Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr E ai mortais de moral duvidosa? Outubro é mês de eleição e mais importante, de Halloween. E como vocês bem me conhecem e devem deduzir, é o melhor mês do ano com a melhor celebração do ano. Desculpa Natal, mas pra mim você é desculpa pra ganhar presente e me entupir de comida. E começamos o mês mais incrível do ano com a estreia de um filme que eu estava doida pra assistir desde quando lançaram o trailer. Isso mesmo, o filme cujo nome está no título desse post. Horns. Baseado no livro homônimo de Joe Hill, a película conta a história de Iggy Perrish (Daniel Radcliffe). Um homem que mora em uma cidade pequena nos Estados Unidos e é acusado de matar sua namorada e amiga de infância, Merrin (Juno Temple). Como ele mora em uma cidade pequena, todo mundo se conhece e é óbvio que todo mundo fica com sangue nos olhos pra cima de Iggy. Mas calma, ainda tem mais. Depois da morte de Merrin, Iggy se lança de cabeça na bebida e no luto. Reação mais do que normal, afinal a sua namoradinha de infância foi assassinada e o acusado é você. Tomado em um acesso de fúria e melancolia, Perrish destrói (e apaga as velas acesas com seu xixi) o mini altar erguido para Merrin no local onde ela foi encontrada morta e questiona as ações de Deus. Glenna, uma das amigas de infância de Iggy, o acode durante seu acesso e o leva pra casa. A partir dai as coisas começam a ficar interessantes. Perrish acorda de manhã e descobre que: não só transou com sua amiga de infância enquanto estava completamente bêbado, mas como também tem um par de chifres crescendo em sua cabeça. Super tranquilo. Todas as cenas anteriores a essa parte não deixam de ser dicas de como Iggy ficaria eventualmente. Seja em frases como: “They looked at me and saw a devil” (Eles olhavam para mim e viam um demônio), até uma televisão passando um episódio de Tom & Jerry onde Spike, transformado em Satã, grita “Mande-o para baixo! Dê esse pecador para mim!”. Além de ser acusado de matar a namorada e ter um par de chifres de bode crescendo em sua testa, Iggy começa a ouvir confissões das pessoas ao seu redor. Mas não são coisas irrelevantes, são pensamentos impuros e impróprios, coisas que você mantém escondido e prefere morrer a revelar pra alguém. Iggy começa então a influenciar as pessoas impuras e, como consequência disso, elas revelam a ele seus pecados. Perrish vira um estímulo à tentação. Isso fica bem claro na cena da sala de espera do consultório médico onde uma mãe confessa: “A minha vontade, é de bater tanto na babaca da minha filha, que ela morra”. Mas essa nova habilidade de Iggy nem sempre é boa. Digamos assim que a verdade dói. Principalmente se ela estiver saindo da boca dos seus pais. Outra nova habilidade de Perrish é a de ver o interior das pessoas através do toque. Habilidade essa muito útil porque nos dias de hoje informação é poder. Conforme Iggy vai se acostumando e descobrindo suas novas habilidades, ele também percebe que pessoas protegidas pela fé e por Deus não conseguem ver seus chifres e muito menos serem influenciadas por Iggy. Ou seja: o cara-lá-de-cima (segundo a Xuxa) impede o demônio de corromper os mortais e os impede de pecar. Após um choque violento de realidade, Perrish manda tudo ir pra merda e resolve descobrir, por conta própria, quem matou Merrin e não pensa duas vezes antes de usar todas as suas novas habilidades a seu favor. E claro, isso tem consequências. Boas e ruins. Principalmente ruins. Enquanto faz jornalistas saírem no soco por uma entrevista (por culpa de sua influência, Iggy agora pode mandar em pessoas, igual Jesse Custer com o Dom da Palavra) e ouvir confissões nada agradáveis, Iggy ganha um power up em sua nova condição. Ele “fica amigo” de uma cobra e de suas seguidoras. E é claro que ele tira proveito de sua nova amizade para conseguir respostas e para punir quem merece. Conforme o filme vai se desenvolvendo, podemos ver claramente que Iggy está virando um demônio. Seja pelos chifres, seja pelas cobras. Vale lembrar que foi uma serpente que convenceu Adão e Eva a morderem o fruto proibido. Além de ser associada ao mal e ao próprio capeta, serpentes também são símbolos de conhecimento. Eu não posso me aprofundar mais no desenvolvimento da história porque teria que dar spoilers e vocês conhecem muito bem minha política pessoal. Além de ser uma história de humor negro, Horns tem muitas mensagens ocultas de eventos futuros no filme, ou Foreshadowing. Eu fiquei maluca com toda a simbologia por trás de algumas cenas, seja com diálogo: “When Lucifer was banished he was doomed to crawl the earth like a snake” (Quando Lúcifer foi banido, ele foi condenado à rastejar pela Terra como uma serpente), seja pelos detalhes, como um comprimido de ácido no formato de demônio ou pelo fato dele empunhar um tridente. Então aqui vai a dica, se você quiser aproveitar e até entender melhor Horns, não preste atenção somente ao que é jogado na sua cara. Se você não prestar atenção nos detalhes, e não ter nenhum conhecimento básico sobre Satanás, você vai perder coisas interessantes e que complementam não só os personagens como a história do filme em si. Horns tem uma história completa e com um excelente desenvolvimento, não vou dizer que é um filme perfeito porque não é. Em algumas poucas partes eu quis bater em pessoas, mas foram poucas vezes. A trilha sonora também contribui para a atmosfera demoníaca do filme, pois quase todas as músicas usadas têm as palavras “mal”, “demônio”, etc no título ou na letra. É um detalhe muito bem sacado. Eu mais do que recomendo esse filme pra vocês, seus lindos, e aviso: se você tem qualquer problema com apologias ao demônio a cada 5 minutos, é melhor assistir outra coisa. Porque tentar exorcizar seu computador não vai adiantar de nada. Horns mostra que o verdadeiro mal na terra não é o anjo caído Lúcifer em si, mas sim os humanos tão invejados por ele. Título: Horns Diretor: Alexandre Aja Duração: 120 min Nota: 9.5 Toninhos do Diabo P.S. AGRADECENDO DEUS E SATANÁS POR TER DANIEL RADCLIFFE PELADO NO FILME.