Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr E ai suas delícias carnudinhas? Depois de falar de música boa, é hora de voltar para o meu território de tripas, sangue e gente gritando pela própria vida. E dessa vez os berros são na língua francesa. Eu já resenhei um filme de terror francês aqui uma vez, assim que acabar esse post pode pular pra minha resenha de Martyrs ou continuar fuçando nesse lugar lindo chamado Mob Ground. A película da vez se chama Alta Tensão (Haute Tension) e é de 2003. Tem muita coisa boa e lá pro fim da resenha eu explico o título do post. Juro. A história é bem simples, duas amigas de faculdade (Marie e Alex) vão para o interior numa viagem. Lá ficarão hospedadas na casa de Alex. Tudo lindo até ai. Logo na primeira noite um homem estilo brutamontes aparece na moradia e sai matando todo mundo não poupando nem uma criança e um cachorro. Já foi o suficiente pra eu pegar ódio desse lazarento. Marie consegue enganar o cara e eu preciso comentar que essa personagem foi muito bem escrita. Ela não cai no padrão mocinha de filme de terror do qual estamos acostumados. Aquela menina que só grita e chora e não faz nada. Tudo bem, numa situação como as presentes no gênero é difícil manter o sangue frio e fazer alguma coisa. Marie é uma dessas pessoas. Logo de cara você percebe que ela é muito inteligente ao ponto de conseguir enganar o assassino por apagar os traços de que havia mais de quatro pessoas na casa. Essa cena eu achei genial. Além de esperta ela é muito humana, porque não é todo mundo que entra no Hero Mode quando um assassino entra na sua casa (como é visto nos filmes de terror). Ela fica paralisada de medo, fica sem reação e claro, fica desesperada. Mas consegue se manter calma e pensar com racionalidade, principalmente quando precisa se manter escondida. Alta Tensão é um jogo de pega-pega em silêncio e hardcore. Ao invés de “Tá com você!”, quem for pego morre. E isso faz jus ao nome do filme, essa perseguição quieta te deixa na ponta da cadeira. Ênfase para a cena no posto de gasolina, eu mal me mexia assistindo. E além de ser um pega-pega físico, a mente dos dois entra na disputa porque um precisa ser mais esperto do que o outro, dificultando muito mais a situação de Marie. E como eu disse acima, o silêncio predomina no filme. Não há muitas falas o que na minha opinião contribui muito mais para a atmosfera da película do que se Marie ficasse gritando a cada cinco segundos. No decorrer da coisa toda, a protagonista tenta conseguir ajuda policial e pra variar ela não vem. Então, a garota vai atrás do assassino que sequestrou sua melhor amiga para um acerto de contas. Uma coisa interessante em Alta Tensão é que o gore não come solto. Sim, tem cenas bem sangrentas, mas não são em grande quantidade. O que te assusta no filme é a tensão criada entre Marie e o assassino pra ver quem consegue atingir seu objetivo primeiro. Só queria dizer que eu gostei muito do quê de Ted Bundy do brutamontes na hora de escolher sua vítima. O ritmo do filme é excelente, a trilha sonora consegue te jogar de cabeça na atmosfera de suspense e a atriz principal, Cécile de France, merece palmas. Agora vem o final. Dessa vez não vou quebrar meu código de spoilers mas só vou dizer que o que fizeram com o roteiro nos momentos finais destruiu boa parte do filme todo. Eu arranquei cabelos tentando entender como aquela decisão pode dar sentido no desenrolar todo da história. Depois que vocês assistirem vão me entender. Alta Tensão vai te deixar com os nervos à flor da pele e os jumpscares bem posicionados vão te pegar de guarda baixa. Eu recomendo pelo desenvolvimento da história e pela protagonista, de resto é só ignorar. Título: Haute Tension (2003, França) Direção: Alexandre Aja Duração: 90 minutos Nota: 8,5