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Olá, seus Pachuchus maravilhosos!

Hoje vamos deixar um pouco de lado o gore cinematográfico para falar de livros! Os queridos da Faro Editorial nos mandaram presentinhos e eu fiquei encarregada de trazer pra vocês a resenha sobre o livro de estreia de Victor Bonini, Colega de Quarto.

Não é de hoje que ficamos assustados com a hipótese de ter alguma pessoa morando na sua casa que não seja você. Um intruso comendo da sua comida, usando o seu chuveiro ou dormindo a poucos metros de você sem o seu conhecimento. Alguns podem até pensar que isso é invenção, história para boi dormir, mas aí é que está amiguinhos, isso já aconteceu.

Em 2008, Fukuoka, Japão, um senhor começou a notar que a comida na sua geladeira sumia sem explicação. Desconfiado, ele instalou câmeras escondidas pela casa e foi questão de tempo até ver uma senhora andando pela casa. O senhor chamou a polícia e então eles descobriram que a mulher vivia escondida na casa do senhor por quase um ano.

Tem esse caso bizarro aqui também:

Colega de Quarto usa dessa premissa para instigar o leitor. Eric Schatz é o herdeiro carioca e acredita por tudo que é mais sagrado que tem mais alguém morando em seu apartamento. O garoto então procura o detetive particular e advogado Conrado Bardelli, mas de nada adianta. Horas depois Eric comete suicídio pulando da janela de seu apartamento.

Com a investigação da polícia, Conrado Bardelli fica intrigado pelo aparente suicídio e decide investigar melhor essa história. É a partir daí que toda a sujeira começa lentamente a aparecer por debaixo dos panos e quanto mais o detetive cava, mais complicada a conclusão do caso fica. Seria o colega de quarto uma pessoa, ou seria tudo alucinação de Eric?

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Não vou dar spoilers porque vocês sabem muito bem que eu não faço isso. Se quiserem saber o desfecho, precisam por as garrinhas no livro.

Alguns aspectos do livro eu não consegui processar por completo. Como um advogado consegue ter tempo para ser detetive particular? E os casos legais dele? E os clientes? Conrado é rico? Não consegui entender a dinâmica de tempo nesse turno duplo de profissões.

No entanto gostei que Vitor conseguiu transmitir com os diálogos as personalidades distintas dos personagens, principalmente de Miranda Schatz, mãe de Eric. Você consegue ver os personagens não como só linhas no papel, mas como indivíduos. Pessoas reais.

Como vocês bem sabem, eu quase nunca gosto de personagens principais e com Conrado não foi diferente. Não sei se é coisa minha, mas alguma coisa nele não me agradou, talvez a pose de cavaleiro de armadura brilhante noir.

A narrativa peca um pouco no excesso de descrições, seja do ambiente onde a cena se passa, seja do psicológico dos personagens. Algumas linhas não são necessárias, pude pular alguns pedaços de texto e ainda manter o contexto dos acontecimentos e desenvolvimento da história. Entendo que, por ser um thriller psicológico, é necessário um aprofundamento na psique dos personagens, suas linhas de pensamento e raciocínio. Porém, em algumas ocasiões, esse aprofundamento se estendeu por linhas demais.

Confesso que na metade do livro eu pensei em desistir. Contudo me mantive firme e forte porque a premissa da obra é interessante. Queria saber se esse maldito colega de quarto era uma alucinação de Eric ou se de fato era uma pessoa e, se o jovem foi assassinado ou se realmente cometeu suicídio. Queria descobrir a motivação da morte do garoto e só isso. Minha curiosidade não permitiu que eu abandonasse o livro, mas foi difícil prosseguir.

Achei o desfecho da trama toda sem clímax algum. Geralmente no final de um thriller você está roendo as unhas pra saber quem foi o culpado e como a coisa toda se desenrolou. Mas em Colega de Quarto não tive essa reação. A trama ficou emaranhada a um ponto que não causou nenhuma surpresa quando, de fato, a verdade foi revelada. Meio decepcionante, pra ser sincera.

Colega de Quarto tem uma premissa boa, ele te pega pela curiosidade logo no começo, mas o desenrolar da história, o excesso de descrições e a enaltação de Conrado como um detetive particular irreverente em versão Noir moderna cansam. O conceito do livro é ótimo, o desfecho, nem tanto.

Colega de quarto frenteColega de Quarto

Autor: Victor Bonini

Editora: Faro Editorial

Páginas: 278

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