empolgar. Se com apenas 12 pessoas no segundo filme, Tom Six conseguiu chocar audiências e revirar estômagos por aí, me perguntei o que ele seria capaz de apresentar quando a centopeia da vez teria 500 pessoas. Então, me preparei psicologicamente, deixei várias abas com fotos de filhotes abertas em segundo plano no meu computador e dei play no filme. Melhor pôster já feito! A história de A Centopeia Humana 3 (vamos abreviar para CH3 por motivos de praticidade) é bem simples, assim como em seus predecessores. O diretor da prisão chamado Bill Boss passa por dificuldades quando o assunto é chefiar o presídio. Ele precisa solucionar problemas como rotatividade de empregados, ataques a guardas, brigas entre prisioneiros, entre outros tópicos. Além disso, o governador não o aprova como chefe do presídio e precisa que todos os problemas sejam solucionados imediatamente, pois estão em ano eleitoral. Se nada for resolvido, Boss e todos os outros empregados serão demitidos. Então, o braço direito de Boss, Dwight Butler, sugere que eles façam uma centopeia humana com todos os presos [nota da edição: PQ NÃO?!]. Agora vamos por partes, como diria Jack – O Estripador. Assim como no segundo filme, CH3 é meta. Dwight assiste e é fã da obra de Tom Six, mesmo fazendo parte do universo dos outros CH. Outra coisa que notei é que eles praticamente usam o mesmo elenco. Bill Boss é o vilão do primeiro filme, quando Dwight é o vilão do segundo. E já que estamos falando de vilões, preciso dizer que Bill Boss é o vilão mais irritante, raso, tedioso e desnecessariamente explorado dos três filmes. Sei que estou comparando a trilogia entre si, mas é quase impossível não fazer isso, afinal, estamos lidando com continuações. Todo mundo faz isso. Continuando. BIll Boss é o ser humano mais escroto a pisar na face da Terra. Homofóbico, racista, misógino, ditador, sádico, insano, grotesco e por aí vai. Logo no começo já temos uma ideia da índole do personagem e de seus valores morais. No entanto, aparentemente Tom Six esqueceu que sua audiência não tem 5 anos de idade e constantemente mostra cenas de Bill sendo tudo isso que eu mencionei acima. E ele grita. Puta que pariu, como ele grita. Nós já entendemos, ele é o vilão, ele é maluco, não queira cruzar o caminho dele, sim, já está bem claro agora PELO AMOR DE DEUS ALGUÉM CALA A BOCA DESSE HOMEM. Sério, no começo do filme consegui aturar os episódios de fúria e psicose de Bill, mas depois da quinta cena dele se contorcendo de tanto berrar insultos eu estava quase gritando de volta com o computador pra ele calar a boca e continuar com a história. Boss é um vilão ruim. Se você precisa constantemente mostrar para a audiência que ele é louco, pinéu da cabeça, etc, então você não fez o seu trabalho corretamente. Usando o próprio universo da CH como exemplo, no primeiro filme, você sabia que aquele médico era completamente louco e que ele era o vilão sem mostrarem a torto e a direito cenas dele surtando. A mesma coisa de aplica ao segundo filme. Outra coisa que poderiam ter feito diferente. O tempo de duração: 102 minutos é muita coisa para um filme com uma história tão simples e com um desenvolvimento mais simples ainda. Eles arrastam as cenas até o último segundo, prolongam coisas que poderiam facilmente ser resumidas e a maior parte desses takes demorados são de Bill gritando. Sério. Você pode facilmente pular uma hora de filme que não vai perder nada. O que me leva a uma descoberta que só me dei conta quando estava checando minhas anotações para escrever essa resenha. A centopeia humana não é o foco do filme. O motivo pelo qual as pessoas sentaram a bunda no sofá, ou no cinema, para assistir essa película, não é o ponto principal. Pensa, por que motivos você veria um filme chamado “Centopeia Humana” se não para ver a centopeia em si? Em CH3 o experimento é completamente jogado para escanteio e tem no máximo, 5 minutos de aparição. Se quiserem saber logo quando o bicho aparece pulem pra marca da 1h20. Não vão perder nada de relevante. A partir dessa marca vocês inclusive, podem conferir o novo experimento criado por Boss, o lagarto humano. É o mesmo conceito da centopeia, só que dessa vez as pessoas tem os braços e pernas amputados. Geralmente, quando eles começam a desenvolver a parte do feitio da centopeia você fica empolgado, você pensa “Agora vai!”. Mas esse filme é tão arrastado e maçante que todo o hype que você tinha no começo some e tudo o que você quer é que o experimento aconteça logo pro filme acabar. Sério, eu contei os minutos pra terminar. Assim como Alfred Hitchcock e Quentin Tarantino fizeram em seus filmes, Tom Six também tem uma aparição. Ele interpreta a si mesmo como o diretor e roteirista da trilogia da centopeia. Como eu mencionei previamente, esse filme tem metalinguagem. No entanto, a participação de Six é praticamente invisível e completamente fácil de esquecer. Nos poucos minutos em que ele esteve em cena, não lembrei que ele estava lá. Não sei se foi pelo fato dele não saber atuar, pela frustração ou tédio, ou pelo fato do elenco secundário ser muito mais interessante do que Bill. Os únicos personagens que possuem presença no filme são Dwight, a secretária Daisy, o médico do presídio (Dr. Jones) , os presos que querem a cabeça de Bill e o governador (que aparece em no máximo 5 cenas). Uma coisa que notei em comparação aos outros dois filmes é que em CH3 eles usam cores quentes. No primeiro os tons frios de imagem eram predominantes e no segundo, fizeram assim como em A Lista de Schindler e filmaram tudo em preto e branco por causa da quantidade absurda de sangue. Ou para efeito dramático. Seguindo… Tom Six é chamado pro presídio para ser o consultor de Bill, Dwight e do Dr. Jones antes de começarem os procedimentos médicos. Novamente eles informam que uma centopeia humana é 100% possível. Dado o contexto da cena eles discutem o que precisam fazer para que os humanos permaneçam vivos, como injetar vitaminas e fluídos para que eles não morram e falam também sobre o possível risco de infecção no processo de cicatrização da cirurgia (como acontece no primeiro e segundo filme). No geral, é mais uma puxação de saco pra cima de Tom Six. Vou contar o final do filme não porque é relevante para algum ponto da minha resenha e sim porque eu amo vocês com o meu coraçãozinho de demônio e quero que vocês evitem a má decisão que tomei ao apertar play, assim como na minha resenha de “Gritos Mortais”. [spoilers fortes abaixo] Bill, Dwight e o Dr. Jones fazem a centopeia humana acontecer e chamam o Governador Hughes para avaliar a solução que Dwight teve para os problemas do presídio. Lógico que a autoridade reage como qualquer outra pessoa reagiria. Com repulsa, nojo, revolta, etc. No entanto, assim que Dwight começa a informá-lo sobre a economia que eles terão com isso (por exemplo, não precisarão mais comprar tanta comida, não precisarão comprar mais papel higiênico, muito menos se importar com o estado das celas) o governador esquece completamente que essa centopeia é uma violação gigantesca aos Direitos Humanos e permite que o projeto siga adiante. Bill Boss, sendo o arrogante escroto que é, mata Dwight e o Dr. Jones do presídio para que ele tenha todo o crédito da criação e fica louco com o novo poder de Deus a ele dado com isso. Eu não esperava nada de grandioso ou visionário com A Centopeia Humana 3, porque né, olha o título. Mas o tédio e a lentidão me pegaram de surpresa. Geralmente, em filmes desse tipo, você consegue tirar algum divertimento, algum motivo pra dar risada. É o famoso “É tão ruim que acaba sendo bom”, mas nem isso deu pra fazer. [quote_box_center]The Human Centipede III (Final Sequence) – (EUA/2015) Diretor: Tom Six Elenco: Dieter Laser, Laurence R. Harvey, Tom Six, Eric Roberts, Duração: 102 minutos[/quote_box_center]