Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Depois de Motoqueiro Fantasma 2, eu achei que nada seria tão ruim (ou pior) do que este filme. Mas acabei cometendo a burrada de ir assistir Fúria de Titãs 2 e agora estou com sérias dúvidas sobre qual foi a pior continuação até agora. O primeiro Fúria de Titãs já não era grande coisa, mas pelo menos apresentava algumas cenas de ação maneiras, enquanto neste segundo filme nem elas se salvam. A história não podia ser mais babaca: Hades e Ares estão muito chateados com Zeus após os acontecimentos do primeiro filme e resolvem se vingar. Para fazer isso, eles planejam libertar o titã Cronos para que ele mate Zeus e destrua a humanidade. Neste momento, o público pensa “caramba, Zeus é tão poderoso que só um titã pode derrotar ele”. Porém, para conseguir libertar Cronos, é necessário que ele sugue toda a energia de Zeus e, para isso, Hades e Ares capturam o senhor dos deuses e quase o matam. Neste ponto, me lembrei do seriado do Batman dos anos 60, quando os vilões nunca matavam os heróis, apenas deixando-os presos para que pudessem escapar mais tarde. Afinal, se um dos objetivos era matar Zeus, pra que perder tempo libertando Cronos quando eles já estavam com a mão na massa? Neste momento, eu já deixei todas as esperanças de lado e vi que a única diversão do filme seria considerá-lo como uma paródia de filmes de ação. As situações vão acontecendo sem muita explicação e sem fazer nenhum sentido. Poseidon, por exemplo, estava junto com Zeus e foi derrotado com poucos golpes, mas de repente ele já estava na Terra pedindo ajuda para o herói Perseu. Como assim Hades e Ares deixaram esse cara escapar? Enfim, é óbvio que Perseu abandona sua vida pacata (e seu filho) e parte em busca de ajuda para derrotar os deuses malignos, destruir Cronos, salvar Zeus, a Terra e quiçá o universo. O mínimo que se espera de um filme com esse nível de história é que as cenas de ação sejam boas, mas nenhuma delas empolga de verdade e todas deixam bem claro o uso de computação gráfica. Uma das primeiras dessas cenas mostra Perseu enfrentando uma espécie de cão de duas cabeças e, em nenhum momento, é possível acreditar que o herói realmente está ali. Quando ele é agarrado pela criatura, por exemplo, é mostrado apenas o personagem em close dando socos em alguma coisa que é impossível identificar o que seja. A luta final contra Cronos então é uma decepção sem tamanho, principalmente para quem enfrentou essa criatura no game God of War 3. Na verdade, teria sido mais proveitoso ficar em casa jogando do que assistindo a esse filme. Já que a ação do filme é tosca, vamos para os personagens, não é possível que personagens da mitologia sejam chatos. Mas eles são. Uma poça d’água provavelmente tem mais profundidade do que os personagens apresentados no filme. Perseu é o herói genérico que vai salvar o pai (e, se sobrar um tempo, o mundo). Andrômeda é uma rainha que não pensa duas vezes em largar seus comandados pra ir atrás de Perseu, por quem obviamente ela está apaixonada. Porém, o pior caso é o de Agenor, filho de Poseidon, que passa rapidamente de um bêbado para um grande herói como em um passe de mágica. Até dá pra entender que Perseu e Andrômeda sejam altruístas e simplesmente sigam em frente para salvar a humanidade, mas até agora não entendi a motivação de Agenor. É triste também ver atores como Ralph Fiennes e Liam Neeson sendo tão mal aproveitados. Na verdade, os dois ainda protagonizam alguns dos momentos de mais vergonha alheia do filme, quando as cenas e os diálogos ficam idênticos a um episódio de Dragon Ball Z. E, apesar de ser fã de Goku e companhia, eu não disse isso como um elogio. Em determinado momento eu achei até que eles fossem fazer uma fusão para enfrentar Cronos. Vegeta e Goku da Grécia Antiga Chego ao final desse texto ainda sem saber qual das duas continuações é a pior: Fúria de Titãs ou Motoqueiro Fantasma. Só espero que estas duas bombas tenham servido apenas para preparar o caminho para Vingadores e Cavaleiro das Trevas Ressurge, dois filmes que prometem ser os melhores do ano. Wrath of the Titans (EUA, 2012) Diretor: Jonathan Liebesman Duração: 99 min. Nota: 3