Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Olá meus deliciosos! Hoje é dia de mais um post meu aqui nessa coisa maravilhosa chamada Mob Ground e dessa vez não tenho a missão de lhes informar sobre o que devem passar longe em termos de filmes. Hoje minha missão é de obrigá-los a assistir o filme a ser resenhado. Você sabe muito bem como anda o mundo hoje em dia. A violência, tráfico de drogas, exploração infantil, corrupção, violência contra a mulher entre outros fatores que realmente reforçam a minha teoria de que precisamos de uma praga mundial o mais rápido possível. E uma coisa que sempre atraiu o ser humano, foi a justiça com as próprias mãos. Seguir o Código de Hamurábi à risca “Olho por olho, dente por dente”. Esse é um dos motivos pelos quais gostamos tanto de super-heróis, eles nos salvam desse chorume todo que temos que enfrentar diariamente e não é só nas histórias em quadrinhos que isso é explorado. Tem um livro muito mais antigo que aborda esse tema sob uma perspectiva parecida. Já ouviram falar da justiça de Deus? Sim, o Todo Poderoso é justo e correto. Ele há de nos livrar de todo o Mal e forças malignas que perambularem pela Terra e, bem, digamos que ele está tirando umas férias um tanto quanto prolongadas demais. Porém o conceito permanece o mesmo, você peca, você sofre. Você é um homem bom, você vai pro paraíso. Claro que ai no meio entra toda uma discussão moral sobre o que é certo e o que é errado, e que tudo tem um contexto e etc. Mas no caso de “The Boondock Saints” a justiça divina é levada à sério mas por meios que não seria muito bem aceitos pelas nossas avós. O filme escrito e dirigido por Troy Duffy conta a história dos gêmeos irlandeses e extremamente religiosos, Connor e Murphy McMannus. Ambos vivem na terra do agora reeleito Tio Obama e acabam matando dois membros da máfia Russa num ato de auto defesa (Essa dica vale para todos os meus leitores que são sexualmente atraídos por homens: Norman Reedus e Sean Patrick Flanery descendo a porrada de cueca e roupão). Após realizarem o feito, os irmãos então percebem, com a ajuda de um membro da máfia italiana e grande amigo dos dois, Rocco “The Funny Man”, que podem fazer assim mesmo como diz a oração “Livrai-nos do Mal, amém” e limparem a cidade de Boston dos criminosos e entidades cujas intenções não são as melhores. Lembra do que eu comentei no começo do texto, da Justiça de Deus e Código de Hamurábi? Esses são dois dos motivos que te fazem gostar tanto de “The Boondock Saints”. Sabemos que com a máfia não se mexe e que tem muita coisa fedendo por ai, mas na nossa condição de pobres mortais, seria suicídio levantar um dedo para cima dos peixes grandes. Ter alguém que faça isso por nós é gratificante, levando em consideração que nem mais com a polícia podemos contar. Assista os dois filmes de Tropa de Elite que você entende melhor. Ou acompanhe os noticiários. Assim como nas tramas de “Dexter” e de Frank Castle (Nota do Editor: leia o Frank Castle escrito pelo Garth Ennis), o público se atrai justamente pelo fato de que esses protagonistas sujam as mãos e dão o troco merecido. Eles matam quem realmente merece morrer e não pessoas inocentes que têm que suportar todas as injustiças do mundo atual. Os irmãos McMannus fazem o que todos nós queremos fazer, pegam os peixes grandes pelo colarinho e os fazem chorar como os homenzinhos medíocres que são. Pra começo de conversa Connor e Murphy não saem atirando à torto e a direito logo de cara, não. Eles têm um motivo. Esses irlandeses eram inofensivos e conheciam as pessoas certas no submundo do crime de Boston. Eram amigos dos membros mais inferiores das máfias, os peões que ficam nas ruas e que tem o menor cargo na organização. Nada intencional, pessoas se conhecem em pubs e ficam amigas certo? É o caso dos dois. Os McMannus frequentavam um pub irlandês cujo dono, Doc, tem síndrome de Tourette. A máfia russa decide tomar o lugar e destruí-lo para a construção de prédios e ganhar mais território na cidade. Claro que os irmãos e os demais clientes assíduos do estabelecimento não iam deixar passar barato. Imagine que você tem um bar favorito, lá você conhece todo mundo e o dono é quase um pai para você. Agora, uma grande corporação quer pegar o lugar e fazer o que bem entender com ele, sua reação? Ficar puto. Os capangas russos apanham feio e resolvem pegar os irmãos para um acerto de contas. Isso resulta numa sequência de ação sensacional com direito a morte por um assento de privada sendo atirado do topo de um prédio e na entrada da polícia na história. Mais especificamente do FBI e do agente especial Paul Smecker, interpretado pelo sempre incrível Williem Dafoe. Como eu já havia comentado, os irmãos, junto da ajuda de Rocco, têm uma epifania e percebem que, com os contatos de Funny Man, eles conseguiriam limpar as ruas de Boston de todo o mal. Eles então partem uma missão de Justiça Divina pois todos os homens maus devem pagar por seus pecados. A partir daí a bala, a porrada e os xingamentos rolam soltos. Mas se eu disser que não me diverti horrores vendo esse filme estarei mentindo. O roteiro é simplesmente sensacional, cheio de piadas de humor negro e sacadas geniais. A interpretação de Flanery e Reedus também não deixa a desejar, mas eu preciso tirar o meu chapéu para Dafoe. Conforme os então chamados pela mídia e população, Santos, continuam em sua missão divina de limpeza na Terra, a polícia fica desesperada atrás dos dois e de chegar até os chefões da máfia, pois acredita-se que uma guerra entre as famílias começou. Aí entra a brilhante atuação de Dafoe interpretando o deveras peculiar Smecker. Ênfase para as cenas em que o agente especial faz a reconstituição dos crimes, é sensacional. A história vai se desenrolando e acabamos descobrindo que o buraco é bem mais embaixo. Não vou revelar spoilers porque vocês bem sabem que isso não é do meu feitio mas por favor, assistam esse filme. Troy Duffy passa na frente de muita produção Hollywoodiana com o seu roteiro e direção, esse filme é de 1999 e é considerado um clássico cult. E, apesar de ter sido um dos melhores roteiros, o filme teve pouca exibição, chegando a ser mostrado em somente 5 cinemas dos Estados Unidos durante 1 semana. Segundo Troy, a pouca divulgação do filme foi por causa do então recente na época tiroteio em Columbine. E não só isso, o filme recebeu críticas extremamente negativas por causa de sua violência e sangue derramado, chegando a ser classificado como “Um filme juvenil e feio que representa as piores tendências de diretores que tentam canalizar Tarantino”. No entanto todo mundo que falou mal levou um tapa na cara porque, após render somente 30 mil dólares na 1 semana de exibição, o filme decolou com a ajuda da Blockbuster e com o status de clássico cult. O resultado? 50 milhões de dólares arrecadados com a venda do DVD. Sabe o que é isso? Justiça Divina. Dez anos depois fizeram uma sequência igualmente incrível e há boatos de que o terceiro filho dessa história toda será lançado. Deus queira que sim porque o mundo precisa de mais filmes como esse. Assista e você vai concordar comigo. The Boondock Saints é filme pra ninguém botar defeito, tem comédia, tem ação, tem drama, é bem escrito/dirigido e não simplesmente mais uma película de ação onde a bala come solta e há uma moça em defesa em perigo. Tem violência gratuita? Tem. Mas eu duvido que, se você não parar para pensar na situação onde a bala come solta, você não vai ficar satisfeito. É como eu disse antes, os irmãos McMannus exercem a justiça de deus na terra. Eles condenam os pecadores e os fazem pagar pelo mal que fizeram ou fazem. Não há uma só pessoa que não quer que isso aconteça hoje, seja com políticos corruptos, seja com o tráfico de drogas ou com abuso de poder. Somos todos vítimas do sistema e não é segredo algum, por isso que sempre que alguém como Connor ou Murphy aparecem, mesmo que seja na ficção, nós nos apaixonamos por eles. E claro que eu preciso comentar na badassery dos dois. É de te deixar maluco, olhar para o monitor e pensar “Cara, eu quero ser como eles quando eu crescer”. Como já deu pra perceber, os dois são anti-heróis da melhor qualidade, mas são humanos. Eles acreditam na fé e escutam a palavra de Deus, sabem que o que fazem é certo mas também sabem que o método usado não é o mais correto, no entanto é o mais eficiente. Connor e Murphy sujam as mãos para que a cidade de Boston durma em paz, e os dois não descansam até atingirem o seu objetivo, mesmo que isso signifique passar por algumas situações pesadas. Mas não pense que o clima todo do filme é aquela coisa macho man noir de coçar a virilha e cuspir no chão. Não, boa parte de tudo tem comédia no meio. Os créditos vão para Rocco, Smecker e os demais policiais envolvidos na investigação. Claro que é humor negro, para meu delírio. Sei que os últimos “filmes” que resenhei aqui, com exceção de Martyrs, foram mais um aviso de “Corram para as colinas” do que “Corram para o site de downloads de filmes mais próximo” mas com The Boondock Saints a coisa muda drasticamente. Por isso, munam-se de comidinhas e petiscos em geral, sentem a bunda na frente do computador e assistam esse filme. Deus abençoe Troy Duffy pois a justiça divina na sétima arte foi feita. Título: The Boondock Saints Diretor: Troy Duffy Duração: 108 minutos Nota: 10 elevado à potência glória, glória, aleluia, vencendo vem Jesus.