Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Quando a DC Comics começou a linha All-Star (Grandes Astros aqui no Brasil), o objetivo era que grandes nomes dos quadrinhos pudessem escrever histórias com os super-heróis da editora sem precisar se preocupar com a complicada cronologia da editora. Enquanto Frank Miller ficou encarregado do Batman (história que ele nunca terminou), coube a Grant Morrison a tarefa de escrever uma história do Superman em 12 edições, publicadas entre 2006 e 2008. O resultado foi que, junto com o excelente desenhista Frank Quitely, Morrison criou a melhor história do Superman dos últimos 15 ou 20 anos. E uma das melhores histórias de super-heróis dos últimos 10 anos. Só pela abertura, que conta a origem do Superman em uma única página, a história já mereceria um prêmio. Não é a toa que ganhou vários. Aproveitando que a Panini finalmente vai lançar esta obra encadernada no Brasil, resolvi escrever um pouco sobre ela. A história começa com um mirabolante plano de Lex Luthor (sempre ele) para eliminar o Superman de uma vez por todas. Durante uma expedição ao sol realizada pelo Dr. leo Quintum e a equipe PROJECT, um clone de Luthor sabota a coisa toda e estão todos prestes a morrer. Claro que o herói de Metrópolis salva o dia, mas não sem um custo. Ele acaba chegando perto demais do sol amarelo, fazendo com que seus poderes tripliquem, porém, toda essa energia extra não faz bem ao seu organismo, fazendo com que o Último Filho de Krypton tenha apenas mais um ano de vida. E o que um super-herói como o Superman faz quando recebe uma sentença de morte como essa? Aproveita para realizar o máximo de tarefas super-heroicas possíveis. Doze tarefas para ser mais exato. Com esse plot inicial, Grant Morrison nos mostra porque o Superman é o maior herói de todos, não se limitando apenas a salvar Metrópolis de ataques de monstros. Em uma das edições mais belas da saga, o roteirista nos mostra que nem só de superpoderes vivem os heróis, quando o Superman convence um adolescente a não cometer suicídio. Seria fácil para o herói esperar o garoto pular do prédio e salvá-lo, mas que bem isso faria a ele? Em vez disso, o azulão para e conversa com o garoto, escuta seus problemas e, finalmente, faz com que ele perceba que sua vida tem importância para o mundo. A arte sensacional de Frank Quitely só ajuda a tornar a história ainda melhor, mostrando a passagem de tempo e toda a calma com que o Superman lida com a situação. É impossível não terminar de ler essa história com um sorriso no rosto e pensar “taí um herói de verdade”. Mas não se preocupem, essa não é uma HQ super cabeça que serve apenas para refletir sobre a importância dos heróis. All-Star Superman também possui bastante ação, com o azulão enfrentando alguns inimigos clássicos como Bizarro e Solaris, trazendo confrontos dignos da Era de Prata que o Morrison tanto adora. E falando nas pirações do autor escocês, ele aproveita para jogar na história uma porrada de referências à saga DC Um Milhão, que ele escreveu na época em que comandava o título da Liga da Justiça. Felizmente, ao contrário da maioria das histórias do autor, aqui isso vale mais como easter egg para os fãs, não comprometendo a leitura de quem está chegando agora. Outro ponto marcante da história é quando Grant Morrison resolve visitar o passado do Superman, mostrando o jovem Clark agindo como Superboy, ainda na cidade de Smallville, e tentando decidir se deve ou não se mudar para Metrópolis. Neste capítulo são apresentados personagens como Pete Ross e Lana Lang, além de membros da Tropa Supermen, outra criação da saga DC Um Milhão. É aqui também que o herói acaba tendo sua primeira grande tragédia pessoal, mostrando que nem o Superman pode salvar todo mundo o tempo todo e que três segundos podem fazer muita diferença na vida de alguém. Sem dúvida este é o capítulo mais marcante e de mais emoção de toda a história. Claro que eu não vou contar o final para não estragar as surpresas de quem ainda não leu (tá esperando o que?), mas os capítulos finais são realmente épicos. Eles trazem momentos realmente dignos do super-herói mais poderoso da Terra. A parceria entre Grant Morrison e Frank Quitely, que já tinha chutando bundas em New X-Men, está ainda mais afiada. É impressionante a capacidade de Quitely para desenhar quadros extremamente detalhados e expressões faciais diferentes nos rostos dos personagens. A Fortaleza da Solidão, por exemplo, é repleta de itens de aventuras antigas do Superman, fazendo a festa dos fãs mais antigos, que podem se divertir tentando lembrar de onde saiu cada item. O modo como ele diferencia Clark Kent do Superman também é sensacional, desenhando o primeiro sempre meio curvado e com cabelo bagunçado. Já o Superman tem uma postura sempre correta, que transmite toda a autoconfiança que um herói deve ter. Além disso, o artista nos brinda com alguns belos desenhos de página inteira, que mostram toda a imponência do Último Filho de Krypton. Agora, pare tudo que estiver fazendo e CORRA pra ler Grandes Astros: Superman. É sério. [quote_box_center]Grandes Astros: Superman Roteiro: Grant Morrison Arte: Frank Quitely Páginas: 304 (capa dura) Editora: Panini (11 de outubro de 2012) COMPRE AQUI! [/quote_box_center]