Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Olá meus dengosos e lindos! Dizem que sair da rotina é uma coisa boa e que pode revigorar as energias. Outro conselho bom, principalmente se você escreve, é sair da zona de conforto. Explorar novos lados de alguma coisa ou experimentar o novo, o diferente. Bom, segui esse conselho e o filme de hoje não tem nada a ver com as películas que eu costumo resenhar aqui. Sim, hoje o filme é uma comédia romântica. MAS CALMA! Antes que você comecem a arrancar cabelos e me alvejarem com “Você mudou! Cadê a Bia que a gente conhece? Cadê a Bia que resenha filmes bizarros e de terror?! QUEM É VOCÊ E O QUE VOCÊ FEZ COM A NOSSA BIA?!” eu explico. Assim como eu mencionei acima, estou tentando sair da zona de conforto e trazer algumas coisas novas para vocês vindas de mim. E comédias românticas definitivamente não são minha praia. Já aviso que eu não escolhi um filme que pode te dar diabetes só de olhar pro título. Não, não é nenhum “Cartas para Julieta” ou película que faz sua mãe chorar assistindo. É uma comédia romântica britânica, e isso significa um pouco de humor ácido e inteligente. “Starter for 10” é sobre a vida do estudante Brian (James McAvoy) em seu primeiro ano na universidade de Bristol. É um plot bem simples, como as comédias românticas são. É impossível deixar de se identificar com o garoto. Ele acaba de entrar num mundo novo com o objetivo de acumular o máximo de conhecimento possível e seu sonho é participar do Quiz Challenge, um programa de tv em que duas universidades se enfrentam num jogo de perguntas e respostas sobre tudo. De medicina até geometria avançada. Brian faz isso por seu falecido e viciado em programas do tipo, pai. Se o filme ficasse só nos problemas do garoto em ter que lidar com a morte do pai, sua mãe (Catherine Tate GENIAL) e o novo namorado e sua convivência com a equipe de quizz da universidade, o filme ainda assim teria sido bom. Só que como o nome do gênero diz, é comédia ROMÂNTICA. Não demora muito e Brian descobre Alice, a menina mais linda da equipe de quiz e que só entra nessa de “Passa ou Repassa” para aparecer na televisão e conseguir decolar numa carreira como atriz. Eu bati o olho na rapariga e o santo não bateu. Não sei se é pelo meu histórico de sempre ser a menina mais bonita e incrivelmente loira que acaba pegando o cara que eu era afim, mas não fui com a cara dessa personagem. O ritmo do filme é oscilando para momentos mais pesados ou tristes. No entanto, boa parte é comédia. Os responsáveis por isso são Catherine Tate, interpretando a mãe de Brian, Mark Grattis e Benedict Cumberbatch. Agora, se você só conhece os dois atores pelas performances em Sherlock (ALTAMENTE RECOMENDADO), pega toda a seriedade e badassery e atira pela janela. Pode ser até um pouco de fangirling, (assumo, amo esse homem) mas Cumberbatch está incrível como o capitão do Quizz Team, Patrick. A personalidade nervosa, arrumadinha, arrogante e metida a sabichão lembra um pouco do personagem criado por Conan Doyle. Mas aviso, Starter for 10 é de 2006. É risada garantida e certeza que você conhece alguém que lembra um pouco o britânico metódico. James McAvoy também mostra um pouco da sua veia cômica. O cara está perdido num mundo novo, numa universidade onde ele conhece poucas pessoas, ele só quer saber de ler e se alimentar de conhecimento e tem os piores colegas de quarto do mundo. Sua salvação aparece quando ele conhece Rebeca, uma ativista Judia, numa festa onde métodos exóticos de higiene pessoal são discutidos. Por se passar nos anos 80 a trilha do filme é sensacional. Já me ganharam começando logo de cara com “Boys Don’t Cry” do The Cure e foi paixão intensa quando ouvi “Please, please, please let me get what i want” do The Smiths. Se você está tentando sair da zona de conforto e estiver vendo esse filme, mas a parte do romance for demais, permaneça firme e forte pela trilha sonora. O que difere Starter for 10 das demais comédias românticas é o fator da inteligência e atitudes do protagonista. Brian é a estrela do Quiz Team, só que nem mesmo o Q.I. mais elevado do mundo te impede de fazer bobagens de vez em quando. Vou ser sincera, eu me identifiquei em partes com o protagonista, principalmente no final. E o que eu gostei é que criaram situações humanas para ele. Nada fantasioso e que se resolvesse num passe de mágica. Depois de muito torrar o cérebro estudando e tendo que lidar com o temperamento de Patrick, o time finalmente enfrenta os reponsáveis pelas três derrotas seguidas da Universidade de Bristol no University Challenge. Só que nem tudo são rosas. Após isso Brian tem de lidar com a sequencia de acontecimentos que colocariam qualquer pessoa num fosso. Não vou revelar o que acontece no final, porque vocês bem sabem da minha política de spoilers, no entanto assumo que fui enganada assistindo o fim do filme. Mas isso não é uma coisa ruim. Assim como eu fiz, recomendo que você dê uma chance para a película inspirada no livro de David Nichols. Saia da zona de conforto pois por incrível que pareça existem comédias românticas que vão te cativar não pelo excesso de açúcar ou melado, mas sim pela inteligência e realidade apresentadas. A única coisa que me decepcionou foi algo relacionado com o final, portanto, não poderei revelar. Mas no geral, espero que gostem da minha nova indicação. Título: Starter for 10 Diretor: Tom Vaughan Duração: 92 minutos Nota: 9