Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr [quote_box_center]Nome Original: Bite Club #1 a #6 Editora/Ano: Panini, 2014 (Vertigo, 2004) Preço/ Páginas: R$19,90/ 148 páginas Gênero: Ação/ Alternativo Roteiro: Howard Chaykin & David Tischman Arte: David Hahn Sinopse: A família Soprano não tem nada a ver com a família Del Toro – um enclave de vampiros que coordena o crime organizado em Miami por quase um século. Belos, ricos e imortais, esses sanguessugas também são mestres em traições e intrigas familiares – e as presas vão ficar ainda mais à mostra com a morte do patriarca, Eduardo. O que aconteceria se vampiros se envolvessem com o crime organizado? COMPRE AQUI! [/quote_box_center] *** Demorou praticamente 10 anos pra Panini trazer esta mini-série da Vertigo pra cá, mas a espera valeu a pena. Clube Vampiro é uma sátira ao universo dos sanguessugas, dos filmes de gangsters, das novelas policiais e a cultura pop no geral. Meu primeiro contato com o título foi há alguns anos e confesso que adorei o estilo narrativo, cheguei a criar um post em 2011 falando pra trazerem Bite Club pra cá e em 2012 um outro especial sobre as icônicas capas do Frank Quitely (WE3) para a série, que são um destaque a parte. Mas vamos ao que interessa: a história de Clube Vampiro ocorre numa Miami atual, onde os vampiros são uma “minoria” da sociedade, convivendo com o restante das pessoas há séculos. Diferente dos estereótipos, eles tomam sol (com muito protetor, claro), vivenciam as mais diversas profissões e dominam o cenário indie local. A principal família de vampiros da cidade é a Del Toro, que comanda um cartel milionário de drogas, bem ao estilo Soprano de ser. Mas a morte do patriarca, Eduardo Del Toro, coloca toda a família em xeque, principalmente pela escolha do sucessor: o filho Leto, atualmente padre e fora do ramo dos Del Toro há dois anos. No decorrer do volume a gente conhece os demais integrantes da família e o que fazem, ou querem fazer pra pegar o título de “chefão”, além da trajetória de Leto. Será que largará a batina? Claro que tudo regado com muito sangue, luxúria e drogas. Temos Risa, a filha mais nova, produtora musical e inescrupulosa; Victor, o primo truculento que sai com Arabella, a viúva de Eduardo; o sobrinho Danny, adolescente que sofre bullying na escola e namora uma gótica também desestruturada; o monsenhor Kelly, superior de Leto e que guarda tantos segredos quanto os próprios Del Toro; entre outros. O roteiro é da dupla Howard Chaykin (Juiz Dredd, Blade) & David Tischman (O Filho do Superman, Lanterna Verde: o Poder do Mal), que desenvolve a história no estilo de mini-série/ novela, com toques de Tarantino. O início, com a primeira aparição dos personagens seguido do nome deles, como se fosse uma “pausa” num filme, é super pop. Aliás, há todo um clima pop em Clube Vampiro, desde as cirurgias plásticas às bandas produzidas por Risa, passando pelas capas cheias de referências (como à Clube da Luta) mas não fica piegas ou adolescente demais. Acaba se tornando uma leitura divertida e simpática. A fuga e sátira dos estereótipos de vampiros acaba sendo seu triunfo, mas também seu calcanhar de Aquiles. Há diversos momentos que são clichês demais, como a famosa cena “que família bonita, seria uma pena se houvesse um acidente de carro…“. Os desenhos são de David Hahn, que segue um estilo mais cartunesco que reforça o ideal pop do título. Seu traçado é firme e bem contornado, deixando visível que ele possui um pezinho nas HQs independentes. Infelizmente o desenhista não possui muitos trabalhos lançados aqui, mas nos EUA já trabalhou em títulos “undergrounds” como Suicide Girls, All Nighter e Red Herring. Já as cores são de Brian Miller, super características por trazer, em cada cena, uma paleta de cor pastel. Ele é o fundador da Hi-Fi Colour, colorindo dezenas de títulos americanos. Clube Vampiro é uma HQ divertida, descontraída e que agradará tanto os fans de vampiros quanto os de títulos mais independentes. Apesar de pertencer ao selo Vertigo, características como a escolha de Miller em usar um tom em cada página, ajuda a trazer o título para mais perto de obras como Mundo Fantasma, do Daniel Clowes, que utiliza de uma estética semelhante. Nos EUA a série ganhou um segundo volume, “Unidade de Crimes Vampíricos“, que a Panini já tratou de publicar. Mas o maior destaque, sem dúvida, são as capas do Frank Quitely, um dos meus capistas prediletos. Seu estilo é tão… orgânico, além de impactante. Sem desmerecer os desenhos de David Hahn, mas a família Del Toro seria muito mais sensual se desenhada por ele. Olha só essa capa, com o Leto passando protetor na irmã, muito mais interessante que como acontece no miolo da HQ <3 Pra ver as demais, confira o especial citado no início. Clube Vampiro possui acabamento padrão de encadernados da Panini: capa cartão, miolo LWC e apenas as capas originais como extra. HQ gentilmente cedida pela nossa loja parceira Comix Book Shop.