Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Olá meus bonitos e lindos leitores da tia! Hoje é mais um dia de resenha e ao contrário de “Gritos mortais” o filme de hoje tinha potencial para ser algo bom. Pois é, tinha, até eu ver quem eram os roteiristas. “O colecionador de corpos” (The Collector) conta a história de um ex-presidiário (Arkin) que tenta levar uma vida honesta realizando pequenos consertos em moradias. Até ai tudo bem, parece roteiro de filme que nossas mães se acabariam de chorar no final. Acontece que a mulher do protagonista se endivida com agiotas e se ela não entregar a parte do dinheiro que falta a coisa vai feder. Sabendo que os proprietários da última casa em que trabalhou estarão fora por algum tempo em férias, Arkin decide então roubar uma joia da família para conseguir quitar a dívida da mulher. E claro, os donos da moradia são podres de ricos. Arkin então invade a casa e é aí que começa o suspense. O ex-presidiário descobre que não está sozinho para realizar sou roubo em paz. Tem mais alguém na casa, só que dessa vez é um serial killer que espalha pela casa armadilhas mortais. Reconheceu essa última parte? Um protagonista desesperado numa casa cheia de aparatos que podem mata-los se ele não tiver cuidado e atenção suficiente. Sim, é tecnicamente a premissa de “Jogos Mortais”. E a coisa fica mais óbvia ainda quando você descobre que os roteiristas são os mesmos de “Jogos Mortais” 4, 5 e 6. Agora vamos para a parte real da premissa do filme. Nos dias de hoje, temos medo de muitas coisas que vieram como consequência do atual estado da sociedade como eu mencionei no meu texto sobre Slenderman. Temos medo de andar na rua sozinhos à noite ou quando começa a anoitecer, temos medo de sequestro relâmpago, estupro e roubos. Um desses medos é o de que alguém invada a nossa casa de madrugada. A sua casa é o seu forte, é a sua base de comando e, aparentemente, o lugar mais seguro que você conhece. A ideia de um estranho, armado e perigoso adentrar seu domínio e romper a sua bolha de conforto é perturbadora. Como reagir? O que fazer? Todos nós já vimos ou ouvimos falar de pelo menos um caso de pessoas que foram feitas reféns dentro da sua própria moradia. Esse é um dos fatores que pode não te assustar, mas te incomodar em The Collector. Um homem que aparentemente não apresenta ameaça resolve invadir a sua casa para te roubar. Acontece quem Arkin é o anti herói da história toda, ele sabe que o que está fazendo é errado e somente toma essa atitude por causa de sua mulher e de sua família. Ele faz o mal em prol do bem maior, pelo menos o seu bem maior. É como ver o seu chefe numa roupa ridícula e dizer que ele está muito elegante. Você pode ter os culhões de expressar sua sincera opinião bem na cara dele, mas se você estivesse atolado em dívidas ou com algum problema gigante nas costas e precisasse muito do dinheiro, você ficaria quieto. Arkin não queria fazer o que fez, mas precisava mesmo sabendo que poderia ser preso novamente e ficar longe da sua família. Você se afeiçoa pelo protagonista justamente por causa disso. Nos dias de hoje a situação não está fácil para ninguém, somente para quem está nadando no dinheiro, é claro. Você entende o desespero de Arkin para conseguir resolver a situação da mulher e poder ficar perto da filha. Quem nunca se encontrou numa situação tecnicamente parecida e teve que pedir um dinheiro emprestado só para conseguir virar o mês sem morrer de fome? A coisa fica mais complicada para quem é universitário e tem uma mensalidade absurda na faculdade. Arkin então descobre que tem mais uma pessoa na casa. Assumo que fiquei tensa a partir do momento em que o protagonista não se encontra sozinho, uma coisa que ajudou muito foi a trilha sonora e os ângulos de câmera usados. Takes de cima da planta da casa para acompanhar a movimentação dos homens, enquadramentos que não mostram muita coisa mas que já são o suficiente para dizer que o estranho na casa não é amigável e por aí vai. Até ai o filme é bom, ele consegue afundar o espectador no suspense e na ideia de você precisar fugir de outra pessoa o mais silenciosamente possível e, ao mesmo tempo, conseguir resolver a situação de um ente querido. Arkin está estressado, cansado e quer sair de lá o mais rápido possível. Mas aí ficamos sabendo que a família é refém do serial killer. Não é spoiler. Juro. Começa então o dilema moral do filme. Salvar a família e para isso ter que revelar a sua posição e o seu objetivo dentro da casa? Ou fugir do cara, roubar a joia e sair de lá o mais rápido o possível? Eu não vou dar a resposta, mas eu acho que vocês já entenderam. The Collector tem um argumento em partes real e tinha potencial para ser um bom thriller mesmo com a ideia já batida de uma casa cheia de armadilhas mortais. Mas, como estamos falando dos roteiristas da cinessérie “Jogos Mortais”, eles tinham que estragar de algum jeito. E posso só comentar um pouco do tal serial killer? Gente, o que é aquela máscara de couro que mais parece uma cabeça de tartaruga? E aqueles olhos que brilham igual a gato? Na boa, não convenceu, parece uma tartaruga ninja de suéter e botas. E sim, fizeram uma sequencia do filme e eu provavelmente vou assistir e reportar para vocês, afinal, me sinto no dever de protegê-los do mal da sétima arte. Se você gosta de um suspense bom e tem medo de que alguém invada a sua casa na calada da noite, seja pra te fazer de refém, seja para te roubar, dê uma chance para o filme. Mas só pelo suspense da perseguição silenciosa, de resto não perca seu tempo. Ou assista se você não tem mais o que fazer. Na minha opinião, deveria ter colocado o final alternativo como o principal, mas se o fizessem parte do desfecho da trama perderia um pouco o sentido. Não que o filme tenha muito. Título: O colecionador de Corpos Diretor: Marcus Dunstan Nota: 6,5 (Vale pelo suspense) Duração: 90 min