Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Olá meus queridos lindos e maravilhosos! Quem nunca ficou com medo do pai ou da mãe que atire a primeira pedra. Sempre que eu fazia alguma coisa errada eu implorava a Deus para que meus pais não descobrissem, porque a porra ficava muito séria. Se você nunca levou uma palmada, cintada ou qualquer outro tipo de bordoada depois de fazer merda, então não viveu a infância direito. Ter medo da mãe nessas horas é normal. Tememos a punição dolorida de ir dormir com a bunda quente, mas é só nessas horas. Mas e se você tivesse medo constante da sua mãe? Em 2008 caiu na internet um curta metragem de terror espanhol chamado “Mamá”. Se vocês não o assistiram, eu sugiro que o façam. Caso acompanhem as minhas resenhas e textos, sabem o quanto eu gosto do terror espanhol. Então vale a pena dar uma olhada no vídeo abaixo, porque esse realmente me deu medo. Depois de alguns anos o diretor Guilhermo Del Toro (Responsável pelo excelente Labirinto do Fauno e do lançamento baseado em A Bela e a Fera) ficou sabendo do projeto e gostou da idéia. Logo, chamou a equipe responsável pelo curta e lançou a proposta de fazer um filme sobre o mesmo. Mamá conta a história das duas meninas do curta, Victoria e Lili, só que bem mais aprofundada. A película começa com o pai das duas, Jeffrey, matando os sócios e estrangulando a esposa. O início do filme se situa na crise financeira de 2008, e o patriarca, desesperado, recorre à violência gerada pelo desespero para se livrar da situação caótica que se encontra. Enquanto dirige acima do limite de velocidade numa estrada cheia de neve, o carro capota, mas todos sobrevivem. O pai então leva as meninas para uma cabana no meio da floresta que acaba encontrando. Lá, ele tem uma crise, só que resolve levar seu plano adiante. Jeffrey pretendia matar as filhas para depois cometer suicídio. Até que Mama entrou em cena. Cinco anos depois, o irmão de Jeffrey, Lucas, continua com as buscas para encontrar as sobrinhas. – Não é spoiler, isso acontece na primeira meia hora de filme – As garotas são encontradas só que apresentam um comportamento animal, se portam como bichos selvagens e não como seres humanos. Agora, antes que você comece a pensar que isso é uma medida absurda de enredo eu explico. Casos como os de Victoria e Lili são reais. Duas irmãs na índia foram abandonadas pela mãe numa floresta e acolhidas por lobos. Com a capacidade de aprendizado das crianças ser mais acelerada, e a habilidade do ser humano de se adaptar em prol da sobrevivência (e só foi por causa disso que conseguimos sobreviver a Lei da Seleção Natural) as duas irmãs então começaram a agir como lobos e permaneceram vivas até que foram encontradas. Não só o caso dessas duas meninas aconteceu como foi estudado. Lili e Victória também foram acolhidas, só que por Mama. Depois de serem levadas para o hospital e Lucas e suas namorada a lá Joan Jett, Annabele, brigarem pela custórdia das meninas, as garotas vão para casa. E é ai que a coisa toda começa a ficar estranha. Não só Lili e Victoria terão que se adaptar a sociedade, como elas afirmam que Mama está com elas. No filme é mostrado que as garotas brincam e conversam com essa protetora. O dr. Dreyfuss, responsável pelo acompanhamento psicológico das meninas, começa então a estudar Mama. É normal crianças terem amigos imaginários, quem nunca teve? E de acordo com o médico, as irmãs criaram essa mulher chamada de Mama, para que não tivessem um colapso mental e conseguissem sobreviver na floresta por 5 anos. Só que não é bem assim. Os relacionamentos humanos são bem explorados no filme. Annabele é uma roqueira que não quer saber de cuidar de crianças, e assim que seu namorado sofre um acidente, ela se vê sozinha com as meninas. Essa parte me irritou bastante. A mulher agia com atitude indiferente em relação as garotas, e caramba, elas passaram por um trauma que durou cinco anos, o mínimo que elas deveriam receber é um tratamento amoroso e afetivo. Não posso revelar muito mais da trama a partir desse ponto porque seria spoiler. Mas eu fiquei bem contente com o resultado do filme, e sim, eu fiquei com medo. Muita coisa acontece que há aqueles que possam achar o enredo de Mama confuso. Se você achar esse filme complicado, passe longe de Amnésia. Eu gostei muito que não apelaram para o gore e o elemento de medo da película não foi usado até dizer chega. Foi bem colocado para que o espectador ficasse apreensivo. Sempre ficamos na posição do protagonista, não sabemos o que está acontecendo e quando a porra fica séria só nos resta assistir e torcer para que tudo acabe bem. E isso é uma das coisas que eu gostei em Mama, os ângulos de câmera foram muito bem sacados, principalmente as cenas em primeira pessoa. A obra de Andrés Muschietti, tanto o curta quanto o longa, sabe a hora certa de assustar e isso é ótimo. Nada é forçado na sua garganta, você engole por vontade própria e eu particularmente achei o desfecho bem sacado. E é claro que fiquei irritada. Uma coisa é fato, crianças em filmes de terror nunca são algo inofensivo. Pegue por exemplo Cemitério Maldito, O Exorcista, A Profecia, REC, Poltergheist, Sleepaway Camp e por ai vai. Em Mamá, a premissa segue quase igual só que Lili e Victoria tem uma presença agridoce na película. Tem horas que você quer afogá-las no banho e em outras colocá-las debaixo da sua asa e rosnar pra quem chegar perto. Nós nos colocamos na posição de mãe das meninas e todos nós sabemos que é impossível medir o quão longe uma mãe iria para proteger seu filho. Eu recomendo Mamá para quem curte um bom filme de terror que não apela para violência nem peitos de fora. O filme tem sua parcela de terror visual mas também mexe com o psicológico. É como se fosse a personificação do medo que mora na sua cabeça, só que esse medo, assim como o temor infantil, vive no armário ou debaixo da cama. Se eu fosse você, dormiria com a luz acesa, ou pensaria duas vezes antes de ignorar uma mariposa preta. Título: Mama Diretor: Andrés Muschietti Duração: 130 min Nota: 9