Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Tumblr Comic Con Experience 2016 Um pouco atrasado. Mas, comentando agora minha experiência nessa última CCXP em 2016, trago essa resenha/textão, falando com sinceridade os pontos altos e os não tão legais do evento. Em 2014 e 2015 fiz posts relacionados especificamente ao Beco dos Artistas dizendo tudo que vi por lá e o que comprei. Desta vez resolvi fazer uma avaliação geral do evento e intercalá-la com fotos de todos os gibis que comprei e de seus respectivos artistas. Mas, não irie comentar esses trabalhos agora, guardarei para resenhar as leituras que mais me agradarem. Portanto, à partir de agora segure-se e acompanhe o texto mais escalafobético e confuso sobre a CCXP que vocês encontram nessa internet de deus. Thobias Daneluz – HQ: ZOOM Acesso e entrada. Tudo começa com um sonho. Na semana anterior a CCXP, sonhei que o vento iria ser realizado em um galpão, na boca do metro Faria Lima (infelizmente tal Galpão não existe). Para aqueles que não sabem, desde sua primeira edição em 2014 a CCXP ocorre na São Paulo Expo, um centro de convenções em São Paulo com uma área de 100 mil m² (segundo site oficial) e próximo ao metro Jabaquara. Não é muito fácil criticar a localização do evento, pois o São Paulo Expo de fato acolhe um evento de proporções épicas, mas pessoalmente acredito que ao se distanciar do centro urbano da capital o evento perde em impacto na cidade. Nos anos anteriores, fiz o trajeto do metro até o evento através dos ônibus e vans disponibilizadas para tal. Entretanto, este ano optei por ir caminhando até o galpão – talvez inspirado pelo meu sonho – e não me arrependi. A distância não é muito longa e o tempo gasto na fila para o trasporte (nos horários mais cheios) não equivale ao tempo e esforço gastos para a caminhada. Felipe Nunes – HQ: O Segredo da Floresta Rodrigo Urbano – HQ: Nostaltung A questão das filas na CCXP parece ser um problema que se estende para além do simples “Fazer o que?! É muita gente, fila faz parte“. Nada poderia exemplificar melhor do que duas experiências que tive no primeiro dia em relação às filas. A primeira ocorreu ao longo do trajeto para a entrada no galpão. A entrada oficial inicia-se no estacionamento do evento, que nos direciona para a entrada principal da CCXP. Neste percurso alguns funcionários uniformizados do evento tentavam “animar” as pessoas que aguardavam nas filas para entrar. Diziam: “Animem-se!!! Esta fila está andando!!! Espera só até vocês verem as filas lá dentro!!!”. A piadinha funcionou, ri com sorriso de lado. O funcionário brincava com a dimensão do evento, sugerindo que mal sabíamos as dimensões do que nos aguardava lá dentro. Mas também, na mesma sentença dizia que aquela era a primeira de várias filas que iriamos passar ao longo do dia e talvez aquela fosse a menor. Aqui podemos inferir que a ideia de fila já havia sido internalizada pela organização, ao ponto de que se transforma-se em algo que poderia ser dito em alto e bom som para que todos ouvissem e ninguém (da CCXP) achasse isso tão incomum. Minha credencial era de imprensa, por tanto, apenas tive que esperar por alguns momentos na fila de retirada de credencial. Passei rapidamente por uma fila épica para as credenciais de pagantes e obtive meu passaporte de maneira rápida e fácil. Bräo – HQ: Cornücopia Painéis. Diferente dos anos anteriores, em que busquei apenas me focar no Beco dos Artistas, este ano tentei participar de alguns painéis. Havia me programado e chegado com 1 hora de antecedência (no auditório!!!!) para entrar e poder “cobrir” as palestras e as estreias – no caso Disney, Marvel, Star Wars e outros. Já haviam aproximadamente umas 200 pessoas esperando na fila quando cheguei. Entretanto o auditório já estava lotado. Os painéis na CCXP funcionam por ordem de chegada, não importando se você é pagante ou imprensa. A questão é que uma vez que o auditório esteja lotado, novos lugares serão apenas liberados quando aqueles lá dentro estão resolverem sair. A questão é que após ter passado 1 hora do evento esperando na fila, a estreia do filme Moana da Disney iniciou. Quando a sessão iniciou percebi que a fila não andaria mais e ainda tinha muitas pessoas na minha frente para entrar. No caso, Moana tem 1h e 53min de duração, sendo que na sequencia rolaria um bate-papo com John Musker e Ron Clements, os diretores do filme. Isso significava que no mínimo eu teria que segurar meu lugar na fila por mais 2 horas e meia ou 3 horas, até que algumas pessoas talvez saíssem do auditório e assim eu conseguiria entrar para ver os próximos painéis. Caso eu conseguisse entrar, teria que ficar lá dentro até o fim dos eventos do auditório para “segurar meu lugar” lá dentro, inviabilizando a entrada de pessoas que passaram o dia nas filas. Nada legal. Kiko Garcia – HQ: Catacumba #3 – Antiquário dos Horrores Bruno Bispo e Victor Freundt – HQ’s: Novembro e Bispofreundt Enfim, estava na dúvida se ficava na fila ou saía, para ver o resto da Con – que até então, nestas 2h que passei na fila, não havia visto nada. Foi quando uma garota com um microfone, apareceu na fila para tentar animar aqueles que estavam esperando, com a intenção de que uma câmera instalada em uma grua, estrategicamente posicionada ao lado da fila pudesse “sobrevoar” a multidão de pessoas de pé, esperando para entrar. Foi aí que saquei, as filas da CCXP não são só um problema natural, que eventos de grande porte infelizmente possuem. Nada disso, no caso da Comic Con Experience, as filas são parte do marketing do evento. Isso me deixou bastante irritado com a situação, assim fazendo-me desistir de cobrir os painéis. Beeau Goméz e Rodrigo Qohen – HQ: O Parricídio Yves Briquet – HQ: Mascate Beco dos Artistas. O Artist’s Alley é a minha atração favorita de eventos como a Comic Con e neste ano de 2016 não foi diferente. Desta vez a organização não isolou a mesas dos artistas, integrando-as com o evento e, de certa maneira, tornou os corredores do beco uma “passagem obrigatória” no evento. ASSISTA TAMBÉM: Mob Drops – Artists’ Alley Ao longo dos últimos três anos o beco vem crescendo e o tamanho que ele atingiu este ano é de dar orgulho. Foi muito legal ver artistas que em 2014 e 2015 estavam apenas vendendo seus fanzines, desta vez traziam HQs completas e muitos outros materiais para divulgar e vender. Bernardo França – HQ: São Paulo é Legal! SIlvio DB e Anderson Cabral – HQ: Mascate Entretanto, algo bastante pessoal aconteceu na minha experiência esse ano. O intenso aumento de artistas (336, segundo a página oficial da CCXP) fez com que eu “passeasse” menos pelas mesas. Em relação aos anos anteriores, senti que consegui “fuçar” apenas mesas de artistas que já conheço e que considero garantia de boas compras. Vejam, em 2014 e 2015, ao longo dos dias que participei do evento, eu conseguia quase que ver todas as mesas, algo impossível de realizar em 2016. Isso impossibilitou às compras a cegas (ao menos para mim). Sabe aquela compra que você não sabe muito bem se quer levar ou não, mas acaba sendo convencido por uma capa bonita, ou pela conversa com o artista e tals? Isso não rolou com muita frequência nessa edição não. Dois fatores foram bastante claros em relação à isso. Primeiro é que com o aumento notável do número de artistas, mais coisas medianas-ruins surgiram no mercado. Isso deveria ser mais óbvio para mim, mas não era. Se no ano de 2014 quase todo mundo fazia gibi “autobiográfico”, as aventuras distópicas inspiradas em RPG dominaram as mesas de 2016. Inevitavelmente alguns artistas e obras se destacam enquanto o número de “gibis que são legais, mas precisam melhorar muito” aumenta exponencialmente. Victor Moura – HQ’s: O gabinete do Dr. Caligari e Colecionador de Memórias Isso não diminui o brilho do evento e da cena nacional, trata-se mais de uma experiência bem pessoal. Acredito que se olharmos para essa questão com um grande escopo, podemos ler o fenômeno como uma coisa boa, já que a probabilidade de mais pessoas de diferentes opiniões e gostos distintos dos meus podem se interessar por outras coisas das quais eu posso não dar muito valor. No final das contas, acho que senti o fato de não ter mais a capacidade de conhecer um pouco de tudo, quase todos os nomes do que aparecia no Beco. Outra coisa que achei muito importante foi a maneira como o evento conseguiu mesclar os artistas gringos com os nacionais. Em 2014 e 2015, as sessões de autógrafo com os artistas internacionais eram uma loucura e retiravam a atenção do resto da feira. Neste ano, se você não estivesse muito ligado na presença destes artistas, tudo poderia passar completamente despercebido. Mesmo porque alguns dos artistas brasileiros mais conceituados também ganharam o mesmo tipo de banner que os gringos, organizando o beco de uma forma bastante interessante. Laudo Ferreira e Omar Viñole – HQ: Zé do Caixão Aspectos Gerais. Preciso salientar que o evento em si ainda é o melhor e maior evento de quadrinhos que temos no Brasil. Se por um lado ele é um evento de bafafá do mundo nerd, por outro lado é a maior reunião de artistas de quadrinhos brasileiros que temos e isso não é pouca coisa. Soma-se à isso o fato de que também é um dos maiores acontecimentos da cena cosplayer e um grande espaço de divulgação. Gabriel Arrais – HQ: Necromorfus #2 Bruno Dinelli – HQ: Anderdogue O evento melhorou muito em termos de organização, estrutura e alimentação. Inclusive a sala de imprensa este ano estava radicalmente melhor do que a dos anos anteriores. Os estande e suas atrações de início me decepcionaram. Com exceção das armaduras dos Os Cavaleiros do Zodíaco, havia a constante sensação de que nada em nenhum dos estandes me entusiasmava. Mas, no domingo, tive a oportunidade de participar do evento acompanhando um amigo que estava “por conta” de passear com seu irmão e um amigo, ambos em torno dos 12 anos de idade. Entre ficar algumas horinhas em filas e visitar os estandes, confesso que acompanhando crianças a CCXP fica mais divertida. Andar pela feira caçando brindes e fotografias com os nossos personagens favoritos deu outra coloração ao evento. No final, talvez a reflexão não seja tão drástica quanto apontou Filipe Siqueira, isto é, de que “o futuro da cultura é se tornar um jardim de infância”, mas apenas de que nós, filhos dos anos 80 e 90, já há um bom tempo não somos mais o público alvo. Disney, Marvel, DC, Warner e tantas outras empresas que há tanto tempo idolatramos não envelhecem “com” a gente. Em algum momento, elas simplesmente nos esquecem. LEIA TAMBÉM: COMIC CON EXPERIENCE 2016 – NÓS FOMOS!